sexta-feira, 31 de julho de 2009

Teus olhos.

TEUS OLHOS
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-Teus olhos são sonhadores,
-Sonhos róseos que embalam.
Mimosas fontes de amores,
Risonhos olhos que falam.

Teus olhos são dois ramos,
De um jardim na primavera.
São dois sinais amorosos,
No celeste azul da esfera.

Teus olhos traem segredos,
Que guardas em tua alma.
Pois quando sorriem ledos,
As tuas frontes se espalmam.

Teus olhos tão termais,
São dádivas do senhor.
E, feliz será demais,
Quem merecer teu amor.

R.S. Furtado.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Garoto linha dura.

Garoto linha dura
[garotolinhaduraokokok.jpg]

Há aproximadamente quinze dias atrás, recebi de presente um exemplar do livro Garoto linha dura, que me foi enviado pela Editora Agir. Confesso que já havia mantido contato com a editora, através de sua secretária, quando na oportunidade, a mesma prometeu me enviar para que eu lesse e, posteriormente, postasse um comentário sobre o dito cujo. Eu nunca fui acostumado a receber presentes, porém, não quero dizer com isso, que eu nunca tenha recebido nenhum, muito pelo contrário, o maior e melhor presente da minha vida, foi “DEUS” quem me deu, pois hoje eu levanto as mãos para os céus e agradeço a ELE, pelo fato de ter sido gerado no ventre de uma mulher maravilhosa, uma santa mulher, que foi a minha querida e inesquecível MÃE. Mas, voltando ao assunto, o livro, não vou falar sobre o seu autor, o Stanislaw Ponte Preta, pois todos já sabem que ele foi pseudônimo se Sergio Porto, como também, era um dos maiores jornalistas/escritores brasileiro, bem como, um dos mais ferrenhos combatentes do regime autoritário que se formou após a revolução militar de 1964, quando sua arma não passava de uma máquina de escrever portátil, cujas balas não eram nada mais, nada menos, do que as palavras que dela saiam. Garoto linha dura é um livro composto de 55 crônicas, cada uma mais engraçada que a outra, que com certeza, somente fará rir aquele que se deliciar com a sua leitura. Garoto dura linha originou-se da história de um menino que, convivendo com o novo regime, onde o dedo duro imperava, cometeu o erro e pôs a culpa no filho do visinho, com a maior cara de pau. Vocês já imaginaram uma vaca dando tiro em alguém? Ou mesmo um corno deprimido, ser salvo do suicídio por uma simples greve trabalhista? E o strip-tease feito por um oficial militar numa boate? Isso sem contar com a gostosona que chifrava o coronelzinho, porque ele não mais colocava tempero na sua panela. E o pobre operário que matou o leão do circo com um pequeno canivete, que usava para fazer ponta em palito de fósforo para economizar palito? Garoto linha dura tem prefácio assinado por um dos melhores amigos do Stanislaw, também, grande jornalista e escritor Joaquim Ferreira dos Santos, e belas e bem criadas ilustrações do grande e famoso cartunista brasileiro, Sergio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o JAGUAR.

Garoto linha dura é o tipo de livro que quanto mais você lê, mais tem vontade de lê e, quando termina, fica zangado porque acabou.

Quer saber mais um pouquinho? Então dá um clic → फ्त्त्प://www.garotolinhadura.com.br

Opa! Agora não! Deixem os agradecimentos para depois.

R.S. Furtado.

domingo, 26 de julho de 2009

Aquela noite.

AQUELA NOITE
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Aquela noite da maior ventura,
Em que trêmula deste-me a beijar.
Os mornos lábios teus de voragem pura,
Vivo a lembrar.

Nenhuma estrela conseguiu luzir,
Naquela noite tenebrosa e fria.
Porém do nosso amor a refletir,
A chama ardia.

A flor que com fervor que não se doma,
Tu beijaste e me deste de amor louca.
Murcha hoje está, mas guarda ainda o aroma,
Da tua boca.

Noite de amor, de anseio e de pecado,
Que outra, nós não teremos igual.
Na qual vimos enfim concretizado,
Nosso ideal.

R.S. Furtado.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Minha mãe,Deus lhe pague!

MINHA MÃE, DEUS LHE PAGUE!
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Mas deixai também meus senhores, nesta linda hora risonha, em que as emoções mais íntimas se atropelem dentro de mim, deixai que, mal acabe de vos agradecer, eu me ausente precipitado destas galas. Sim, deixai que o meu coração voe para longe daqui, fuja para a minha estremecida cidade de São Paulo e lá, comovido e respeitoso, penetre por um momento, muito de manso numa casa modesta de bairro, sem luxo. Nesta casa, a estas horas, nesta mesma noite, está uma velha toda branca, oitenta anos, corcovada, com o seu rosário de contas já gastas, a rezar diante da Virgem pelo filho acadêmico. Pelo filho que ela, a viúva corajosa, ramo desajustado, mas altaneiro, de família opulenta, criou, educou, fez homem. Deus sabe com que sacrifícios e com que ingentes heroísmos obscuros!

Deixai, pois, senhores acadêmicos, que o meu coração voe para a casa modesta de bairro, sem luxo, entre no quarto do oratório, ajoelhe diante da velha branquinha, beije-lhe as mãos, e, na brilhante noite engalanada deste triunfo, diga-lhe, por entre lágrimas:
– Minha mãe, Deus lhe pague!

Paulo Setúbal.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

As duas flores.

AS DUAS FLORES
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São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gôta de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribu de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos.
Que em parelha descem tontos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as cavinhas do rosto,
Como as estrêlas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
N’uma eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

Castro Alves
Curralinho, março de 1870.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A melhor cousa.

A MELHOR COUSA
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Qual a melhor, ó criança,
das cousas todas que vês?
O mar que nunca se cansa?
A flor, que o vento balança?
O ninho que a rola fez?

O brinquedo com que brincas?
A bala doce que trincas?
O peralta do teu cão?
O livro que histórias conta
ou a lua que desponta
lá no céu, como lampião?

O sol, que da terra ao fundo
torna o grãozinho fecundo
melhor que tudo será?...
Desde o sábio mais profundo
ao mais pobre vagabundo,
nada é melhor neste mundo
que a mamãe que Deus nos dá!

Maria Eugênia Celso

sábado, 18 de julho de 2009

Indiferença.

INDIFERENÇA
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Não sei por que razão, não entendo,
porque insistes tanto em dizer que não.
Não vês o quanto estou sofrendo,
e tão machucado está meu coração?

Às vezes em que te procuro ver,
persistes sempre em me evitar.
Ignora que este pobre e humilde ser,
nasceu e vive somente para te amar.

Quando na rua te vejo passar,
meu corpo treme, meu coração aperta,
louco de desejo fico a te olhar.
Na minha solidão, uma ansiedade é certa,
sem a esperança de poder te amar.

R.S. Furtado.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Barcos de papel.

BARCOS DE PAPEL
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Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.

Fazia, de papel, tôda uma armada
e, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei môço. E hoje sei, pensando nêles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel, são como aquêles,

perfeitamente, exatamente iguais...
- Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!

Guilherme de Almeida

terça-feira, 14 de julho de 2009

Cantigas praianas.

CANTIGAS PRAIANAS
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Ouves acaso, quando entardece,
vago murmúrio, que vem do mar,
vago murmúrio, que mais parece
voz de uma prece,
morrendo no ar?

Beijando a areia, batendo as fráguas
choram as ondas. Choram em vão:
o inútil choro das tristes águas
enche de mágoas
a solidão.

Duvidas que haja clamor no mundo
mais vão, mais triste que esse clamor?
Ouve que vozes de moribundo
sobem do fundo
do meu amor.

Vicente de Carvalho

domingo, 12 de julho de 2009

Assembleia dos ratos.

A ASSEMBLEIA DOS RATOS
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Um gato, de nome Faro-Fino, deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha, que os sobreviventes sem ânimo de sair das tocas, estavam a pique de morrer de fome.

Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão.

Aguardaram, para isso, certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à lua.

– Acho, disse um deles, que o melhor meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos um guizo no pescoço. Assim, mal se aproxime a fera, o guizo a denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.

Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O orador foi abraçado e gabado como o maior talento da geração e, posto a votos, foi o projeto aprovado com delírio. Só votou contra um rato casmurro e muito positivo, o qual, pedindo a palavra disse:

– Está tudo muito direito. Mas quem amarra o guizo no pescoço de Faro-Fino?

Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.

Moral da história: DIZER É FÁCIL; FAZER É QUE SÃO ELAS!

Monteiro Lobato

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Conclusão.

CONCLUSÃO
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9tdQqD49S7u0qg2u9xJbzeLZg3KI2Ll2077T4WX9jXhp_Y6x96UJ-nV_xocLIz9E2Nl2vuWu_hwqyJ9m0T_ieceyET-182RwWvJ3wcQmBTj6gfmN016dKX0VeXeiXByrhVJmTpSThlx0/s400/banco.bmp

Deve ser bom morrermos, já que a vida,
De uma grande quimera não passou.
E, que subiu, desceu e na descida,
No cadáver do sonho tropeçou.

Deve ser bom morrermos, se caída,
Na dúvida a existência se enlaçou.
Se surgiu esperança, após surgida,
Em rumo de descrença se afastou.

Na voragem do tempo não sentimos,
Que os tão ligeiros dias que vencemos,
Em demanda do fim seguindo estão.

E na mesma voragem resumimos,
Que somente na morte encontramos,
De todo o amargo a doce conclusão.

R.S. Furtado

terça-feira, 7 de julho de 2009

Os covardes.

OS COVARDES
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Os covardes são perfeitos mestres do embuste. E, sabem, previamente, se organizar para colherem resultados positivos aos seus interesses. Agem, normalmente, com firmes e embutidas intenções. Em atuações constantes e bem coordenadas. As aproximações às suas possíveis vítimas são feitas, sempre, com gestos que pareçam plenamente confiáveis. Os seus ademanes configuram aparentemente, nobrezas de comportamentos. Eles, em potencial, são verdadeiros artistas. Risonhos, sempre solícitos em serem úteis. São firmemente bonzinhos. Tudo fazem para parecerem amigos perfeitos. Acima de quaisquer suspeitas. Mas, após adquirirem confiança, o que desejam é atraiçoar. O objetivo é um só: atingirem os seus alvos de interesses imediatos. A covardia é, pois, irmã gêmea da traição. Do engodo e da deslealdade absoluta.

Com objetivos definidos, as mentiras são usadas de diferentes maneiras. Funcionam como ardilezas, habilmente usadas pelos covardes. Aqueles a quem podemos chamar de covardes, são verdadeiramente fracas criaturas humanas. Eles, astuciosamente, procuram se fortalecer com os embustes muito bem elaborados. Têm hábitos singulares. Gostam de dar palmadinhas ns costas dos seus escolhidos, mas, frente a frente, olhos nos olhos, firmemente não os encaram. Um temor subconsciente, o medo de serem descobertos, os fazem rigorosamente vigilantes.

As astúcias, as tramas ardilosamente articuladas para derrubarem alguém, fazem dos covardes os mestres das artes da hipocrisia. Eles, na difícil missão de iludir, são artistas quase perfeitos. Experientes e bastantes versáteis para lidarem com todos os níveis de suas mesquinhas ações. Aos posicionados em condições inferiores às suas, os tratam com certas reservas e, esporadicamente, com alguns estudados sorrisos. Aos chefes... Ah, a coisa aí é bem diferente. Para os chefes, toda a atenção e o exagerado respeito. Elogios desnecessários e bajulações de toda espécie. Toda essa intrujice é a base fundamental da vil classe dos covardes. Eles imaginam que para vencer na vida o falso comportamento é o melhor caminho.

Quando os chefes pertencem a mesma laia, os aceitam e deles recebem, com prazer, todas as honrarias e gentilezas. Quando os chefes são sérios e, plenamente, cônscios dos seus valores profissionais, recusam o tratamento desses hipócritas.

Aqueles indivíduos que usam de sagacidade para, de maneira vil, prejudicarem os seus semelhantes, não merecem nenhum respeito. Essa infame opção de viver é um profundo desrespeito à dignidade do ser humano, já, moralmente, mais evoluído.

A covardia é o eterno apanágio dos mais fracos. Incrível é que os covardes, com todas as suas estudadas maldades, sabem, sempre, que estão errados, mas, não se modificam. Os seus posicionamentos prosseguem, invariavelmente, nas trilhas do embuste e da falsidade bem planejada. Os covardes nunca terão, dentro de si, o sentimento sóbrio da razão pura e da dignidade pessoal. Só os bons, os têm.

Felizes os que têm a consciência pura, mercê de atitudes que não os envergonham. Intimamente satisfeitos, são todos aqueles que, com absoluta dignidade, direcionam muito bem as suas vidas. Mesmo perdendo em alguns momentos, tiveram as suas consciências sempre como guias para todos os instantes de suas vidas.

Otacílio Negreiros Pimenta
In Memorian

sábado, 4 de julho de 2009

O leão e o rato.

O LEÃO E O RATO
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Ec3-gQxo4TDWuMtY1RCMH83kitMFDww3pC_08z3AxB7X5BcPG13ooFX52ou8HxStstbvXYSzFEYHJhBe7Pk2AuJuV0dRlyFa8IyytzMf9SUfKzWwmfQupnp__qy8Ew5Y7onaRGgB0SgP/s320/000003.jpg

Do solo um ratinho, às tontas,
surdiu do leão às patas.
Generoso como sempre,
se mostrou o rei das matas.

Deu-lhe a vida, mais sem prêmio
não ficam tais benefícios.
Quem diria que um ratinho
ao leão prestasse ofícios?

Sucedeu que, em certa rêde,
um dia, o leão caísse.
Não pôde desvencilhar-se,
por mais que em fúria rugisse.

Mas, mestre rato, acudindo,
tanto com os dentes roeu,
que, uma das malhas soltando,
a rêde tôda rompeu.
.........................................
Podem tempo e paciência
mais que fúria e violência.

Barão de Paranapiacaba.
1961.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O menino rico e o menino pobre.

O MENINO RICO E O MENINO POBRE
http://www.nadialopes2.blogger.com.br/maos%20dadas.JPG

Sentados na mesma pedra, á beira dágua, disse o menino ao pequenito:

– Que lindos cabelos tens! Parecem de ouro.
– Se meus cabelos fossem de ouro, minha mãe que é tão boa, não trabalharia tanto.
– Tens mãe! Exclamou o menino maravilhado.

O pequenito corou como a uma afronta.

– Se tenho mãe... Como não? Ela é que me penteia os cabelos; ela é que me conta histórias; ela é que me cura quando adoeço; ela é que me conserta a roupa e me adormece no colo, quando, cantando nas noites escuras, tremo de medo ouvindo piar a coruja. Tenho mãe, como não? Também não sou tão pobre assim.

– Pois eu não tenho! Suspirou o menino. Minha mãe morreu quando eu nasci. Estas terras, com tudo que nelas há, são de meu pai, que só me tem a mim. No palácio em que moro já se hospedou um príncipe com toda sua corte. O salão em que durmo é todo forrado de seda com lustres de ouro e tapetes onde os pés se afogam. São tantos os meus criados que, a muitos, tenho por estranhos e pasmo quando me pedem ordens.

– E quem lhe conta histórias?
– Hitórias? Leio-as nos livros.
– Quem o veste e penteia?
– A velha aia.
– Quem o acalenta, à noite, quando a coruja chirria e o vento gema nas árvores?
– Rezo a Nossa Senhora.
– Quando adoece, quem o cura?
– Os médicos.
– E quando a tristeza entra em seu coração, quem o consola?
– Choro.

Levantou-se, então o pequenito e, tomando nas suas as mãos do menino milionário, encarou-o compadecido, com os lindos olhos arrasados dágua.

– Por que choras? Que tens? Perguntou o menino comovido.
– Choro de pena, porque nunca pensei que houvesse no mundo outro mais pobre do que eu.

Coelho Neto.