CONTRASTE
Toda
em amor desperta apaixonada,
Nos
meus braços caía languemente.
De
passos em desmaios, abrasadas,
Pela
caricia do meu beijo ardente.
Coração,
alma, vida, me entregava,
E,
nas juras de amor que eu lhe fazia.
Ela
tão meigamente acreditava,
No
entanto eu lhe fingia...
Pela
mulher que assim me idolatrava,
Dentro
em meu peito, amor não existia...
Depois
ela por certo compreendendo,
Do
meu afeto o simples fingimento.
Seu
louco amor por mim fenecendo,
E
nascendo de então o meu tormento.
Minhas
juras de amor não acatavam,
Nos
seus em flor já não queria,
O
meu beijo que tanto lhe abrasara.
No
entanto eu não fingia.
Pela
mulher que assim me precisava,
Dentro
em meu peito, amor muito existia.
R.S. Furtado