quinta-feira, 17 de março de 2011

Jardim Perdido.


JARDIM PERDIDO

Jardim em flor, jardim de impossessão,
Transbordante de imagens mas informe,
Em ti se dissolveu o mundo enorme,
Carregado de amor e solidão.

A verdura das arvores ardia,
O vermelho das rosas transbordava
Alucinado cada ser subia
Num tumulto em que tudo germinava.

A luz trazia em si a agitação
De paraisos, deuses e de infernos,
E os instantes em ti eram eternos
De possibilidades e suspensão.

Mas cada gesto em ti se quebrou, denso
Dum gesto mais profundo em si contido,
Pois trazias em ti sempre suspenso
Outro jardim possivel e perdido.

Sophia de Mello Breyner


Sophia de Mello Breyner Andresen, poetisa e contista, nasceu no Porto em 1919, onde viveu até aos 10 anos, altura em que se mudou para Lisboa.

Durante toda a sua infância e juventude teve uma educação católica e um ambiente familiar e cultural que influenciou o desenvolvimento da sua personalidade e as suas criações literárias.

Frequentou o curso de Filologia Clássica, na Faculdade de Letras de Lisboa, que não chegou a concluir.

È uma das poetisas e escritoras de livros para crianças mais importantes do país. Reflectindo a sua obra o ambiente da sua infância, as suas vivências e os locais por onde passou, principalmente os livros para crianças, como este, que lemos nas aulas de Língua Portuguesa, “A Árvore”, onde está presente a Natureza e as relações dos homens com a mesma.

Tem uma obra muito vasta, destacando-se entre outras, as seguintes obras da autora:

Poesia, 1944;
Dia do Mar, 1947;
Oral, 1950;
No Tempo Dividido, 1954;
A Fada Oriana, 1958;
Mar Novo, 1958;
A Menina do Mar, 1958;
Livro Sexto, 1962;
O Rapaz de Bronze, 1965;
O Cavaleiro da Dinamarca, 1964;
Geografia, 1967;
A Floresta, 1968;
Dual, 1972;
Nome das Coisas, 1977;
Musa, 1994;
História da Terra e do mar, 1984etc.
Tem pois, uma obra muito diversificada que está traduzida em várias línguas, tendo também recebido vários prémios:

O Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores;
O Prémio Petrarca da Associação de Editores Italianos,
O Prémio Camões, em 1999, pelo mérito como poetisa e figura de relevo da cultura portuguesa. 

Foi ainda distinguida com o Prémio Jacob da Poesia em 2001.

Morreu aos 84 anos, em 2004, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

Fonte: http://pt.scribd.com/

8 comentários:

chica disse...

Linda poesia e não conhecia a poetisaa! abraços,lindo dia!chica

Wanderley Elian Lima disse...

Olá amigo
As flores e amor sempre foram contados em verso e prosa. Hora líricos, hora nem tanto, mas sempre tão bonitos.
Bjux

Everson Russo disse...

Que tenhamos pela vida belos jardins plantados de amor...belissmo dia pra ti amigo..abraços.

Thatica. disse...

Bom dia!

vai ter selo pra vc em meu blog..

bjs..

Flor de Lótus disse...

Bom dia,Furtado!
Lindo poema, nada mais lindo uqe um belo jardim e temos também o dever de cuidar do jardim da nossa alma.
Beijoss

Anônimo disse...

UFFFF, BELLO, MUY BELLO TEXTO.
UN ABRAZO

Andradarte disse...

Muita gente gosta de Sophia....Nesta
minha ronda, já é o quarto poema com
que me deparo...
Abraço

Luna Blanca disse...

Belas poesias. Fica na paz.