Este blog foi criado com o objetivo único e exclusivo de expor ao mundo, tudo aquilo que penso, vejo, ouço, falo, sinto, detesto, admiro, amo, gosto, desejo e, sobretudo, faço.
quarta-feira, 30 de março de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Ampulheta.
AMPULHETA
Murmúrio de água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre…
Homem que fazes tu? Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa…
Eugénio de Castro
Eugênio de Castro e Almeida nasceu em Coimbra no dia 4 de março de 1869. Por volta de 1889 formou-se em Letras pela Faculdade de Coimbra e mais tarde veio a lecionar nessa faculdade. Colaborou com a publicação das revistas "Os insubmissos" e "Boêmia nova", ambas seguidoras do Simbolismo Francês. Em 1890 entrou para a história da literatura portuguesa com o lançamento do livro de poemas "Oaristos", marco inicial do Simbolismo em Portugal. Faleceu em 1944 no dia 17 de agosto.
A obra de Eugênio de Castro pode ser dividida em duas fases: Na primeira fase ou fase Simbolista, que corresponde a sua produção poética até o final do século XIX, Eugênio de Castro definiu algumas características da Escola Simbolista, como por exemplo o uso de rimas novas e raras, novas métricas, sinestesias, aliterações e vocabulário mais rico e musical.
Na segunda fase ou neoclássica, que corresponde aos poemas escritos já no século XX, vemos um poeta voltado à Antiguidade Clássica e ao passado português, revelando um certo saudosismo, característico das primeiras décadas do século XX em Portugal.
Fonte: http://www.mundocultural.com/
segunda-feira, 28 de março de 2011
Poema.
POEMA
Talvez um dia
Quem sabe!...
Sim
talvez um dia...
pedra jogada
a nossa gaiola de vidro
e para nós
a fuga
além fronteira do mar.
Talvez arrebente um dia
o búzio dos mistérios
no fundo do mar
e mais um vulcão venha a tona
— dez vinte
mil vulcões — Quem sabe!...
e as ilhas fiquem derretidas:
Estranha alquimia
de montes e árvores
de lavas e mastros
de gestos e gritos.
Talvez um dia
onde é seco o vale
e as arvores dispersas
haja rios e florestas.
E surjam cidades de aço
e os pilões se tornem moinhos.
Ilhas renascidas
nuvens libertas...
Talvez um continente
À medida dos nossos desejos.
Sim
Talvez um dia...
Quem sabe!
Arménio Vieira
Arménio Vieira nasceu na Praia, ilha de Santiago, em 29/01/1941. Foi integrante da geração dos anos 1960 da poesia cabo-verdiana. Geração marcada por uma poesia marcada pela revolta e combate ao governo colonial português, à época sob a ditadura salazarista.
Arménio Vieira escreveu quatro livros, dois de poemas e dois romances, respectivamente, “Poemas” e “Mitografias e “O eleito do sol” e “No inferno”, fora vários outros textos publicados de forma dispersa em revistas como "Fragmentos", "Boletim Imbondeiro" e "Vértice", sobretudo, em Cabo Verde.
O poeta foi recentemente galardoado com o Prêmio Camões. Pela primeira vez um autor de seu país atingiu tal reconhecimento, o que valerá para dar maior visibilidade à literatura de Cabo Verde.
Vieira foi um dos fundadores da revista Seló (1962), que seguia a proposta de publicar textos de cabo-verdianos para Cabo Verde fundamentada pela Claridade e por Certeza, marcos da literatura do arquipélago. Arménio participou com um poema no seu segundo e derradeiro número; não devemos estranhar a quantidade escassa de edições devido à forte perseguição que os opositores da ditadura sofriam, logo, qualquer manifestação com voltas à libertação das colônias era rapidamente sufocada.
Fonte: http://ricardoriso.blogspot.com/
domingo, 27 de março de 2011
A descoberta da nitroglicerina.
DESCOBERTA DA NITROGLICERINA
1846 – Descobre-se a “Nitroglicerina”. Ascânio Sobrero, químico italiano nascido em Monteferrato a 12 de outubro de 1812 e falecido em Turim a 26 de maio de 1888 foi o descobridor. Laureado em Medicina em 1839, estudou depois Química em Liebig e Pelouze. Professor de Química em 1845 primeiramente no Instituto Técnico de Turim e, depois, na Real Escola de Aplicações para Engenheiros. Estudou a ação do ácido nítrico e suas diversas substâncias vegetais; em 1847 tornou público a descoberta da nitroglicerina da qual revelou as propriedades explosiva e fisiológica. Nesse mesmo ano descobriu a nitromanite. A nitroglicerina é um nitrato de glicerilo ou trinitrato de glicerol, que se prepara esterificando o glicerol anidro pelo ácido azótico em presença do ácido sulfúrico, a uma temperatura não superior a 20 graus centígrados. A nitroglicerina é um líquido oleoso, incolor, pouco solúvel na água, solúvel no álcool e no éter. Tal substância explode com facilidade tanto por percussão como pelo aquecimento, por isso é usada na terapêutica, em solutos alcoólicos à base de um por cento, para aplicação nas anginas do peito, edemas pulmonares, asmas nervosas, etc.
Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto, e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 3, páginas 412/413.
sábado, 26 de março de 2011
Guardar.
GUARDAR
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guarda-se o que se quer guardar.
Antônio Cícero
Antônio Cicero Correia Lima na (Rio de Janeiro, 1945) é compositor, poeta, filósofo e escritor brasileiro.
Ele é autor, entre outras coisas, dos livros de ensaios filosóficos O mundo desde o fim (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995) e Finalidades sem fim (São Paulo: Companhia das Letras, 2005), e dos livros de poemas Guardar (Rio de Janeiro: Record, 1996), A cidade e os livros (Rio de Janeiro: Record, 2002) e, em parceria com o artista plástico Luciano Figueiredo, O livro de sombras: pintura, cinema e poesia (Rio de Janeiro, + 2 Editora, 2010). Em colaboração com o poeta Eucanaã Ferraz, editou a Nova antologia poética de Vinícius de Moraes (São Paulo: Companhia das Letras, 2003) e, em colaboração com o poeta Waly Salomão, editou o livro O relativismo enquanto visão do mundo (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994). Além de várias teses e artigos, dois livros foram escritos sobre sua obra: Do princípio às criaturas, de Noemi Jaffe (São Paulo: Capes e USP, 2008) e Antonio Cicero, de Alberto Pucheu (Rio de Janeiro: UERJ, 2010).
De1991 a 1992, Antonio Cicero coordenou, em colaboração com o poeta e professor de Filosofia da Universidade Federal Fluminense, Alex Varella, os cursos de Estética e Teoria das Artes do Galpão do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de janeiro.
Fonte: Wikipédia.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Desilusão.
DESILUSÃO
Triste e dolorosa foi a nossa separação,
Esqueceste das tuas belas juras de amor,
Proferidas, talvez, em função do ardor,
Do fogo emanado da nossa paixão.
Desprezaste a mim, que tanto te amava,
E levava a vida só para te querer bem,
Cega para todos, sem olhos para ninguém,
Pois era somente a ti que eu enxergava.
Já não sei mais amar, já não mais sei querer,
Já não tenho na vida, mais razão pra viver,
Se só o que me resta, é essa amarga solidão.
Não mais espero que voltes à minha porta,
Teu retorno pra mim é uma esperança morta.
Por que me alimentar de sonhos e desilusão?
R.S. Furtado.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Pós-Escrito.
PÓS-ESCRITO
Quando eu morrer, abram-me o peito,
E desta jaula, onde houve um leão,
Tirem, o cárcere era estreito,
Meu velho e altivo coração.
Depois sem dó e sem respeito,
Sem um murmúrio de oração,
Lancem-no assim, vai satisfeito,
À vala obscura, à podridão.
Para que durma e se desfaça
No lado amargo da desgraça,
Por quem bateu continuamente,
Como um tambor que entre a metralha
Estoira ao fim duma batalha,
Rouco, furioso, ansioso, ardente!
Guerra Junqueiro
Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada à Cinta a 17 de Setembro de 1850, filho do negociante e lavrador abastado José António Junqueiro e de sua mulher D. Ana Guerra. A mãe faleceu quando Guerra Junqueiro contava apenas 3 anos de idade. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada "Escola Nova". Poeta panfletário, a sua poesia ajudou criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República.
Estudou os preparatórios em Bragança, matriculando-se em 1866 no curso de Teologia da Universidade de Coimbra. Compreendendo que não tinha vocação para a vida religiosa, dois anos depois transferiu-se para o curso de Direito. Terminou o curso em 1873.
Entrando no funcionalismo público da época, foi secretário-geral do Governador Civil dos distritos de Angra do Heroísmo e de Viana do Castelo.
Em 1878, foi eleito deputado pelo círculo de Macedo de Cavaleiros.
Faleceu em Lisboa a 7 de julho de 1923.
Fontes: http://www.becodogatopreto.hpg.ig.com.br/ e Wikipédia.
terça-feira, 22 de março de 2011
Ritmo de Pilão.
RlTMO DE PILÃO
Bate, pilão, bate,
que o teu som é o mesmo
desde o tempo dos navios negreiros,
de morgados,
das casas-grandes,
e meninos ouvindo a negra escrava
contando histórias de florestas, de bichos, de encanta-
[das...
Bate, pilão, bate
que o teu som é o mesmo
e a casa-grande perdeu-se,
o branco deu aos negros cartas de alforria
mas eles ficaram presos a terra por raízes de suor...
Bate, pilão, bate
que o teu som é o mesmo
desde o tempo antigo
dos navios negreiros...
(Ai os sonhos perdidos lá longe!
Ai o grito saído do fundo de nos todos
ecoando nos vales e nos montes,
transpondo tudo...
Grito que nos ficou de traços de chicote,
da luta dia a dia,
e que em canções se reflecte, tristes...)
Bate, pilão, bate
que o teu som é o mesmo
e em nosso músculo está
nossa vida de hoje
feita de revoltas!
Bate, pilão, bate!...
António Nunes
António Nunes nasceu na cidade da Praia, capital da ilha de Santiago, Cabo Verde, a 9.12.1917 (e faleceu em Lisboa, a 14.5.1951, vítima de uma menigo-encefalite). Fixou-se em Lisboa, por volta de 1940, e nesta cidade conviveu assiduamente com o grupo neo-realista de que fazia parte o seu patrício Teixeira de Sousa.
A sua estréia literária faz-se, em Cabo Verde, primeiro na imprensa, depois com o livro de poemas Devaneios, publicado em 1939, ao sabor ainda da estética anterior à Claridade. É aqui, em Lisboa, ao contacto com a nova geração neo-realista, que António Nunes se liberta dos cânones poéticos anteriores e envereda pela construção de um discurso poético social e autenticamente caboverdiano.
Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/
segunda-feira, 21 de março de 2011
Invenção do Telégrafo Morse.
INVENÇÃO DO TELÉGRAFO MORSE
1843 – É inventado o Telégrafo Morse. Samuel Finley Bruce Morse, norte-americano, foi pintor de profissão. Tinha fundado uma escola de pintura, quando fez uma viagem à Europa, a fim de estudar nos grandes museus as obras dos antigos pintores. Aí ouviu falar também das experiências do médico alemão Sommering e outros que tentaram utilizar a eletricidade recém-descoberta para a telegrafia. Na volta para à América, durante as longas semanas que levou seu navio de vela na travessia do Atlântico, começou a esboçar o aparelho telegráfico que haveria de imortalizar o seu nome – o aparelho e alfabeto Morse. Isto em 1832. Trabalhou nesta invenção durante onze anos. Concluiu em 1843 a primeira linha telegráfica eletromagnética do mundo, entre Washington e Baltimore. Através dela, no dia 27 de março de 1844, foi despachado o primeiro Telégrafo Morse. Em 1857 recebeu o autor, de 10 Estados da Europa, uma lotação de 400.000 francos. Faleceu no ano de 1872 em Nova Iorque. Antes do fim dos seus dias, porém, já lhe haviam rendido calorosas homenagens. Levantaram-lhe dois monumentos.
Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto, e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 3, páginas 405/406.
domingo, 20 de março de 2011
Cabeças-de-Frade.
CABEÇAS-DE-FRADE
...sócios incomparáveis neste habitat,
que as próprias orquídeas evitam,
os cabeças-de-frade,
deselegantes e monstruosos
melocactos de forma elipsoidal,
acanalada, de gomos espinescentes,
convergindo-lhes no vértice superior
formado por uma flor única,
intensamente rubra.
Aparecem, de modo inexplicável,
sobre a pedra nua,
dando, realmente, no tamanho,
na conformação, no
modo por que se espalham,
a imagem singular de
cabeças decepadas e sanguinolentas,
jogadas por ali, a esmo,
numa desordem trágica.
Augusto de Campos
Augusto Luís Browne de Campos (São Paulo SP 1931). Poeta, tradutor, crítico literário e musical, e ensaísta brasileiro. Forma-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco. Publica seus primeiros poemas em 1949, na Revista Brasileira de Poesia, editada pelo Clube de Poesia, entidade ligada ao grupo literário da Geração de 45. Publica seu livro de estreia, O Rei Menos o Reino, em 1951. No ano seguinte, afasta-se do Clube de Poesia, por discordar de sua orientação estética, participa da criação do grupo Noigandres (palavra extraída de uma canção do trovador provençal Arnaut Daniel, que significa "o olor que afasta o tédio") e edita uma revista com mesmo nome, ao lado de Haroldo de Campos (1929-2003) e Décio Pignatari (1927), com quem também organiza o movimento da Poesia Concreta. Em 1956, participa da Primeira Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e dois anos depois a revista Noigandres n. 4 publica o Plano-piloto da Poesia Concreta, que apresenta os princípios teóricos do movimento. Em 1959, participa de uma exposição internacional de poesia concreta realizada em Stuttgart, Alemanha, e no ano seguinte de uma exposição realizada em Tóquio, Japão. Em 1963, apresenta-se na Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte, e no ano seguinte expõe a série de poemas-cartazes Popcretos. Na década de 1960, com colaborações de poetas como Cassiano Ricardo (1895-1974), Sebastião Uchoa Leite (1935-2003) e Paulo Leminski (1944-1989), edita a revista literária Invenção. Em 1974, é publicada a Caixa Preta, conjunto de poemas visuais e poemas-objeto manipuláveis, desenvolvidos em parceria com o artista plástico Júlio Plaza. Como tradutor, Augusto de Campos divulga em português autores como Ezra Pound, Mallarmé, Joyce, Cummings e Maiakovski. No campo da crítica literária e do ensaio publica as antologias Re-Visão (1964 e 1971) com as obras de Sousândrade (1833-1902) e Pedro Kilkerry (1885-1917), respectivamente, e Pagu: Vida-Obra (1982). Estudioso da música erudita de vanguarda, publica artigos sobre compositores como Edgar Varèse, Anton Webern e John Cage no jornal Folha de S.Paulo, reunidos posteriormente no livro Música de Invenção (1998). Augusto de Campos também se interessa por movimentos de renovação da música popular brasileira, como a Bossa Nova e a Tropicália. Publica o livro O Balanço da Bossa (1974) e tem parcerias com os compositores Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e Arrigo Barnabé. Em 1994, grava o CD Poesia é Risco, com Cid Campos.
Fonte: http://www.itaucultural.org.br/
sexta-feira, 18 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Jardim Perdido.
JARDIM PERDIDO
Jardim em flor, jardim de impossessão,
Transbordante de imagens mas informe,
Em ti se dissolveu o mundo enorme,
Carregado de amor e solidão.
A verdura das arvores ardia,
O vermelho das rosas transbordava
Alucinado cada ser subia
Num tumulto em que tudo germinava.
A luz trazia em si a agitação
De paraisos, deuses e de infernos,
E os instantes em ti eram eternos
De possibilidades e suspensão.
Mas cada gesto em ti se quebrou, denso
Dum gesto mais profundo em si contido,
Pois trazias em ti sempre suspenso
Outro jardim possivel e perdido.
Sophia de Mello Breyner
Sophia de Mello Breyner Andresen, poetisa e contista, nasceu no Porto em 1919, onde viveu até aos 10 anos, altura em que se mudou para Lisboa.
Durante toda a sua infância e juventude teve uma educação católica e um ambiente familiar e cultural que influenciou o desenvolvimento da sua personalidade e as suas criações literárias.
Frequentou o curso de Filologia Clássica, na Faculdade de Letras de Lisboa, que não chegou a concluir.
È uma das poetisas e escritoras de livros para crianças mais importantes do país. Reflectindo a sua obra o ambiente da sua infância, as suas vivências e os locais por onde passou, principalmente os livros para crianças, como este, que lemos nas aulas de Língua Portuguesa, “A Árvore”, onde está presente a Natureza e as relações dos homens com a mesma.
Tem uma obra muito vasta, destacando-se entre outras, as seguintes obras da autora:
Poesia, 1944;
Dia do Mar, 1947;
Oral, 1950;
No Tempo Dividido, 1954;
A Fada Oriana, 1958;
Mar Novo, 1958;
A Menina do Mar, 1958;
Livro Sexto, 1962;
O Rapaz de Bronze, 1965;
O Cavaleiro da Dinamarca, 1964;
Geografia, 1967;
A Floresta, 1968;
Dual, 1972;
Nome das Coisas, 1977;
Musa, 1994;
História da Terra e do mar, 1984etc.
Tem pois, uma obra muito diversificada que está traduzida em várias línguas, tendo também recebido vários prémios:
O Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores;
O Prémio Petrarca da Associação de Editores Italianos,
O Prémio Camões, em 1999, pelo mérito como poetisa e figura de relevo da cultura portuguesa.
Foi ainda distinguida com o Prémio Jacob da Poesia em 2001.
Morreu aos 84 anos, em 2004, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
Fonte: http://pt.scribd.com/
quarta-feira, 16 de março de 2011
Em Busca da Flor, Além.
EM BUSCA DA FLOR, ALÉM
Porque procuras o Sol
no infinito
irei contigo às estrelas
à procura do Sol
Porque sentes o aroma da flor
no cimo da montanha
irei contigo além
em busca da flor
Porque vives na noite
de um dia para nascer
esperarei contigo
pela vinda da aurora
Porque morres sozinho
sonhando
viverei contigo
na morte pela vida
Domingos Florentino
Pseudônimo de Marcolino Moco. Nasceu na província de Huambo, planalto central, na localidade de Chitue, antiga Vila Flor, a 19/07/53. Descende de uma importante linhagem de chefes tradicionais. Licenciado em Direito (Luanda). Foi Governador de Província, Bié e Huambo, Ministro da Juventude e Desportos, Secretário-Geral do MPLA, Primeiro-Ministro e Presidente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Obra poética: Raízes do Porvir, 1995, Luanda, União dos Escritores Angolanos.
Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/
terça-feira, 15 de março de 2011
Criação do Serviço Postal.
CRIAÇÃO DO SERVIÇO POSTAL.
1840 – Rowland Hill, cidadão inglês, cria em Londres o primeiro Serviço Postal público do mundo, bem como os selos para cartas. Foi ele o primeiro a propor a adoção de um retângulo adesivo à carta, que assim demonstrasse o pagamento antecipado de uma taxa de correspondência. Entretanto, há dois mil anos, os imperadores de Catay na China, possuiam um bem organizado sistema de estafetas, chamado I-Chan. Quando se aderia a um comunicado oficial uma pena de galo ligeiramente queimada, queria dizer que tal mensagem era de extrema urgência.
O primeiro selo foi usado na Inglaterra a 06 de maio de 1840, para depois ser adotado em outros países; mas é o selo de um centavo, emitido em 1856 na Guiana Inglêsa, considerado como o mais raro do mundo; o último exemplar foi comprado por um colecionador australiano por 40 mil dólares.
Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto, e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 2, página 395.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Ravel.
RAVEL
Todo telefone é terrível - negro
guerrilheiro, à escuta na sala
disfarçado ao lado do sofá
à espera, no gancho
sempre na véspera
com o grampo da granada
já nos dentes.
A única saída é ocupá-lo
para que não estoure
(não posso te agarrar daqui
nem pelos fios dos cabelos
pare antes que toque
e o infinito acabe).
Todo terrível é telefone - negro
à escuta
guerrilheiro à espera
ao lado do sofá
disfarçado na sala
na véspera da granada
com o grampo nos dentes fora do gancho
ocupando a única saída
para que não estoure
(não posso nem pelos cabelos
antes que acabe e toque
o infinito, te agarrar, nos fios, pare
daí).
Armando Freitas Filho
Armando Martins de Freitas Filho, Rio de Janeiro RJ, 1940. Teve publicado seu primeiro livro de poesia, Palavra, 1960/1963, em 1963. Trabalhava, na época, como colaborador dos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil, função a que se dedicaria até 1994. Conciliou sua produção poética com cargos públicos como os de Assessor do Departamento de Assuntos Culturais do MEC, na área de literatura, entre 1974 e 1990 e Assessor do Núcleo de Estudos e Pesquisas - NEP, ligado à Presidência do IBAC - FUNARTE, em 1994. Em 1986 recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro 3x4 (1985). Seguidor da tradição poética modernista e fortemente influenciado pelas obras de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto, Freitas Filho faz versos elaborados, repletos de imagens impactantes. Suas obras poéticas mais recentes são Duplo Cego (1997) e Fio Terra (2000).
Fonte: www.itaucultural.org.br
sábado, 12 de março de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
Se houvesse degraus na terra.
SE HOUVESSE DEGRAUS NA TERRA...
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.
Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.
Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.
Herberto Helder
Herberto Helder de Oliveira (Funchal, 23 de Novembro de 1930 é um poeta português de ascendência judaica.
Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo trabalhado em Lisboa como jornalista, bibliotecário, tradutor e apresentador de programas de rádio. Viajou por diversos países da Europa realizando trabalhos corriqueiros, sem nenhuma relação com a literatura e foi redactor da revista Notícia em Luanda, Angola, em 1971, onde sofreu um acidente grave.
É considerado um dos mais originais poetas vivos de língua portuguesa. É uma figura misantropa, e em torno de si paira uma atmosfera algo misteriosa uma vez que recusa prémios e se nega a dar entrevistas. Em 1994 foi o vencedor do Premio Pessoa que recusou. É pai do jornalista Daniel Oliveira.
A sua escrita começou por se situar no âmbito de um surrealismo tardio. Escreveu "Os Passos em Volta", um livro que através de vários contos, sugere as viagens deambulatórias de uma personagem por entre cidades e quotidianos, colocando ao mesmo tempo incertezas acerca da identidade própria de cada ser humano (ficção); "Photomaton e Vox", é uma colectânea de ensaios e textos e também de vários poemas. "Poesia Toda" é o título de uma antologia pessoal dos seus livros de poesia que tem sido depurada ao longo dos anos. Na edição de 2004 foram retiradas da recolha suas traduções.
Alguns dos seus livros desapareceram das mais recentes edições da Poesia Toda, rebatizada Ofício Cantante, nomeadamente Vocação Animal e Cobra.
A crítica literária aproxima sua linguagem poética do universo da Alquimia, da mística, da Mitologia edipiana e da Imago da Mãe.
Fonte: Wikipédia.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Herança de Morte.
HERANÇA DE MORTE
Lírios em mãos de carrascos
Pombal à porta de ladrões
Filho de mulher à boca do lixo
Feridas gangrenadas sobre pontes quebradas
Assim construímos África nos cursos de herança e morte
Quando a crosta romper os beiços da terra
O vento ditará a sentença aos deserdados
Um feixe de luz constante na paginação da história
Cada ser um dever e um direito
Na voz ferida todos os abismos deglutidos pela esperança
Amélia Dalomba
Poetisa e jornalista angolana, Amélia Dalomba, nome literário de Maria Amélia Gomes Barros da Lomba do Amaral (Tichinha), nasceu no dia 23 de Novembro de 1961, no enclave de Cabinda, no Norte de Angola.
Estuda Psicologia Geral e simultaneamente desenvolve a sua actividade profissional na área do jornalismo, nomeadamente o jornalismo radiofónico e de imprensa. É colaboradora do Jornal de Angola , tendo publicado alguns dos seus textos poéticos na sua página cultural.
Obras publicadas: "Ânsia" (1995), "Sacrossanto Refúgio" (1996), "Espiga do Sahel" (2004) e "Noites ditas à chuva" (2005).
Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/
quarta-feira, 9 de março de 2011
Invenção da Máquina de Bordar.
(Máquina moderna)
INVENÇÃO DA MÁQUINA DE BORDAR
1834 – Josué Heilmann inventa a máquina de bordar. Nasceu a 10-02-1796 em Mulhouse (Prússia, Alemanha), centro principal das manufaturas de algodão da Alsácia. Nas horas livres ocupava-se constantemente com invenções. Na Alsácia, sendo hábil mecânico, dirigiu a construção de máquinas para as oficinas dum seu amigo Tann, inauguradas em 1819. De volta a Mulhouse, pois o serviço na Alsácia não mais lhe convinha, ocorreu-lhe inventar a máquina de bordar, na qual vinte agulhas deviam ser empregadas, ao mesmo tempo, na execução do bordado. Ao cabo de seis meses realizou seu intento. Esta invenção obteve Medalha de Ouro. Seu autor foi condecorado com a Legião de Honra.
Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 2, página 376.
terça-feira, 8 de março de 2011
Chegou o Carnaval.
CHEGOU O CARNAVAL
Chorei o ano inteiro
Pelo meu amor primeiro
Agora, chegou o carnaval
Vou cair na folia
Esquecer todo o meu mal
Só volto na quarta-feira
Queira ou não queira
Meu coração vai descansar
Estou na banda
Estou no bloco
Estou em qualquer lugar
Quero alegria
Quero alguém
Quero brincar.
Rô Fonseca
Rô Fonseca é um poeta, cronista e compositor de Niterói, RJ. Nasceu em 26 de abril de 1947.
Licenciou-se em Contabilidade na Faculdade do Centro Educacional de Niterói e formou-se em Ciências Contábeis e Administração na Faculdade Celso Lisboa. Ainda assim, ele se define: "sou um contador de estórias, já que os números não são meu forte".
Compôs mais de 80 músicas em parceria com diversos autores, dentre eles Nelson Sargento e, mais constantemente, Ilmar Paes, para o qual produziu o CD Várias Formas.
Durante alguns anos foi cronista do Nosso Jornal de São Gonçalo.
Escreve poesias desde jovem e sempre gostou de ler. Quando criança, um de seus passatempos prediletos era ler as embalagens das caixas que caiam em suas mãos. Na adolescência, organizava jornais no colégio. Oriundo das classes menos favorecidas, precisou pelejar para vencer na vida.
Fonte: http://rofonseca.com.br/ e Wikipédia.
SALVE O:
"DIA INTERNACIONAL DA MULHER"
PARABÉNS E BEIJOS NO CORAÇÃO PARA TODAS AS MULHERES DO MUNDO.
domingo, 6 de março de 2011
sábado, 5 de março de 2011
Os Vendilhões do Templo.
OS VENDILHÕES DO TEMPLO
Deus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.
Fazer bem não é só dar
Pão aos que dele carecem
E à caridade o imploram,
É também aliviar
As mágoas dos que padecem,
Dos que sofrem, dos que choram.
E o mundo só pode ser
Menos mau, menos atroz,
Se conseguirmos fazer
Mais p'los outros que por nós.
Quem desmente, por exemplo,
Tudo o que Cristo ensinou.
São os vendilhões do templo
Que do templo ele expulsou.
E o povo nada conhece...
Obedece ao seu vigário,
Porque julga que obedece
A Cristo — o bom doutrinário.
António Aleixo
António Fernandes Aleixo, nasceu em Vila Real de Santo António, a 18 de Fevereiro de 1899.Foi um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente em seus versos.
Era simples, humilde e semi-analfabeto. Deixou como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.
No emaranhado de uma vida recheada de pobreza, mudanças de emprego, imigração, tragédias familiares e doenças, na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como imigrante foi exercido em França.
De regresso ao seu país natal, restabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro".
Faleceu por conta de uma tuberculose, a 16 de Novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.
Fonte: http://joanaduque.blogspot.com/
sexta-feira, 4 de março de 2011
Flor da paixão.
FLOR DA PAIXÃO
beijo-te flor obscena.
no abraço dos relâmpagos
cai a chuva de pétalas
no corpo do jardim.
é com o sol nos dedos
que brinco na corola
nua de pólen frágil
e no incêndio das flores
na cegueira da luz
uma brisa solar
leva a cinza volida
no fogo brando claro.
José do Nascimento Félix
José do Nascimento Félix (José Félix, ou José N. Félix), natural de Angola, nascido em 1946, em Luanda. Licenciado em História pela F. C. S. H. da Universidade Nova de Lisboa. Promove a freqüência de listas de discussão poética na Rede, tendo criado a lista Escritas suportada pela página Encontro de Escrita, com entrevistas, divulgação de poemas e novos poetas de língua portuguesa.
Autor de Geografia da Árvore (a reinvenção da memória). Funchal: Múchia Publicações, 2003 (Col. Poéticas de La(v)Ra.
Fonte: http://www.terravista.pt/mussulo/1701
quinta-feira, 3 de março de 2011
Criação do Jardim da Infância.
CRIAÇÃO DO JARDIM DA INFÂNCIA.
1837 – Friedrich Froebel cria o Jardim da Infância. Pedagogo alemão, nasceu em Observeisbach em 1782. Faleceu em Mariental em 1855. O Jardim da Infância é por ele fundado pela primeira vez no mundo em Blakenburgo, na Turingia. Instituições desse gênero foram logo adotadas por toda a Alemanha e Suíça. Froebel foi assistente do Museu Mineralógico de Berlim e professor de Mineralogia da Universidade de Estocolmo. Pedagogo ilustre, em 1826 publicou: "Educação do Homem". A essência da doutrina froebeliana se resume no seguinte: “A educação tem por fim tornar o homem inteligente, racional e consciente, permitindo-lhe que manifeste e desenvolva a parcela de vida que lhe coube”. Admite três fatores educativos: a religião, ou seja, Deus; a Natureza; e o homem através da linguagem. A religião manifesta o ser; a Natureza, a essência da força e da ação; a linguagem, a vida como um todo.
Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 2, páginas 379/380.
quarta-feira, 2 de março de 2011
O Major faz as compras.
O MAJOR FAZ COMPRAS
Diante de legumes e frutas
sente a proximidade da luta.
Encontra uma gangue de jambos
em suspeita imobilidade.
Sopesa na mão os aspargos
que em trincheira se agrupavam.
Dirige-se à seção das carnes
com entusiasmo pelo combate.
Os corpos de vencidos peixes
parecem mortos inimigos.
Envolve o cadáver do frango
num plástico sem oração.
O carrinho cheio: vitória
póstuma do homem sobre as frutas,
as carnes e as leguminosas.
Davino Ribeiro de Sena
Davino Ribeiro de Sena, diplomata e poeta brasileiro nascido em Recife, Pernambuco, em 1957. Graduou-se em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco.
Como diplomata, viveu na Espanha, Austrália, Japão e Estados Unidos. Atualmente sediado no Consulado do Brasil em Nova Iorque, encarregado de assuntos culturais.
Livros publicados: Castelos de Areia (1991) , Pescador de Nuvens (1996), O Jaguar no Deserto (1997), Retrato com Guitarra (1997), Vidro e Ferro (1999), Três Martes (2004), Lêgo & Davinovich (2006), em parceria com Elizabeth Hazin, Expedição (2007).
Prêmios: Memórias (poema), vencedor do Prêmio Gervásio Fioravanti, edição 1982, da Academia Pernambucana de Letras; Castelos de Areia (seu primeiro livro, laureado no gênero Poesia Brasileira pela Fundação Nestlé de Cultura (1991).
Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/
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