sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Bolor.


BOLOR 

Os versos 
que te digam 
a pobreza  que somos, 
o bolor nas paredes 
deste quarto deserto, 
o orvalho da amargura 
na flor 
de cada sonho 
e o leito desmanchado 
o peito aberto 
a que chamaste 
amor. 

Carlos de Oliveira 


Carlos de Oliveira, nasceu a 10 de Agosto de 1921 em Belém do Pará, filho de emigrantes portugueses no Brasil. Passou a infância nos terrenos pantanosos e arenosos da região da Gândara. Este contacto precoce com o mundo rural e com a pobreza marcou profundamente a sua obra e influenciou a sua ligação ao neo-realismo. Formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde estabeleceu amizade e solidariedade ideológica e política com Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora, entre outros. Estreou-se com Turismo (1942), uma colectânea de poemas, e com o romance Casa na Duna (1943). Atingiu reconhecimento público na área da poesia e da ficção. Escreveu o célebre romance Uma abelha na Chuva em 1953. Morreu em Lisboa no dia 1 de Julho de 1981. 

Obra poética: Turismo, “Novo Cancioneiro”, Coimbra, 1942; Mãe Pobre, Coimbra, 1945; Colheita Perdida, Coimbra, 1948; Descida aos Infernos, Porto, 1949; Terra de Harmonia, Lisboa, 1950; Cantata, Lisboa, 1960; Sobre o Lado Esquerdo, Lisboa, 1968; Micropaisagem, Lisboa, 1968; Entre Duas Memórias, 1971 (pelo qual lhe é atribuído no ano seguinte o Prémio de Imprensa) ; Trabalho Poético, poesia reunida, Lisboa, 1976 e 2003 (Assírio & Alvim) 

Fonte: http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt 

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9 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo

Como sempre saio daqui encantada com o que leio e hoje não é diferente, adorei e deixo um beijinho.

Rosa

Anônimo disse...

"Há uma primavera em cada vida: é preciso
cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu
voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser
pó,cinza e nada que seja a minha noite uma
alvorada, que me saiba perder...
para me encontrar..."

Florbela Espanca

Beijos & flores.....M@ria

chica disse...

Versos embolorados,mas lindos!abração,ótimo fds,chica

Everson Russo disse...

Sentimentos fortes, intensos e a flor da pele...abraços de bom final de semana pra ti meu amigo.

Antônio LaCarne disse...

lindo poema, é incrível como me identifico com todas as escolhas feitas aqui. muita inspiração!

grande abraço.

Anônimo disse...

Amei a poesia....reflete um momento de dor ....e fica tão facil nos identificarmos com a poesia...


sua escolhas são perfeitas...


grande beijo amigo...


Zil

Anônimo disse...

DELICADO TEXTO.
UN ABRAZO

José María Souza Costa disse...

Agradavel.
Parabens, pela postagem
abraços

Carla Fernanda disse...

Gostei demais Rosemildo!
Deixemos que os versos chore por nós.
Beijos e boa noite amigo!
Carla