SÚCUBO
Desde
que te amo, vê, quase infalivelmente,
Todas as
noites vens aqui, E às minhas cegas
Paixões,
e ao teu furor, ninfa concupiscente,
Como um
súcubo, assim, de fato, tu te entregas...
Longe
que estejas, pois, tenho-te aqui presente.
Como tu
vens, não sei. Eu te invoco e tu chegas.
Trazes
sobre a nudez, flutuando docemente,
Uma
túnica azul, como as túnicas gregas...
E de
leve, em redor do meu leito flutuas,
Ó
Demônio ideal, de uma beleza louca,
De umas
palpitações radiantemente nuas!
Até,
até que enfim, em carícias felinas,
O teu
busto gentil ligeiramente inclinas,
E te
enrolas em mim, e me mordes a boca!
Emiliano
Perneta
Nascido
em um sitio de Pinhais, na zona rural de Curitiba, incorporando ao
sobrenome um apelido de seu pai.
Considerado
maior poeta paranaense, começou influenciado pelo parnasianismo. Foi
abolicionista, tendo feito palestras em defesa dos ideais
libertários. Publicou artigos políticos e literários, assim como
passou a incentivar, em Curitiba, a leitura do escritor Baudelaire,
fato marcante para o surgimento do simbolismo no Brasil.
Publicou
seus primeiros poemas em O Dilúculo, de Curitiba, em 1883. Mudou-se
para São Paulo em 1885, onde fundou a Folha Literária, com Afonso
de Carvalho, Carvalho Mourão e Edmundo Lins, em 1888. No mesmo ano
publicou as obras poéticas Músicas, de versos parnasianos, a Carta
à Condessa D'Eu. Foi também diretor da Vida Semanária, com Olavo
Bilac, e colaborador do Diário Popular e Gazeta de São Paulo. Leia
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