quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Doçura de estar só...


DOÇURA DE ESTAR SÓ... 

Doçura de estar só quando a alma torce as mãos!
— Oh! doçura que tu, Silêncio, unicamente
sabes dar a quem sonha e sofre em ser o Ausente,
ao lento perpassar destes instantes vãos!

Doçura de estar só quando alguém pensa em nós!
De amar e de evocar, pelo esplendor secreto
e pálido de uma hora em que ao Seu lábio inquieto
floresce, como um lírio estranho, a Sua voz!

E os lustres de cristal! E as teclas de marfim!
E os candelabros que, olvidados, se apagaram
E a saudade, acordando as vozes que calaram!
Doçura de estar só quando finda o festim!

Doçura de estar só, calado e sem ninguém!
Dolência de um murmúrio em flor que a sombra exala,
sob o fulgor da noite aureolada de opala
que uma urna de astros de ouro ao seio azul sustém!

Doçura de estar sós Silêncio e solidão!
Ó fantasma que vens do sonho e do abandono,
dá-me que eu durma ao pé de ti do mesmo sono!
Fecha entre as tuas mãos as minhas mãos de irmão!

Eduardo Guimarães


Eduardo Guimarães (Porto Alegre, 1892 — Rio de Janeiro, 1928) foi um escritor, tradutor e jornalista brasileiro.

Ao tentar publicar seu primeiro poema, o soneto Aos Lustres, aos 16 anos, no Jornal da Manhã, de Porto Alegre, teve que convencer o editor, Marcelo Gama, que tinha sido realmente o autor da peça.

A partir de 1911 colaborou com diversos periódicos de Porto Alegre, entre eles o Jornal do Comércio, Folha da Manhã, Diário, Federação e Correio do Povo.

Foi diretor da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, onde havia começado como auxiliar técnico.

Entre 1912 e 1916 viveu no Rio de Janeiro, onde colaborou nos jornais A Hora, Rio-Jornal, A Imprensa e Boa Hora, e na revista Fon-Fon.

Poeta simbolista, formou, junto a Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, a "trindade simbolista" no Brasil.

Era pai do também escritor e jornalista Carlos Rafael Guimarães.

É patrono da cadeira 38 da Academia Rio-Grandense de Letras. Foi homenageado como patrono da Feira do Livro de Porto Alegre de 1969.

Obra poética: Caminho da Vida, 1908; A Divina Quimera, 1916.

Fonte: wikipedia


11 comentários:

Gianna disse...

Bei versi furtado.
Abbraccio

Rosane Marega disse...

Nossa, que lindo Rosemildo!
Beijossss

Everson Russo disse...

Belissimo amigo,,,muitas vezes, silencio e solidão tornam se reflexão...abraços de bom dia pra ti...

Wanderley Elian Lima disse...

Olá amigo
É doce estar só, quando somos boa companhia para nós mesmos.
Abração

Anônimo disse...

Amei a poesia...gosto muito da solidão...

Aprendendo sempre mais....


bjos amigo!


Zil

Carla Fernanda disse...

Bom dia! Estar só é estar consigo mesmo. Momento de auto conhecimento. O que pode ser um doce ou amarga descoberta. Eu fico com a doce amigo.
Beijos,
Carla Fernanda

Anônimo disse...

Muito lindo e de um bom gosto invejável.
Parabénsssssssssssssss.
Beijos meu querido.

Evanir disse...

Um bélisimo poema muitas vezes vem a calhar com o que estamos sentindo no momento.
Um abraço carinhoso,Evanir.
http://www.aviagem1.blogspot.com/

Anônimo disse...

Não gosto muito de reclamar não, mas o senhor sumiu lá de casa.
pq?
Bjs.

Vinicius.C disse...

Muito bom seu blog, rimas perfeitas!
O silencio tem a mesma cavidade que o som só que ao inverso...
Clar é fundamental de igual maneira é gritar!

Forte abraço e venha conhecer o "Alma do Poeta"

Abraços!

Flor de Lótus disse...

Oi,Meu caro!Lindos versos é preciso ter um tempo para si, para ouvir a nossa alma e o nosso coração...
Beijos