A natureza dos átomos.

A NATUREZA DOS ÁTOMOS

340 a. C. – Investiga-se a natureza dos átomos. Demócrito foi um dos maiores investigadores da natureza, na Antiguidade. Nasceu e viveu na Abdera (Trácia) (entre 460 a 360 a. C.). É o filósofo dos “átomos” e do bom humor. Ele cultivava a alegria e o estudo das partículas infinitesimais da matéria. Nada existe por acaso ou por milagre, mas segundo rígidas causas mecânicas do Universo, que tem por princípios físicos, átomos, vácuo e movimento. Os átomos em movimento geram e destroem mundos e humanidades. Em seus ciclos perpétuos não são perturbados nem ordenados, porquanto já obedecem as leis naturais, que são eternas e imutáveis. Para o sábio portanto, o conhecimento racional é o que ultrapassa as aparências sensíveis. Liberta o homem de suas paixões e superstições. O homem livre é cheio de alegria (eutimia, cuja virtude, supremo ideal da ética de Demócrito, é filha da sabedoria e exprime a tranquila paz das almas lúcidas. Demócrito enfrentou a estupidez dos seus contemporâneos com seu sorriso largo, aberto, esfuziante e franco. As místicas ficções melancólicas que a ignorância gera no coração dos homens, haveriam de cair. Daí, então, sabia ele, que o seu átomo e a sua alegria viriam a triunfar. Foi assim pensando e vivendo que Demócrito nos legou ousadas e saudáveis concepções filosóficas. São dele estes quinze sábios conceitos:

1º) A terra inteira está aberta para o homem sábio, pois a pátria de uma alma elevada é o Universo.

2º) Guarda-te, mesmo  quando  estás  só, de  dizer ou de fazer o que é mal, mas aprende a te sentir 

      mais envergonhado diante de ti mesmo do que dos outros.

3º) Aquele que comete uma ação vergonhosa deve antes de tudo enrubescer-se diante de si mesmo.

4º) Aquele que se deixa dominar inteiramente pelas riquezas não pode nunca ser justo.

5º) Muitos eruditos são privados de inteligência.

6º) O homem é um pequeno mundo.

7º) A natureza e a educação se  assemelham sob  certos  aspectos: a educação transforma muito o  

     homem,  mas ao fazê-lo ela lhe cria uma segunda natureza.

8º) É qualquer coisa de grande cumprir seus deveres no infortúnio.

9º) É melhor refletir antes de agir, do que depois.

10º) Os homens fabricaram os ídolos do azar, a fim de se desculparem da sua própria imprudência.

11º) A palavra é a sombra da ação.

12º) Viver   de  um  modo  mau,  inteligente,  impudico  e   impuro,  não  é  viver  mal,  mas  morrer 

        continuamente.

13º) O esquecimento dos próprios defeitos gera a arrogância.

14º) Os homens que fogem da morte correm atrás dela.

15º) Um excelente discurso não paga uma ação má, e uma  boa ação  não pode  ser  maculada pela  

        calunia.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume1, páginas 37/39.