quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mau hábito.


MAU HÁBITO

Em que lugar que mora a Mãe d'Água mamãe
É lá na fonte da vovó
Como é que ela é
É uma mulher bonita de cabelo verde
Corpo de peixe vestida de estrelas rabuda
Por que é que eu não vejo ela
é porque ela não se mostra aos meninos
Que tiram ranho do nariz com os dedos
E durante todo tempo em que
Eu podia crer na vida da Mãe d'Agua
O meu nariz foi o único culpado
Dela não ter me aparecido

Tyrteu Rocha Vianna


Tyrteu Rocha Vianna, advogado e poeta gaúcho, nasceu na cidade de São Francisco de Assis-RS, em 22 de novembro de 1898, filho de Francisco Pereira Vianna (Chico) e Maria Amélia da Rocha Vianna (Maruca), que casaram em São Francisco de Assis, em 1877 e, ao batizar o filho com o nome de Tyrteu, homenagearam, primordialmente, o poeta greco Tyrteo (VII a. C.).

Durante a sua mocidade, Tyrteu viveu em Porto Alegre, onde concluiu o curso de direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, em novembro de 1922. Nessa época, foi "colorado" entusiasta, torcia pelo Sport Club Internacional, time do seu coração.

Já bacharel, retornou a São Francisco de Assis, exercendo a advocacia. Como poeta, é o autor do livro "Saco de Viagem", publicado em 1928, pela Livraria do Globo de Porto Alegre. Dedicou o livro ao Dr. Heitor Guimarães, médico revolucionário e ao Dr. La Hire Guerra, Juiz de Direito em Alegrete-RS. La Hire homenageou os mortos no heróico combate de 1923, na praça central assisense. La Hire Guerra foi o 14º Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, entre 1937 e 1945.

Tyrteu era um vanguardista, o poeta mais original do Modernismo Sul-Rio-Grandense, com a sua poética da radicalidade, a mais visceralmente ligada ao credo estético da Semana de Arte Moderna de São Paulo, de 1922. Chegou a ser considerado pela crítica, como o "Oswald de Andrade" do Rio Grande do Sul. Foi o nosso modernista mais ortodoxo, revolucionário da poesia e crítico implacável.

Viveu numa época de intensa e profunda transformação sócio-política-cultural-econômica no mundo. Tyrteu tinha 21 anos quando perdeu seu pai, Francisco Hemetério Pereira Vianna, em 1919 (03.03.1853 / 05.04.1919) Seu pai foi delegado de polícia, em 1890. Perdeu sua mãe em 1927. Com o inventário da mãe, Tyrteu herdou fabulosa fortuna. Os familiares de Tyrteu, os Rocha Vianna, foram influentes estancieiros e líderes políticos de São Francisco de Assis.

Esteve no Rio de Janeiro, estudando pintura. Percorreu a Europa. Recebia, através da Livraria do Globo, as novidades editoriais nacionais e estrangeiras.

Em 12 de junho de 1959, Tyrteu publicou, em Alegrete-RS, nos Cadernos do Extremo Sul, o poema "Versos para um tordilho chamado Maomé".

Em 21 de setembro de 1963, Tyrteu Rocha Vianna faleceu na cidade de Alegrete-RS.

Em 1993, o Instituto Estadual do Livro, em companhia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, lançaram a 2a. Edição do livro "Saco de Viagem".

Colaboração de Ivan Dorneles Rodrigues.

Fonte: http://www.oocities.com/

12 comentários:

chica disse...

Lindo e eu daqui não o conhecia!abraços, lindo dia!chica

Zélia Guardiano disse...

Lindo, comovente, Rosemildo!
Que poema! Até dói
dentro do peito...
E ainda, como você cstuma fazer, um presente extra: a biografia do autor.
Postagem magnífica, querido amigo!
Muito grata!
Beijos

Wanderley Elian Lima disse...

Olá Rosemildo
O hábito , foi maior que o desejo de ver a mãe d'Água. Coitadinho rsrsrs
Abração

Everson Russo disse...

Realmente foi um mal habito...abraços de bom dia pra ti amigo.

Flor da Vida (Suelzy Quinta) disse...

Rsrsr... Eita coisa! Pelo mal costume, perdeu o sonho... Amigo, obrigada sempre por tão belas postagens! Carinhos... Bjsss

Anônimo disse...

MUY INTERESANTE TEXTO.
UN ABRAZO MI AMIGO

Déia disse...

Vixi...

bj

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo

Como sempre um belo poema e como sempre aprendo...digo sempre o mesmo, mas é a realidade.

Beijinho com carinho
Sonhadora

Unknown disse...

Lamentações do quão teria sido diferente se houvesse dado atenção as histórias que mamãe contava. Vai ver que era porque não acreditava...

Reflexivo poema Furtado.

Bravo!

Fiz uma média limpeza em meu blog, tirei algum peso, os exageros...
Depois me avise se deu certo. Ainda não abrir um outro de mimos
por esquecimento, por não conseguir manter ligada essa alma minha a outros interesses... Ela em mim, não pára.

Bjs

Livinha

Flor de Lótus disse...

Oi,Rosemildo!Também sou gaúcha como a Chica e nunca tinha ouvido falar nesse poeta.Lindos versos!E obrigada por partilhar conosco esses lindos versos.
Beijosss

ETERNA APAIXONADA disse...

Meu bom amigo

Sempre tão gentil em suas visitas! Obrigada, de coração.
Ando afastada da blogosfera, mas fico feliz quando consigo acessar.
Mais uma postagem excelente,como sempre! Apreciei muito ler.
Tenha também um ótimo fim de semana!
Beijos

Rosane Marega disse...

Sempre surpreendente NÉ Rosemildo!
Adorei!
Beijosss