A QUEM ME SILENCIA E INQUIETA
A fruta dessa espera amadurece
Enquanto o mais secreto de nós dois
Permanece no escuro. E só depois
Da chuva (ou do vento) que arrefece
O calor primitivo da estação
Provamos o sabor que tem o enigma
Da semeadura. Ou, ainda, o estigma
Que têm sempre as esperas sem razão.
Seremos nós um ser no breu imerso
Vivendo sem ventura um universo
Imaginário, para sempre sós?
Assim por acaso, - ou meditação -,
Talvez exploda um mundo de paixão
Tão belo que não mais coubesse em nós...
Raul Passos
Raul Passos iniciou-se na música aos 6 anos e foi aluno da pianista Vivian Siedlecki. Obteve sua diplomação em 2006 na classe do maestro Emanuel Martinez e recebendo orientação do compositor Harry Crowl. Aprimorou-se depois com Edson Elias, Fernando Lopes, Andrea Lucchesini (Itália), Giorgia Tomassi (Itália), Claude Bessmann (França), Roberto Tibiriçá, Elena Herrera (Cuba) e Peter Frank (Alemanha).
Entre atividades como recitalista e camerista, tocou no Rio de Janeiro, no interior do Parana, em Santa Catarina, , Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Uma sólida carreira como recitalista em Curitiba levou-o, em 2008, ao exterior. Em novembro de 2008 realizou em Brasov, na Romênia, com o apoio da Embaixada do Brasil, um recital inteiramente dedicado a compositores brasileiros. Também na Romênia apresentou-se na Sala George Enescu, no Palatul Şuţu e na Sala Polivalenta, em Bucareste, ocasião na qual estreou sua suíte Cartas Romenas para piano a 4 mãos, ao lado da pianista romena Oana Zamfir, durante a realização da XIX Semana de Música Nova de Bucareste.
Seu repertório constitui-se essencialmente de compositores da primeira metade do século XX, principalmente franceses, como Debussy, Poulenc e Satie. No âmbito da música de câmara, aparece frequentemente interpretando Negro Spirituals ao lado de Juarês de Mira.
Sua carreira é pontuada pela estreia de várias peças do repertório moderno e contemporâneo, entre as quais a primeira audição no Brasil de Les Soirs Illuminés par l'Ardeur du Charbon, de Claude Debussy. Em maio de 2008, durante um recital com o baixo Juarês de Mira, televisionado para todo o Brasil e mais três países sul-americanos, realizou a prémière da Canção do Guerreiro, do compositor brasileiro Hekel Tavares. De 2003 a 2005 foi corresponsável por um projeto de redescoberta e divulgação da obra de Brasílio Itiberê. É autor, entre outras composições, de cadenzas para o Concerto para Piano n.21 K467, de Mozart.
Tem se destacado como pesquisador e também por seus escritos na revista romena de música No. 14 Plus Minus, dedicando-se ainda à poesia.
Fonte: Wikipédia.
Visite também: