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quarta-feira, 22 de julho de 2009

As duas flores.

AS DUAS FLORES
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São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gôta de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribu de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos.
Que em parelha descem tontos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as cavinhas do rosto,
Como as estrêlas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
N’uma eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

Castro Alves
Curralinho, março de 1870.