FORMIGA
Pequeno dragão
doméstico.
Cabeça grávida
de hibisco.
Rústico abdome-
cogumelo.
Escava o incerto
dos dias,
para a trilha
vertical
de farelo,
fúria
e folhas.
Carrega seus mortos
nas costas,
com precisa
geometria
de fábrica
fúnebre.
Cláudio Daniel
Claudio Alexandre de Barros Teixeira (São Paulo SP 1962). Poeta, tradutor e ensaísta. Faz o curso de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, de 1982 a 1984. Cria, com um grupo de amigos, a revista cultural Gaia, em 1989. Assume o pseudônimo de Claudio Daniel, adotando o nome "Daniel" em referência ao trovador provençal Arnaut Daniel (ca. século XIII) e ao profeta Daniel do Antigo Testamento. Em 1990, visita o mosteiro zen Morro da Vargem, em Ibiraçu, Espírito Santo, onde fica hospedado por alguns dias - experiência marcante que, somada às leituras sobre budismo e peregrinações a templos de outras tradições religiosas, o influencia a usar temas orientais em sua obra. Nesse ano, participa da antologia Cem Haicaístas Brasileiros, organizada pelo haicaísta Masuda Goga (1911). Publica seu primeiro livro de poemas, Sutra, em 1992, e seu único livro de contos, Romanceiro de Dona Virgo, em 2004. Desde 2003, edita, com o escritor Rodrigo de Souza Leão (1965) e a webmaster Ana Peluso (1966), a revista literária eletrônica Zunái. Seus poemas são traduzidos para o inglês e espanhol, e também publicados na Folha de São Paulo e em antologias como Poetas na Biblioteca, 2002, e Antologia Comentada da Poesia Brasileira, 2006, organizadas pelo escritor Reynaldo Damazio (1963), e pelo escritor Manuel da Costa Pinto (1966), respectivamente. Em 2004, é um dos curadores do evento Encontros de Interrogação, promovido pelo Instituto Itaú Cultural, e em 2006 organiza a Galáxia Barroca, Encontro de Poetas Latino-Americanos. Atualmente é curador de literatura e poesia no Centro Cultural São Paulo.
Fonte: http://www.itaucultural.org.br/
8 comentários:
ah!...
adorei Furtado! a formiga, um ser quase microscópico...
esse poema merece uma profunda reflexão...!
beijinho querido amigo.
perdoa as minhas ausências.
vejo-te sempre, lá de longe. :)
simplesmente adorei esse poema, um dos mais interessantes que li nas últimas semanas.
o blog continua a mesma maravilha de ler e descobrir.
grande abraço, ótimo domingo e semana!
Puxa, quanta coisa sobre esse minúsculo ser...Linda! abração,chica
Olá,
Ontem admirei uma formiga carregando a sua folhinha... uma lição de vida!!!
Abraços fraternos de paz
A grande trabalhadora da vida...abraços de boa semana pra ti amigo...
Excelente escolha, um poema encantador, uma homenagem à formiguita.
Bom domingo
beijinhos
Maria
E que amiguinhas trabalhadeiras as formigas... não param nunca....Muito real!
Beijos amigo querido e boa noite!
:D
Bastante original o poema. Coisas simples , com um grande resultado.
Abração e boa semana
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