INCENSO
Quando
dentro de um templo, a corola de prata
do
turíbulo oscila e todo ambiente incensa,
fica
pairando no ar, intangível e densa,
uma
escada espiral que aos poucos se desata.
Enquanto
bamboleia essa escada e suspensa
paira,
uma ânsia de céus o meu ser arrebata,
e
por ela a subir numa fuga insensata,
vai
minha alma ganhando a rumo azul da crença.
O
turíbulo é uma ave a esvoaçar, quando em quando
arde
o incenso... Um rumor ondula, no ar se espalma,
sinto
no meu olfato asas brancas roçando.
E,
sempre que de um templo o largo umbral transponho,
logo
o incenso me enleva e transporta minha alma
à
presença de Deus na atmosfera do sonho.
Gilka
Machado
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