INVENÇÃO DOS FÓSFOROS
1831 – (janeiro) Charles-Marc-Sauria inventa os fósforos. Nasceu na pequenina cidade de Jura, denominada Poligny (França), em 1812. Em 1827, quando ainda colegial, teve ocasião de ver, durante uma viagem, o famoso acendedor de gás de Gay Lussac. Essa engenhosa invenção causou profunda impressão sobre o rapazinho, que se propôs a descobrir alguma coisa menos complicada e menos cara. Ao voltar, seus pais o enviaram para o colégio de Dôle a fim de continuar seus estudos. Longe de se rebelar Charles-Marc-Sauria empregou todos os instantes de sua liberdade ao estudo desse problema, aconselhado habilmente por seu professor, o Sr. Nicole, que lhe dava preciosos conselhos. Faltavam-lhe, porém, produtos químicos para continuar sua experiências e sua pequenina bolsa não lhe permitia comprá-los. Enchendo-se de coragem, conseguiu fazer interessar-se por sua causa o farmacêutico principal da cidade, que, maravilhado, deu-lhe tudo quanto necessitava. Imediatamente Sauria voltou ao trabalho e passou muitas noites em ingratas pesquisas. Finalmente, no mês de janeiro de 1831 sua perseverança foi coroada de êxito. Passou o fósforo em uma parte da parede, sobre a qual esfregou um palito com uma das pontas contendo enxofre e embebido em cloreto de potassa e a luz se fez. Apressou-se a revelar sua descoberta a seus camaradas e a seu excelente professor. Imediatamente os cumprimentos afluíram de todos os lados. Seus professores mostraram-se orgulhosos de tal aluno. Seu nome encheu a pequenina cidade. Todos os habitantes queriam ver o jovem inventor, porém, ninguém pensava em auxiliá-lo. Sempre muito pobre, não conseguiu explorar a sua descoberta. Foram, de fato estrangeiros, que aproveitaram a invenção de Charles-Marc-Sauria. No decorrer de uma viagem à Alemanha, o Sr. Nicole gabou com entusiasmo a descoberta de seu jovem aluno e seus auditores puseram-se imediatamente à obra, sem dar importância ao inventor. Um ano após sua descoberta, em 1832, surgiu na Alemanha, Jacques Frederico Kamerer, natural de Wurtemberg, que se pôs a fabricar os palitos de fósforos e a passar pela história como sendo o seu verdadeiro inventor. Dois anos mais tarde eram recebidos na França as primeiras caixas de fósforos. Quanto ao pobre colegial, terminou com grandes dificuldades seus estudos de Medicina e exerceu a profissão durante sessenta anos, até sua morte.
Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 2, páginas 361/362.