ESTA É A CANDENTE TERRA...
A la mémoire demon jeune frère,
Daniel Rui de Almeida Fonseca,
sous — lieutenant de l´armée portugaise,
mort a l´âge de 24 ans, en combat, au
Mozambique.
Esta é a candente terra de negrura
Onde debalde ficamos a nossa dor
E o sangue inocente que ainda jura,
No chão da maldição, em imenso clamor.
Olvidado na pompa e na púrpura
Da investidura de reinos sem pudor,
Construídos no terror e na mentira
Da traição à sacra promessa de amor.
Esta é a pungente terra de amargura
Onde como erva torpe medra a dura
Ditadura e cresce o crime no negrume
Da súplice solidão em que a multidão
Vencida já nem crê que o afiado gume
Que redime decepe o poder da negridão.
Mário Fonseca
Mário Alberto de Almeida Fonseca nasceu a 12 de Novembro de 1939, na capital cabo-verdiana. Deixou uma vasta obra literária publicada em revistas, jornais, como o Boletim de Cabo Verde, a folha literária e "Seló" que fundou nos anos 60 com os poetas cabo-verdianos Arménio Vieira (Prémio Camões 2009) e Osvaldo Osório.
Entre as suas obras figura o livro de poesias "O Mar e as Rosas", que foi confiscado em Lisboa, em 1964, pela polícia política portuguesa, aquando do encerramento forçado da então Associação Portuguesa de Escritores. Mário Fonseca publicou também várias obras em língua francesa, nomeadamente os livros de poesia "Près de la mer" e "Mon Pays est une Musique et Poissons".
Combatente pela causa da libertação de Cabo Verde do jugo colonial português, Mário Fonseca participou em actividades da Associação de Escritores Afro-Asiáticos (Beijing, 1966), no Simpósio Literário Internacional contra o Apartheid (Brazaville, 1987) e nos Estados Gerais do Livro Francófono (Paris 1989).
Ao longo dos muitos anos em que foi obrigado a viver longe do seu país devido à sua oposição ao regime colonial, Mário Fonseca trabalhou como professor de francês no Senegal e tradutor na Mauritânia e Turquia. De regresso a Cabo Verde, o escritor colaborou activamente em quase todos os jornais e revistas que circularam no arquipélago após a sua independência, em 1975.
Mário Fonseca, que exerceu vários cargos de responsabilidade em instituições ligadas à cultura, chegou também a ser indicado para desempenhar as funções de presidente do Instituto de Língua Portuguesa, cargo que não pôde desempenhar por motivos de saúde.
Fonte: http://www.livroseleituras.com/
8 comentários:
Furtado querido!
Demorei, mas cheguei! E trouxe um presente.
Criei um selo especial para presentear a você:
http://selosemimosdosblogsdasoniasilvino.blogspot.com/2011/06/um-presente-especial.html
Motivo? Eu adoro este blog!
Beijosssss!
Os poetas africanos, sempre têm algo de amargura em seus poemas. Gostei.
Grande abraço amigo
Il tuo blog è molto bello ed interessante e tratta temi molto importantei.
La dittatura è una piaga molto dolorosa e andrebbe curata con l'aiuto delle altre nazioni.
Ognuno ha dititto alla libertà
Felice giornata
Que linda poesia! Estava difícil de entrar aqui hoje, não abria o comentário.Estamos sempre com problemas variados,né?
Viste o sucesso por lá? Novamente agradeço! abração,chica
Mais uma linda e tocante poesia!
Obrigada sempre meu amigo, por compartilhar conosco obras escolhidas por tão refinado bom gosto!
Carinhos mil pra ti, viu?
Beijos de flor
Existe uma dor entre os versos...um não sei o que de desejo,,,de paz, talvez amor...abraços de bom dia pra ti amigo...
O gostoso de vir aqui, é que você sempre tem um poeta para nos apresentar. Obrigada.
BeijooO*
Caríssimos amigos
(no plural pois é extensivo aos seus leitores)
É com grande alegria interior que estou comemorando os 500 seguidores em meu Blog:
http://espiritual-idade.blogspot.com/
200 seguidores em meu Blog:
http://espiritual-poesia.blogspot.com
200 seguidores em meu Blog:
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A Vitoria é nossa!!!
Pegue os seus mimos por lá... Vc os merece...
Excelente feriado com as bênçãos do Alto...
Com gratidão, carinho fraterno e amizade
SE DEUS É POR NÓS... QUEM SERÁ CONTRA NÓS???
Orvalho do Céu
P.S. Pena que, muitas vezes, os problemas de saúde nos impeçam de seguir sonhos e ações... Abraços fraternos
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