BOLOR
Os versos
que te digam
a pobreza que somos,
o bolor nas paredes
deste quarto deserto,
o orvalho da amargura
na flor
de cada sonho
e o leito desmanchado
o peito aberto
a que chamaste
amor.
Carlos de Oliveira
Carlos de Oliveira, nasceu a 10 de Agosto de 1921 em Belém do Pará, filho de emigrantes portugueses no Brasil. Passou a infância nos terrenos pantanosos e arenosos da região da Gândara. Este contacto precoce com o mundo rural e com a pobreza marcou profundamente a sua obra e influenciou a sua ligação ao neo-realismo. Formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde estabeleceu amizade e solidariedade ideológica e política com Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora, entre outros. Estreou-se com Turismo (1942), uma colectânea de poemas, e com o romance Casa na Duna (1943). Atingiu reconhecimento público na área da poesia e da ficção. Escreveu o célebre romance Uma abelha na Chuva em 1953. Morreu em Lisboa no dia 1 de Julho de 1981.
Obra poética: Turismo, “Novo Cancioneiro”, Coimbra, 1942; Mãe Pobre, Coimbra, 1945; Colheita Perdida, Coimbra, 1948; Descida aos Infernos, Porto, 1949; Terra de Harmonia, Lisboa, 1950; Cantata, Lisboa, 1960; Sobre o Lado Esquerdo, Lisboa, 1968; Micropaisagem, Lisboa, 1968; Entre Duas Memórias, 1971 (pelo qual lhe é atribuído no ano seguinte o Prémio de Imprensa) ; Trabalho Poético, poesia reunida, Lisboa, 1976 e 2003 (Assírio & Alvim)
Fonte: http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt
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9 comentários:
Meu querido amigo
Como sempre saio daqui encantada com o que leio e hoje não é diferente, adorei e deixo um beijinho.
Rosa
"Há uma primavera em cada vida: é preciso
cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu
voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser
pó,cinza e nada que seja a minha noite uma
alvorada, que me saiba perder...
para me encontrar..."
Florbela Espanca
Beijos & flores.....M@ria
Versos embolorados,mas lindos!abração,ótimo fds,chica
Sentimentos fortes, intensos e a flor da pele...abraços de bom final de semana pra ti meu amigo.
lindo poema, é incrível como me identifico com todas as escolhas feitas aqui. muita inspiração!
grande abraço.
Amei a poesia....reflete um momento de dor ....e fica tão facil nos identificarmos com a poesia...
sua escolhas são perfeitas...
grande beijo amigo...
Zil
DELICADO TEXTO.
UN ABRAZO
Agradavel.
Parabens, pela postagem
abraços
Gostei demais Rosemildo!
Deixemos que os versos chore por nós.
Beijos e boa noite amigo!
Carla
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