CONTRASTE
Jaz
na igreja, estendido em caixão precioso,
Um
membro da nobreza... Em pranto estão rendidos
Os
filhos seus, a viúva; e esta, a chamar o esposo,
Roga-lhe
em alta voz que atenda os seus gemidos.
Os
circunstantes, ante a cena, comovidos,
Põem-se
a soluçar pelo amigo saudoso;
Uns,
refletem, talvez, que também são maridos
E
um dia a morte vem roubar-lhes todo do gozo.
Mais
tarde um outro esquife é posto na capela...
– O
silêncio domina o ambiente funéreo,
Em
volta do plebeu, sobre a tumba singela...
Daqui,
o último sono ao descanso transfere-o,
Pois
dormiu no Senhor, que os humanos nivela,
Quando
a vida findar, no pó do cemitério.
Elias
Medeiros Ferro
Frei
Elias Medeiros Ferro
nasceu em Palmeira dos Índios, em 15 de março de 1905. Filho de
Isiano Ferreira Ferro e Maria Rosa Medeiros, não freqüentou a
escola. Autodidata, auxiliar do comércio, trabalhou quatro anos na
casa comercial do escritor Graciliano Ramos, seu parente. Em 1928,
ingressou no Convento do Carmo, de Salvador-BA, onde fez o noviciado
e a profissão religiosa, na ordem dos carmelitas. Sempre residiu no
Convento, onde, com outros irmãos, fundou o Museu do Carmo. Passou
seus últimos anos em Maceió, morrendo na capital alagoana.
Entre
suas principais obras, encontram-se: Flores do Outono (Bahia,
1956) – poesias; Tarde de Outono (Bahia, 1958) – poesias;
Cânticos do Arrebol (Bahia, 1961) – poesias; Poesias
Completas (Bahia, 1964) – poesias; Poesias Escolhidas
(Bahia, 1968) – poesias, 2ª. Edição em 1971.
Fonte:
A Poesia do Brasil
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3 comentários:
As diferenças existem até nessa hora...Depois todos são novamewnte iguais... abração, linda semana,chica
Não importam essas diferenças, mas o que foi feito em vida, pois todos viram pó e só a alma terá um destino diverso. Bjs.
OI ROSEMILDO!
LEGAL TUAS POSTAGENS DE ESCRITORES DIVERSOS, AMPLIA NOSSOS CONHECIMENTOS.
ABRÇS
http://bafejosdeminhaalma.blogspot.com.br/
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