ANIL
Pedra tocada por Yves Klein,
em que borda do poço
se perdeu?
Em que veio de mina
ficou incrustada?
Por que a pálpebra se fechou
quando deveria estar aberta?
Por que não foi feita
a pergunta certa?
Onde o mantra
que faz surgir Tara,
caminhando hierática
sobre a muralha?
Em que noite adormeci verde
e acordei Saara?
e, mero acidente geográfico,
reste apenas a montanha de pedra.
Donizete Galvão
Donizete Galvão de Souza (Borda da Mata MG 1955). Poeta e jornalista. Filho de pequenos sitiantes, ele cursa o primário, o ginásio e o 2º grau no Colégio Nossa Senhora do Carmo, de freiras dominicanas. Como no período de sua infância não havia biblioteca pública na cidade, ele entra em contato com a poesia por intermédio do Suplemento Literário de Minas Gerais, em que conhece os poemas de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Mais tarde, lê os poetas modernistas mineiros, como Henriqueta Lisboa (1904 - 1985), Murilo Mendes (1901-1975) e Emílio Moura (1902 - 1975), entre outros, pelos quais tem afinidades e é influenciado.
Em 1973, morre seu pai, aos 49 anos. A experiência da perda é marcante em sua obra e aparece em poemas como Escoiceados. Estuda administração de empresas na cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí e trabalha como professor.
Muda-se para São Paulo em 1979, começa a estudar jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e a trabalhar como redator de publicidade na Editora Abril, onde permanece até 2005. Participa da antologia Veia Poética, que reúne poetas estreantes na década de 1980. Publica seu primeiro livro, Azul Navalha, em 1988. Divulga poemas em diversos periódicos literários de diferentes países, como Nicolau, O Galo, Poiésis, Livro Aberto, Babel, Cult, Blanco Móvil, Nanico, Suplemento Literário de Minas Gerais, Medusa, Tsé-Tsé, Mais!, do jornal Folha de S.Paulo, entre outros. Publica, em 2002, o livro de poemas Pelo Corpo, em parceria com o poeta Ronald Polito (1961) e, em 2003, Mundo Mudo.
Fonte: http://www.itaucultural.org.br/
10 comentários:
Linda poesia e biografia do autor. abraços,lindo fds,chica
Olá amigo
Essa pedra de azul encantador, emprestou seu encanto a esse lindo poema.
Bom fim de semana
Abração
A poesia tem a riqueza da alma do autor..abraços de bom final de semana pra ti amigo.
Estimado e Brilhante Amigo:
"...Em que noite adormeci verde
e acordei Saara?
e, mero acidente geográfico,
reste apenas a montanha de pedra..."
A sua opção poética é extraordinária. Perfeita por ser bela a poesia.
Bem-Haja, pelo seu talento nas escolhas que efectua.
MUITO OBRIGADO pela visita simpática.
Abraço amigo de respeito pela sua magia no que cria.
Sempre a admirá-lo
pena
Bem-Haja.
É um Ser Humano notável.
adorei a poesia...e não conhecia ao autor....
aqui a gente aprende...e descobre preciosidades...
bjo querido amigo...
Zil
Adorei conhecer esse poeta e sua arte.
BeijooO*
Dei de beber às lindas borboletas
chá de jasmim, água de cheiro
ficou uma algazarra no jardim
e até os passarinhos
vieram a mim
dei-lhes também um pouco de afeição
grãozinhos dourados
e folhas de alecrim.
Está tudo em paz no meu coração...
£UNA
Bom FDS...Beijos de coração prá coração. M@ria
Meu querido amigo
Um poema lindissimo, não conhecia o poeta, é como digo sempre, saio daqui mais rica que entrei.
deixo um beijinho
Sonhadora
Oi,Furtado!Lindos versos!E viva aos acidentes geográficos, as vezes eles fazem coisas belissimas.
Um ótimo final de semana!
Beijosss
Boa noite Rosemildo!!
Mais um talento que conheço.
Bela escolha!
Bom final de semana!!
Beijos!!
Carla
:D
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