segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Morremos!


MORREMOS!

Cansei de mendigar as tuas ínfimas migalhas,
Arrastar-me aos teus pés como um mísero coitado.
Implorar o teu amor e só receber tuas ralhas,
Como um germe qualquer, todo tempo enxotado.

Cansado da tua frieza, da tua cruel indiferença,
Vivendo só de amargura, foi essa a minha revolta.
Por não poder alimentar mais a minha crença,
Nem a esperança de um dia poder ter-te de volta.

Quem sabe, a vida nos ofereça algo bem diferente,
De tudo aquilo que em tão pouco tempo tivemos.
Muito amor, paz e felicidades venham de presente,
Para que logo esqueçamos que nos conhecemos.

Segues o teu caminho, esqueces que me conheceste,
Tires da mente a minha praia, ancores em outro porto.
Para mim já não mais existes, passaste e morreste,
Pois pra ti já não mais existo, passei, estou morto.

R.S. Furtado.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O que é...


O QUE É...

o que é o suplício de Tântalo?
é uma luz muita íntima que me aquece a noite.
o que é o suicídio?
é descer lentamente com o vagar de quem sobe.
o que é o amor?
é uma rua muito sossegada onde só se passou uma vez.
o que é muita fome?
é um tinteiro de prata cheio de sangue.
o que é a nobreza?
é o vento vindo dos bosques.
o que é a coragem?
é uma igreja dentro duma noz.
o que é um galo?
é uma dilatação na parte posterior da cabeça.
o que é a razão?
é uma carta vinda de longe.
o que é a noite?
é um texto muito antigo entoado por uma multidão de sapos.
o que é o destino?
é o amor a todo o comprimento.
o que é a infância?
é uma ilha que emerge rapidamente.
o que é a pintura?
é um banho turco prolongado.
o que é a monarquia?
é um saco cheio de pedras a pedir que o carreguem.
quem é a tua mãe?
é um mendigo que espera pela noite para rir.
que somos nós?
os olhos de um pássaro morto em viagem.
que esperamos?
a tua esperança.
que fazemos?
o dia.
quem era António Maria Lisboa?
um oráculo distraido que nunca disse a verdade.
onde vivia?
ao colo de uma estátua de farinha.
porque vivia?
porque houve quem o quisesse matar.

Mário Cesariny


Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu no dia 9 de Agosto de 1923 em Lisboa. Fez estudos de belas-artes em Lisboa e Paris. Interessou-se, igualmente, pela música e pelo cinema. Foi um dos mais importantes poetas portugueses do surrealismo. Aderiu inicialmente ao neo-realismo, de que se começou a afastar em 1947, ano em que viaja para França onde conhece André Breton. No mesmo ano integra o auto-denominado "Grupo Surrealista de Lisboa" (GSL), do qual se desliga pouco tempo depois para formar com Pedro Oom, Cruzeiro Seixas, António Maria Lisboa e Henrique Risques Pereira o grupo dissidente "Os Surrealistas". O seu primeiro livro, Corpo Visível, data de 1950. Além de poeta, romancista, ensaísta e dramaturgo, também se dedicou às artes plásticas, nomeadamente à pintura. Mário Cesariny morreu em Lisboa na madrugada do dia 26 de Novembro de 2006.

Fonte: http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Canção de Salabu.


CANÇÃO DE SALABU

Nosso filho caçula
Mandaram-no pra S. Tomé
Não tinha documentos
Aiué!

Nosso filho chorou
Mamã enlouqueceu
Aiué!

Mandaram-no pra S. Tomé
Nosso filho partiu
Partiu no porão deles
Aiué!

Mandaram-no pra S. Tomé
Cortaram-lhe os cabelos
Não puderam amarrá-lo
Aiué!

Mandaram-no pra S. Tomé
Nosso filho está a pensar
Na sua terra, na sua casa
Mandaram-no trabalhar
Estão a mirá-lo, a mirá-lo
—Mamã, ele há-de voltar
Ah! A nossa sorte há-de virar
Aiué!

Mandaram-no pra S. Tomé
Nosso filho não voltou
A morte levou-o
Aiué!

Mario Pinto de Andrade


Mario Pinto de Andrade nasceu em Ngolungo Alto (Angola) em 1928. - 1929/1947: Estudos primário e secundário em Angola. - 1948: Viaja para Portugal; matricula-se no curso de Filologia Clássica da Faculdade de Letras de Lisboa. - 1949/52: Juntamente com Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Francisco José Tenreiro e Alda Espírito Santo, na Casa dos Estudantes do Império, no Clube Marítimo e no Centro de Estudos Africanos promove atividades culturais visando a redescoberta de África. - 1953: Com Francisco José Tenreiro organiza o Caderno de Poesia Negra de Expressão Portuguesa. - 1954:
Vai viver em Paris. - 1955: Redactor da revista Présence Africaine, é também o responsável pela organização do I Congresso de Escritores e Artistas Negros; acabará por se formar em Sociologia, na Sorbonne. - 1960: Com a prisão de Agostinho Neto pela PIDE, Mário assume a presidência do recém fundado MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA (MPLA); Mário como presidente e Viriato da Cruz como secretário-geral transferem a direcção do MPLA de Luanda para Conakry. - 1961: Após a independência do Congo Belga, Mário e Viriato transferem a direcção do MPLA para Leopoldville. - 1962: Mário entrega a presidência do MPLA a Agostinho Neto, que acabara de fugir de Portugal. - 1965/67: Mário coordena a Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP). - 1973: É mandado pelo Comitê de Coordenação Político-Militar do MPLA, para organizar os textos políticos de Amílcar Cabral. - 1974: Mário, com o seu irmão Joaquim funda a “Revolta Activa”, corrente que se opõe à liderança de Agostinho Neto no MPLA, exigindo a democratização do regime; os dois irmãos Pinto de Andrade e outros militantes são muito perseguidos e têm que abandonar Angola. - 1976/8:

Após a independência de Angola, Mário exila-se na Guiné-Bissau e ocupa o cargo de coordenador-geral do Conselho Nacional de Cultura. - 1978/80: Mário é o Ministro da Informação e Cultura da Guiné-Bissau. - 1980: "Golpe de “Nino” Vieira na Guiné; Mário desloca-se para Cabo Verde. - Anos 80: Mário colabora na “História Geral da África” - 1990: A 26 de Agosto Mário falece em Londres.

Fonte: http://www.vidaslusofonas.pt/

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Invenção dos Fósforos.


INVENÇÃO DOS FÓSFOROS

1831 – (janeiro) Charles-Marc-Sauria inventa os fósforos. Nasceu na pequenina cidade de Jura, denominada Poligny (França), em 1812. Em 1827, quando ainda colegial, teve ocasião de ver, durante uma viagem, o famoso acendedor de gás de Gay Lussac. Essa engenhosa invenção causou profunda impressão sobre o rapazinho, que se propôs a descobrir alguma coisa menos complicada e menos cara. Ao voltar, seus pais o enviaram para o colégio de Dôle a fim de continuar seus estudos. Longe de se rebelar Charles-Marc-Sauria empregou todos os instantes de sua liberdade ao estudo desse problema, aconselhado habilmente por seu professor, o Sr. Nicole, que lhe dava preciosos conselhos. Faltavam-lhe, porém, produtos químicos para continuar sua experiências e sua pequenina bolsa não lhe permitia comprá-los. Enchendo-se de coragem, conseguiu fazer interessar-se por sua causa o farmacêutico principal da cidade, que, maravilhado, deu-lhe tudo quanto necessitava. Imediatamente Sauria voltou ao trabalho e passou muitas noites em ingratas pesquisas. Finalmente, no mês de janeiro de 1831 sua perseverança foi coroada de êxito. Passou o fósforo em uma parte da parede, sobre a qual esfregou um palito com uma das pontas contendo enxofre e embebido em cloreto de potassa e a luz se fez. Apressou-se a revelar sua descoberta a seus camaradas e a seu excelente professor. Imediatamente os cumprimentos afluíram de todos os lados. Seus professores mostraram-se orgulhosos de tal aluno. Seu nome encheu a pequenina cidade. Todos os habitantes queriam ver o jovem inventor, porém, ninguém pensava em auxiliá-lo. Sempre muito pobre, não conseguiu explorar a sua descoberta. Foram, de fato estrangeiros, que aproveitaram a invenção de Charles-Marc-Sauria. No decorrer de uma viagem à Alemanha, o Sr. Nicole gabou com entusiasmo a descoberta de seu jovem aluno e seus auditores puseram-se imediatamente à obra, sem dar importância ao inventor. Um ano após sua descoberta, em 1832, surgiu na Alemanha, Jacques Frederico Kamerer, natural de Wurtemberg, que se pôs a fabricar os palitos de fósforos e a passar pela história como sendo o seu verdadeiro inventor. Dois anos mais tarde eram recebidos na França as primeiras caixas de fósforos. Quanto ao pobre colegial, terminou com grandes dificuldades seus estudos de Medicina e exerceu a profissão durante sessenta anos, até sua morte.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 2, páginas 361/362. 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ver.


VER

ver, cair da noite,
a frase de guillén
— coração-mar —
pulso até a areia
e nada

diástole? síncope,
sístole infinita

prédios contemplam a praia
fugir, sob a água,
de suas sombras

: atmosfera de algum livro,
lugar sem distâncias.

Tarso de Melo


Tarso de Melo (Santo André, 03 de dezembro de 1976) é um advogado e poeta brasileiro. Fez a graduação na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e é mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Sua dissertação, Direito e ideologia: um estudo a partir da função social da propriedade rural, foi publicada em 2009 pela Editora Expressão Popular. Atualmente, cursa o doutorado em Direito na mesma instituição.

Ainda durante o curso de Direito, começou sua carreira literária e editou a revista Monturo (com três edições), em companhia de Fabiano Calixto e Kleber Mantovani. De 2002 a 2004, editou, com Eduardo Sterzi, a revista de poesia Cacto (que teve quatro números). É, desde 2006, um dos editores de K Jornal de Crítica.

Além de sua atividade como crítico, editor e poeta, colaborou com a reedição da correspondência entre Paulo Leminski a Régis Bonvicino, Envie meu dicionário. Coordenou o núcleo de leitura de poesia Observatório do poema, na Livraria Alpharrabio, em Santo André. Recebeu a Bolsa Vitae de Artes em 2005, e o projeto financiado gerou o livro de poesia Lugar algum.

Fonte: Wikipédia.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Rogai por nós.


"ROGAI POR NÓS"

“... Santa Maria mãe de DEUS, rogai por nós pecadores aqui dos 'Três Poderes em Brasília', e depois, como colher de chá, rogai por esse povo idiota e miserável que nós tanto o enganamos e roubamos, e não nos tirai essas prerrogativas que somente nos enriquecem. Amém!” 

R.S. Furtado.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Soneto da noite branca.


SONETO DA NOITE BRANCA

No insólito do azul é melodia
a paz dos claros céus. Lua madura
modela imagens sobre a serrania,
e flui o tempo em lírica doçura

nas almas e nos sonhos. Noite pura
de silêncio esplendor, magma do dia.
(Antes que no torpor da angústia escura
brilhe a estrela da morte em fronte fria,

o tumulto das ânsias se asserena
e o coração aquieta a face nua,
pois, se pensa, também está sentindo;

é que não há, Pessoa, alma pequena
sob a noite solar: carne de lua
transluminosamente azuluzindo.)

Waldemar Lopes


Waldemar Freire Lopes foi um poeta brasileiro, nasceu em Peri-Peri, então município de Quipapá, hoje pertencente a São Benedito do Sul, estado de Pernambuco, no dia 01 de fevereiro de 1911 e faleceu em Recife no dia 21 de outubro de 2006.

Sua formação intelectual foi firmada em vários campos de atividades em Pernambuco, Rio de Janeiro e Brasília, onde atuou em jornalismo (ótimo cronista e revisor primoroso), literatura (criou e participou de vários grêmios e academias literárias), administração pública, economia, direito público internacional (esses últimos vividos na sua atuação profissional no IBGE e na OEA).

Como jornalista, teve atuação destacada no Jornal do Commercio (Recife), Associação de Imprensa de Pernambuco, A Noite (Rio de Janeiro), Revista Brasileira de Estatística, Revista Brasileira de Municípios e outros órgãos da imprensa brasileira.

No Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi Diretor da Secretaria-Geral, Secretário Geral do Conselho Nacional de Estatística, membro da Comissão Censitária e da Comissão Nacional de Política Agrária.

Na Organização dos Estados Americanos (OEA), onde atuou de 1954 a 1976, foi diretor de seu escritório no Brasil e representante de sua Secretaria-Geral junto ao Governo Brasileiro.

Desde sua residência no Rio de Janeiro, já recebia amigos (juntamente com sua esposa Iracy) nos sábados, para reuniões literárias informais, que foram denominadas Sabalopes. Essas reuniões persistiram até o dia em que foi hospitalizado, antes de sua morte.

Fontes: http://www.revista.agulha.nom.br/
             Wikipédia.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Picada de marimbondo.


PICADA DE MARIMBONDO

(Para o Pila – companheiro de infância)

Junto da mandioqueira
perto do muro de adobe
vi surgir um marimbondo

Vinha zunindo
cazuza!
Vinha zunindo
cazuza!

Era uma tarde em Janeiro
tinha flores nas acácias
tinha abelhas nos jardins
e vento nas casuarinas,
quando vi o marimbondo
vinha voando e zunindo
vinha zunindo e voando!

Cazuza!
Marimbondo
mordeu tua filha no olho!

Cazuza!
Marimbondo
foi branco que inventou...

Ernesto Lara Filho


Ernesto Pires Barreto Lara Filho nasceu em Benguela em 1922 e faleceu no Huambo em 1977 num acidente de aviação. Fez os seus estudos (primários e secundários) na cidade de Benguela, tendo-se formado, mais tarde, na Escola Nacional de Agricultura de Coimbra, no curso de Regente Agrícola, em 1952. A nível político, foi membro do Partido FUA (Frente Unidade de Angola), tendo, devido a isso, sido preso pela PIDE. Foi jornalista, poeta e cronista, tendo contribuído com produções suas para vários jornais e revistas e, juntamente, com Inácio Rebelo de Andrade, dirigido a "Colecção Bailundo" onde se publicaram três livros de poesia.

Foi co-fundador, em 1975, da União dos Escritores Angolanos, em Luanda. É considerado por certos críticos como "'Escritor maldito', pela sua postura de boémio e por contradizer o status quo e o bom gosto da "elite intelectual", da época (e não só). Mesmo depois da independência nacional Ernesto Lara Filho nunca abandonou o seu espírito inconformista, individualista, humorista e a obsessiva apologia à marginalidade que constituem imagens de marca da sua poesia e dos seus ensaios. Figura em diversas antologias, nomeadamente, Antologia de Poesia Angolana (1957), Poetas Angolanos (1959), Poetas Angolanos (1962), O Corpo da Pátria - Antologia Poética da Guerra do Ultramar, 1961-1971 (1971), Presença de Idealeda (1973), Angolana (1974), Poesia Angolana de Revolta (1975), Antologia da Poesia Pré-Angolana (1976), No Reino de Caliban. Antologia Panorâmica da Poesia Africana de Expressão Portuguesa (1976), Poesia de Angola (1976). As suas obras publicadas são: Picada de Marimbondo (1961), O Canto do Martrindinde e Outros Poemas Feitos no Puto (1964), Seripipi na Gaiola (1970), O Canto do Martrindinde (1974, 1989), Crónicas da Roda Gigante (1990).

Fonte: http://www.ovimbundu.org

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Invenção do Cimento.


INVENÇÃO DO CIMENTO

1792John Smeaton, cidadão inglês, inventa o Cimento Portland. O cimento é uma espécie de argamassa feita com um pó de composição especial, que serve para ligar entre si e segurar fortemente pedras, tijolos, etc. Cimento armado é a argamassa de cimento em que estão embebidas vergas de ferro e que se emprega modernamente em construções.

John Smeaton era um engenheiro inglês. Nasceu em Ansthorp em 1724. Faleceu em 1792. Seus pais se dedicaram à advocacia, porém como resultado duma viagem que realizou à Holanda, interessaram-lhe os canais e outras obras de engenharia daquele país, razão por que se dedicou a esse estudo. Em 1756 foi encarregado de construir o Farol de Eddystone, que terminou em 1759 e foi considerado como um modelo em seu gênero. Não foi suplantado por nenhum outro durante cento e vinte anos. Construiu posteriormente as pontes de Perth, Banff, Colstream e Edimburgo e o Canal de Clude, que é o mais considerável de seus trabalhos. Inventou diversos aparatos e instrumentos, melhorou outros. Pertenceu à Sociedade Real.

Portland é o nome de uma península da costa do Condado de Dorset, na Ingraterra, nome este com que designou o cimento de sua invenção, que é hidráulico e fabricado pela calcinação de uma mistura artificial de argila e cré, que é um calcário friável branco, chamado comumente greda branca.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 2, páginas 278/281.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Não posso adiar o coração.


NÃO POSSO ADIAR O CORAÇÃO

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa


António Ramos Rosa nasceu em Faro, a 17 de Outubro de 1924, e aí viveu durante a sua juventude até se mudar definitivamente para Lisboa, em 1962. Dele pode dizer-se que literalmente a sua vida se confunde com a poesia, tendo sido a sua casa sempre um espaço informal de acolhimento e intercâmbio com outros poetas e leitores de poesia, tanto portugueses como estrangeiros. A sua personalidade e obra têm merecido a distinção de prémios literários nacionais e internacionais, confirmando a importância do seu percurso literário com a atribuição do Prémio Pessoa, em 1988.

Com quase meio século de actividade poética, António Ramos Rosa é um autor não só fértil, mas também dedicado à própria fertilidade simbólica das palavras. É um poeta das imagens e dos gestos, abraçados por um sentido muito vivo e preciso de ser um corpo animado pelo contacto profundo com as coisas do mundo e da natureza. Poderia dizer-se que António Ramos Rosa, em cada poema, procura cercar as palavras de um sopro que efectivamente as anime e as torne mais próximas das coisas que evocam. É um escrita de tom quase epidérmico, e pelo facto de constituir uma obra tão vasta, podemos encontrar uma miríade de variações na expressão, que vagueiam desde a presença dramática das paixões que afligem o ser humano, à tentativa de concretizar através das palavras a alegria de viver de um momento feito símbolo pela presença de uma resposta da natureza...

O último livro que editou intitula-se Cada árvore é um ser para ser em nós, e constitui uma parceria com o fotógrafo Paulo Gaspar Ferreira, autor das fotografias que acompanham os poemas de A. R. Rosa – uma árvore na Granja de Belgais (Castelo Branco), junto da qual foram igualmente efectuados registos sonoros que figuram num CD anexo ao livro. É uma obra verdadeiramente belíssima, cheia de frescura e imagens de profundo requinte poético, que vale certamente a pena por se apresentar como uma composição muito completa em torno do tema da árvore, tratado de forma humanizada...

Fonte: http://lugardaspalavras.no.sapo.pt/

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Doar.

DOAR

“Doe de coração para ajudar e não para se mostrar, pois não adianta doar e depois se arrepender e lamentar porque doou.”

R.S. Furtado

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Heroísmo.


HEROÍSMO

Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.

Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
Eu creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.

Contudo, num barquinho transparente,
No ser dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e nágua quase assente,

E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!

Cesário Verde


José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1855 — Lumiar, 19 de Julho de 1886) foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.

Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e as actividades de comerciante herdadas do pai.

Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós (1884).

Tenta curar-se da tuberculose, mas sem sucesso, vem a falecer no dia 19 de Julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia publicada em 1901.

No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, que são os seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.

Fonte: Wikipédia.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mil poemas sobre Brasília.


MIL POEMAS SOBRE BRASÍLIA

escrevo desta forma mil poemas
sobre Brasília. o eixo largo antologia
meus sentimentos e eu sigo
baixo, só levantado por dentro
na alvura de Niemeyer que
revelou o lugar para o meu
irmão nascer

escrevo desta forma mil poema
sobre Brasília. pássaro buscando
o povo, voando por toda a
beleza que sai à rua e eu sigo
baixo, só levantado pela
candura do meu irmão que
me traz identidade

ao monumento, que um
monumento é de fato o tamanho
verdadeiro do coração

e eu falo alto, tenho avenida
inteira um ataque tão
genuíno de paixão

Valter Hugo Mãe


Valter Hugo Mãe nasceu em Angola, Saurimo, em 1971. Passou a infância em Paços de Ferreira, vive em Vila de Conde desde 1981. Licenciado em Direito, pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea.

Autor do romance o apocalipse dos trabalhadores, Quidnoví, 2008, um dos romances de maior impacto crítico no corrente ano em Portugal.

Vencedor do Prêmio José Saramago de romance, 2006.

Livros de poesia: bruno (2007), pornografia erudita (2007), livro de maldições (2006), o resto da minha alegria seguido de a remoção das almas (2003), útero (2003) , a cobrição das filhas (2001) e três minutos antes de a maré encher (2000). No Brasil saíram seus poemas reunidos em: mil e setenta e um poemas (Thesaurus,2008)

Página do autor: www.valterhugomae.com

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Composição Química do Metano.



COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO METANO

1805William Henry estabelece a composição química do metano. É o metano denominado em 1778 “gás dos pântanos” por Alexandre Volta. O metano que é um composto de carbônio e hidrogênio, rico em gorduras, óleos, açúcares, álcoois, etc., torna possível a formação de compostos orgânicos, daí o seu aproveitamento em todos os campos da técnica e da indústria. Os povos antigos já conheciam esse gás, mas adoravam as chamas que dele se desprendiam como se esse fogo fosse sagrado, até que Volta o descobrisse como gás diferente, William Henry determinasse sua composição e, por fim, venha a ciência moderna a empregá-lo como combustível para gerar energia nas indústrias e nos veículos a motor, William Henry, químico e físico inglês, nasceu em Manchester, a 12 de dezembro de 1774. Faleceu em Pendeblury a 02 de setembro de 1836.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 02, página 313.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Noite.


NOITE

Melhor é ter um cão
com quem se possa conversar,
especialmente à noite.

Melhor é ter um cão
para em silêncio ser ouvido,
como se palavras não existissem
nem conversas,
nem dizeres.

Com um cão as palavras
são desnecessárias.

Nesta sala vivemos quietos
diante da janela
e isto nos basta.

Álvaro Alves de Faria

Álvaro Alves de Faria (São Paulo, 9 de Fevereiro de 1940) é um poeta, escritor e jornalista brasileiro. É um poeta da Geração 60. Dedica-se a diversos gêneros literários entre os quais poemas, novelas, romances, ensaios e crônicas, além de ter escrito peças de teatro. Como poeta, iniciou, em 1965, o movimento de recitais públicos nas ruas e praças de São Paulo, quando lançou o livro "O sermão do Viaduto" - um comício poético - em pleno Viaduto do Chá. Em 1966 foram proibidos, por motivos políticos. Jornalista profissional, dedicou-se à área cultural, especialmente na crítica literária em jornais, revistas, rádio e televisão. Pelo seu trabalho recebeu, em 1976 e 1983, o Prêmio Jabuti de Literatura da Câmara Brasileira do Livro.

Fonte: Wikipédia.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Em busca da felicidade.


EM BUSCA DA FELICIDADE

Já não mais sinto a falta dos teus beijos,
Nem tampouco lembro mais dos teus carinhos.
Tudo mudou, eu já não tenho mais desejos,
De ter-te nos braços, como antes em nossos ninhos.

Já não mais me importo com essa tua ausência,
Tua presença em nada acrescenta atualmente.
Se antes te implorava e rogava por clemência,
Neste momento, tanto faz, para mim é indiferente.

O tempo passa, as coisas mudam, tudo acontece,
Tudo que começa, com certeza, um dia terá fim.
Se os sentimentos mudam nos outros, é o que parece,
Por que então, haveria de ser diferente em mim?

Procures alguém que te ame e te faça muito feliz,
E que aceite essa tua forma de amar, que não aceitei.
Pois esse não foi o grande amor que eu sempre quis,
Parti em busca da felicidade, sou feliz, a encontrei.

R.S. Furtado.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mau hábito.


MAU HÁBITO

Em que lugar que mora a Mãe d'Água mamãe
É lá na fonte da vovó
Como é que ela é
É uma mulher bonita de cabelo verde
Corpo de peixe vestida de estrelas rabuda
Por que é que eu não vejo ela
é porque ela não se mostra aos meninos
Que tiram ranho do nariz com os dedos
E durante todo tempo em que
Eu podia crer na vida da Mãe d'Agua
O meu nariz foi o único culpado
Dela não ter me aparecido

Tyrteu Rocha Vianna


Tyrteu Rocha Vianna, advogado e poeta gaúcho, nasceu na cidade de São Francisco de Assis-RS, em 22 de novembro de 1898, filho de Francisco Pereira Vianna (Chico) e Maria Amélia da Rocha Vianna (Maruca), que casaram em São Francisco de Assis, em 1877 e, ao batizar o filho com o nome de Tyrteu, homenagearam, primordialmente, o poeta greco Tyrteo (VII a. C.).

Durante a sua mocidade, Tyrteu viveu em Porto Alegre, onde concluiu o curso de direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, em novembro de 1922. Nessa época, foi "colorado" entusiasta, torcia pelo Sport Club Internacional, time do seu coração.

Já bacharel, retornou a São Francisco de Assis, exercendo a advocacia. Como poeta, é o autor do livro "Saco de Viagem", publicado em 1928, pela Livraria do Globo de Porto Alegre. Dedicou o livro ao Dr. Heitor Guimarães, médico revolucionário e ao Dr. La Hire Guerra, Juiz de Direito em Alegrete-RS. La Hire homenageou os mortos no heróico combate de 1923, na praça central assisense. La Hire Guerra foi o 14º Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, entre 1937 e 1945.

Tyrteu era um vanguardista, o poeta mais original do Modernismo Sul-Rio-Grandense, com a sua poética da radicalidade, a mais visceralmente ligada ao credo estético da Semana de Arte Moderna de São Paulo, de 1922. Chegou a ser considerado pela crítica, como o "Oswald de Andrade" do Rio Grande do Sul. Foi o nosso modernista mais ortodoxo, revolucionário da poesia e crítico implacável.

Viveu numa época de intensa e profunda transformação sócio-política-cultural-econômica no mundo. Tyrteu tinha 21 anos quando perdeu seu pai, Francisco Hemetério Pereira Vianna, em 1919 (03.03.1853 / 05.04.1919) Seu pai foi delegado de polícia, em 1890. Perdeu sua mãe em 1927. Com o inventário da mãe, Tyrteu herdou fabulosa fortuna. Os familiares de Tyrteu, os Rocha Vianna, foram influentes estancieiros e líderes políticos de São Francisco de Assis.

Esteve no Rio de Janeiro, estudando pintura. Percorreu a Europa. Recebia, através da Livraria do Globo, as novidades editoriais nacionais e estrangeiras.

Em 12 de junho de 1959, Tyrteu publicou, em Alegrete-RS, nos Cadernos do Extremo Sul, o poema "Versos para um tordilho chamado Maomé".

Em 21 de setembro de 1963, Tyrteu Rocha Vianna faleceu na cidade de Alegrete-RS.

Em 1993, o Instituto Estadual do Livro, em companhia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, lançaram a 2a. Edição do livro "Saco de Viagem".

Colaboração de Ivan Dorneles Rodrigues.

Fonte: http://www.oocities.com/

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Portugal colonial.



PORTUGAL COLONIAL

Nada te devo
nem o sítio
onde nasci

nem a morte
que depois comi
nem a vida

repartida
p'los cães
nem a notícia

curta
a dizer-te
que morri

nada te devo
Portugal
colonial

cicatriz
doutra pele
apertada

David Mestre


David Mestre foi poeta e contista. Cidadão angolano, mas nasceu em Loures, Portugal, em 1948 e faleceu em Lisboa, 1998. Radicado em Angola desde oito meses de idade. Curso complementar dos liceus, incompleto. Colaboração literária dispersa pela imprensa e publicações especializadas de todos os países de língua portuguesa. Participou, na frente de batalha, da luta contra a UNITA e África do Sul.

Luís Filipe Guimarães da Mota Veiga era o seu nome verdadeiro. Começou a ser conhecido por David Mestre após publicação do seu segundo livro «Crónicas do Gheto» (1972).

Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Invenção do Estetoscópio.


INVENÇÃO DO ESTETOSCÓPIO

1816René Laennec, jovem médico do Hospital Necker, de Paris, nasceu no norte da França em 1781. Inventa o “estetoscópio”. E foi assim: passeava ele pelos jardins do Palácio do Louvre. Um bando de crianças despertou-lhe a atenção. Brincavam alegres e felizes. Algumas ouviam, através de compridos pedaços de madeira, os ruidos provocados por seus companheiros, noutra extremidade. Este fato inspirou-o, de modo a concretizar o seu invento. Consiste o “estetoscópio” numa haste de madeira de 0,10m a 0,30m atravessada por um canal regular. Uma das extremidades termina por uma placa circular disposta de modo a poder aplicar-se-lhe ao ouvido; a outra extremidade alarga em pavilhão de corneta e serve para recolher os sons, assentando sobre o ponto que se quer auscultar. Ouvindo-se por meio dele os ruídos que se produzem na caixa toráxica, facilita-se a cura das enfermidades originárias dos brônquios e pulmões.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 02, páginas 332/333.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A um pai.


A UM PAI

Fitando longe os teus passados dias,
vendo tingidas de mortais palores
trêmulas crenças, entre murchas flores,
em pó desfeitas puras alegrias;

em sonho, em riso, em lágrimas dirias:
"A noite rola fúnebres vapores...
Mas brilha a estrela d'alva! Aos seus fulgores
é verde o campo, o mar tem harmonias".

Era esse filho que adoravas tanto,
na densa névoa da alma entristecida,
azul estrela, da alvorada o canto!

Cedo trocou-se na estação querida
do orvalho a gota em pérola de pranto,
morreu em flor a flor de tua vida.

Pedro Luís Pereira de Sousa


Pedro Luís Pereira de Sousa nasceu em Araruama no dia 13 de dezembro de 1839, e faleceu em Bananal no dia 16 de julho de 1884, foi um advogado, jornalista, político, orador e poeta brasileiro.

Filho do Comendador Luís Pereira de Sousa e Dona Carlota Viterbo de Sousa.

Foi deputado em dois mandatos, ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente da província da Bahia, de 29 de março a 11 de dezembro de 1882 e de 16 de dezembro de 1882 a 14 de abril de 1884.

Como ministro interino da Agricultura, Comércio e Obras Públicas pede para Machado de Assis continuar como oficial de gabinete.

Em 1880 foi agraciado com o título de conselheiro do Império.

Era tio do presidente Washington Luís Pereira de Sousa.

É o patrono da cadeira 31 da Academia Brasileira de Letras. Em 1934 a academia publicou os seus Dispersos.

Fonte: Wikipédia.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Direitos e Deveres"


"DIREITOS E DEVERES"

“Quando pensares em fazer valer os teus direitos, lembras-te que também tens deveres, principalmente, o de respeitar os direitos dos outros.”
 
R.S. Furtado.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Doçura de estar só...


DOÇURA DE ESTAR SÓ... 

Doçura de estar só quando a alma torce as mãos!
— Oh! doçura que tu, Silêncio, unicamente
sabes dar a quem sonha e sofre em ser o Ausente,
ao lento perpassar destes instantes vãos!

Doçura de estar só quando alguém pensa em nós!
De amar e de evocar, pelo esplendor secreto
e pálido de uma hora em que ao Seu lábio inquieto
floresce, como um lírio estranho, a Sua voz!

E os lustres de cristal! E as teclas de marfim!
E os candelabros que, olvidados, se apagaram
E a saudade, acordando as vozes que calaram!
Doçura de estar só quando finda o festim!

Doçura de estar só, calado e sem ninguém!
Dolência de um murmúrio em flor que a sombra exala,
sob o fulgor da noite aureolada de opala
que uma urna de astros de ouro ao seio azul sustém!

Doçura de estar sós Silêncio e solidão!
Ó fantasma que vens do sonho e do abandono,
dá-me que eu durma ao pé de ti do mesmo sono!
Fecha entre as tuas mãos as minhas mãos de irmão!

Eduardo Guimarães


Eduardo Guimarães (Porto Alegre, 1892 — Rio de Janeiro, 1928) foi um escritor, tradutor e jornalista brasileiro.

Ao tentar publicar seu primeiro poema, o soneto Aos Lustres, aos 16 anos, no Jornal da Manhã, de Porto Alegre, teve que convencer o editor, Marcelo Gama, que tinha sido realmente o autor da peça.

A partir de 1911 colaborou com diversos periódicos de Porto Alegre, entre eles o Jornal do Comércio, Folha da Manhã, Diário, Federação e Correio do Povo.

Foi diretor da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, onde havia começado como auxiliar técnico.

Entre 1912 e 1916 viveu no Rio de Janeiro, onde colaborou nos jornais A Hora, Rio-Jornal, A Imprensa e Boa Hora, e na revista Fon-Fon.

Poeta simbolista, formou, junto a Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, a "trindade simbolista" no Brasil.

Era pai do também escritor e jornalista Carlos Rafael Guimarães.

É patrono da cadeira 38 da Academia Rio-Grandense de Letras. Foi homenageado como patrono da Feira do Livro de Porto Alegre de 1969.

Obra poética: Caminho da Vida, 1908; A Divina Quimera, 1916.

Fonte: wikipedia


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O dia que invejei meu presidente.


O DIA QUE INVEJEI MEU PRESIDENTE

Tenho prosa
publicada
em livro,
não tenho
poesia!
Mas sou poeta
desde
a primeira
hora,
sinto isso.
Se me perguntassem
o que gostaria
de ser
em Novembro?
Sem consultar
Wycliffe Jean
responderia
Presidente
de Moçambique,
só pra viver
o parto
de meus versos
em livro.

Domi Chirongo


Domi Chirongo é um terráqueo que nasceu pela primeira vez em 1975. Orgulha-se de nunca ter saído de África, embora tenha tido uma infância coberta de viagens com a família pelas diferentes províncias de Moçambique.

Ele é licenciado em Psicologia e Pedagogia e Pós-Graduado em Saúde Pública. Tem colaboração dispersa em vários órgãos de informação nacional e estrangeira, para além de ter publicado o romance “XIDAMBANE – Um pequeno Africano Vítima das Cheias”.

É membro do SNJ (Sindicato Nacional dos Jornalistas), MISA - Moçambique (Instituto de Comunicação Social da África Austral), Cine-Clube, da associação “Esperança para Todos” e membro de direcção da SOMAS (Sociedade Moçambicana dos Autores).

Atualmente é também presidente da União Nacional dos Escritores (UNE), uma associação da qual é fundador.

Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Astigmatismo.


“ASTIGMATISMO”

Thomas Yong, cientista inglês, é o primeiro a descrever a pertubação visual, que recebe o nome de “astigmatismo”. Trata-se dum defeito da visão, que consiste em a córnea e o cristalino não conservarem simetria em torno do eixo do olho. Na maioria dos casos a seção vertical da córnea de um olho astigmático apresenta maior curvatura que sua seção horizontal, e então a imagem de uma linha horizontal se forma mais perto do cristalino do que a imagem de uma linha vertical. Este defeito é corrigido empregando-se lentes cujas faces têm curvaturas distintas, em geral cilíndricas, nos diversos meridianos, de modo a compensarem os defeitos do olho. O astigmatismo poderá prejudicar o funcionamento do olho humano, quando a defeituosa posição do cristalino torne oblíquos ao mesmo os pincéis de luz recebidos através da pupila, ou duma igual curvatura das faces do cristalino ou da córnea transparente nas diversas seções meridianas do olho.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 02, páginas 308/311.