BALADA QUASE METAFÍSICA
Eu estou assim:
absolutamente irremediável
por dentro e por fora, acordado ou dormindo
na Duração, no Tempo e no Espaço.
Eu estou assim:
sem cômodo comigo, sem pouso, sem arranjo aqui dentro.
Quero sair, fugir para muito longe de mim.
Todas as portas e janelas estão irrevogavelmente trancadas
na Duração, no Tempo e no Espaço.
Que é que eu vou fazer?
Não fica bem, assim sem mais nem menos, falecer.
Queria rezar, mas eu sou isto, meu Deus!,
e da minha reza, se reza fosse,
não ouvirias uma só palavra.
Tem pena, uma pena bem doída de mim,
meu Deus, e ouve para sempre esta oração,
e ampara isto que sou eu
na Duração, no Tempo e no Espaço.
Abgar Renaut
Abgar de Castro Araújo Renault (Barbacena MG 1901 - Rio de Janeiro RJ 1995). Escritor, poeta. Forma-se, em 1924, bacharel pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Entre 1927 e 1930 é deputado estadual; e de 1930 a 1931 atua como secretário do ministro da Educação e Saúde, Francisco Campos. É chefe da Secretaria do Interior e Justiça de Minas Gerais no governo de Olegário Maciel, até 1933. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1934, onde é professor do Colégio Pedro II e da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, além de assessor técnico do Departamento de Educação e Cultura do Distrito Federal, Rio de Janeiro. De 1940 a 1946 é diretor-geral do Departamento Nacional de Educação. Ocupa o posto de ministro da Educação e Cultura entre 1955 e 1956. Realiza vários trabalhos na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - Unesco e é membro do Conselho Federal de Educação. Seu primeiro livro de poesia Sofotulafai, escrito em 1951, é publicado em 1972; seguem-se os Sonetos Antigos e A Lápide sob a Lua, ambos de 1968. A Outra Face da Lua, de 1983, e Obra Poética, de 1990. Renault pertence à terceira geração do modernismo, e expressa em sua poesia as inquietações políticas de seu tempo, como as provocadas pela Segunda Guerra Mundial, 1939-1945. Para Carlos Drummond de Andrade (1902-1987, "como os poetas e escritores conscientes da sua geração e do seu país, Abgar Renault sente que a sua poesia tem de sofrer a penetração da guerra e dos problemas espirituais e morais que a guerra suscita".
Fonte: http://www.itaucultural.org.br
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11 comentários:
MUY INTERESANTE PENSAMIENTO.
UN ABRAZO
ROSEMILDO OLÁ.
O que é um dos belos versos Abgar Renaut .... Eu me concentrei sentença suulla. Quero começar, fuja de mim .... você não pode escapar-nos de nós mesmos, de nossos medos para ficar sozinha por um tempo no nosso "mundo" onde tudo é um sogno.Ma infelizmente você não pode, somos escravos da nossa alma .. mas é realmente muito bonito.
OLÁ BOA E FIM DE SEMANA LIN
ROSEMILDO CIAO .
Che bella questi versi di Abgar Renaut. Molto struggente la frase ... Voglio partire , fuggire lontano da me .... non è possibile scappare da noi stessi stessi, dalle nostre paure per restare per un po da soli nel nostro "mondo" dove tutto è un sogno.Ma purtroppo non si può,siamo schiavi della nostra anima..ma in fondo è bello così.
CIAO E BUON FINE SETTIMANA LINA
Linda e intensa poesia trazida, Rosemildo! Um abração,lindo dia!chica
Uma inquietude do querer bem mais do que poder agir...abraços meu amigo e um belo final de semana pra ti.
Oi,Furtado!Parabéns pelos 3 anos de blog e que venham outros mais!!
Tõ difícil pertencer tão difícil se senitr confortável dentro da gente mesmo e nese mundo maluco em que vivemos,mas temos que tentar...
Beijosss
Uma poesia intensa, de beleza magnifica.
Felicidades, meu amigo, querido.
Uma poesia intensa, de beleza magnifica.
Felicidades, meu amigo, querido.
Poema forte, inteno!!
Amei!!
Um beijo..bom final de semana!!
CIAO ROSIMILDO .
Non conoscevo questo poeta , ma leggendo questa poema sono subito rimasta affascinata da lui .
Spero che ne posterai altre , la tua è un ottima scelta .
CIAO E BUONA SERATA LINA
SAUDADES
PARA TI:::
Com um beijinho
Vida...
Que será?
Como será?
Como a descrever?
A vida é tanta coisa
É tão linda...
É tão feia...
É cor de rosa...
Ou até cinzenta...
Mas é...
Porque a sentimos...
A vemos passar...
Quase sempre a Correr...
E nesta vida...
É o que tu dizes...
Há-de cantar...
Há-de colorir...
Há-de gritar...
Mas há-de gritar...
Mas há-de sempre...
Saber encantar...
No sonho...
No amor...
No sofrimento...
Na dor...
E voltas a dizer...
Há-de chorar...
Há-de fazer rir...
Há-de sorrir.
E eu digo-te...
Vamos sorrir...
Gritar e para sabermos...
O que é a vida...
Vamos Amar!...
LILI LARANJO
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