DESENCANTO
Cantei para os surdos,
Meu canto sem graça;
Falei para os mudos
O verbo da raça.
Neguei minha voz
Ao ensino sem cor;
Destino atroz
De quem ensinou.
O pranto das águas,
Deitadas de horror;
Coitadas das mágoas
Vestidas de dor.
Debalde era o canto
Que não encantou;
A música do pranto
Despida do amor
Da noite era o manto,
Vestida à mortalha;
Cruel o espanto
Do corte à navalha.
João Batista.
João Batista Xavier de Sousa nasceu em Nata/RN, em 08 de junho de 1941. Vivendo em Mangabeira, pequeno povoado à margem do Rio Jundiaí – Macaíba/RN, tendo sempre como ponto referencial a casa dos seus pais, José e Nair. Vem estudar em Natal e aprender a ganhar a vida.
Formando-se com láurea no Curso de Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, à época, integrava o quadro da Polícia Militar do Estado. Sua sensibilidade aflora no estudo e conhecimento da Educação. Professor com larga experiência Marista, Assessor Técnico em Educação, Orientador, Palestrante nos mais diversos eventos culturais e de Educação. Sempre estudioso, participou do Curso de Atualização em Educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Por três vezes assumiu a Secretaria Municipal de Educação em Macaíba.
Natalense, realizou outro sonho, o de ser "Cidadão Macaibense", título que guarda junto a tantos outros.
Sempre amigo, tenaz, humano, com sua luz de mestre educador, iluminou com sabedoria o caminho de muitos jovens.
Quando a luz lhe fugiu dos olhos, sem sucumbir ao desespero, sua alma tornou-se mais clara, brilhante, fluorescente... E a dor, assim, encontrou o seu porto, o seu farol, navegando pela caneta do poeta, no primeiro livro de poesias que foi "Encanto", e, seqüenciando, "Pedaços Inteiros", "Uma Escola Possível" e "Cantos e Prantos", estando programado para breve, o lançamento de "Refúgio", a sua mais nova criação.
Fontes: “Cantos e Prantos” Gráfica CDF – 1ª edição – 2005 e o próprio autor.
14 comentários:
Obrigado por ritribuir minha visista a ti...
Adorei o poema!
Bjs
Mila
Desencanto mas um poema lindo e bem regional...
Deveras o poeta nordestino...
Adoro teu blog...
Bem interessante e informativo.
Rico em literatura.
Uma bela quarta-feira.
Bjos mil...
O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.
Pe Fábio de Melo
Feliz FDS....M@ria
Vim deixar meu bj pro cê e avisar que eu vou dar uma sumidinha pq vou fazer uma pequena cirurgia.
Já tá de bem de mim? Heim, heim?
Bjs.
Bom diaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Beijokas.
Jamis perdeirei meus encantos, compreendendo os desencatos dos outros.
Não é a vida uma navalha, as navalhas nós as que criamos.
Cada um na oferenda do que possui,
não posso criticar, mas auxiliar a quem pouco tem, a crescer nas conquistas e adquirir mais. A vida é de troca, a gente se doa, para que outros seres adquiram o que podemos oferecer, como muito o que outros tem, a gente busca tbém ter, eis os caminhos para igualdade e no senso a ventura do viver...
Meu amigo, sempre belíssimos poemas com mensagens embutidas nos levando a pensar...
Lindo dia pra ti
bjs
Livinha
-Gostei do poema abaixo deste.
Passando pra deixar meu carinho nesta tarde de feriado.
Beijoooo
Estou encantada com este desencanto, jeito encantador de mostrar revolta...
um abraço
Furtado querido,
Adorei esse Poema...nós vamos lendo de uma vez só...muito interessante a forma de expressão...Desencanto...gostei!!
E mais uma vez, desconhecia o autor, muito importante esse seu trabalho de divulgação...
Um grande beijo!!!!
Reggina Moon
Rosemildo, estou aqui rindo do seu espirituoso comentário em eu conto. Gosto muito quando vocês, meus amigos, aqui comentam e me alegram com a energia de suas palavras.
Grande abraço e um ótimo feriado, amigo!
Jefhcardoso
ROSEMILDO
venho devagarinho deixo poesia e um beijinho
SOU MESMO...
Sou mesmo...
Da mesma terra que tu
Da terra do chão vermelho
Da terra batida cheirando a pó...
Sou mesmo...
Da mesma terra que tu
Onde todos saltamos os rios
Corremos a apanhar borboletas...
Borboletas de cores lindas...
De gafanhotos que saltavam
Que pulavam à minha frente
Como quem brinca às escondidas...
E brincava na palha do café
Apanhava bitacaias nos pés
Comia manga, safú e goiaba
Apenas porque...
Sou mesmo...
Da mesma terra que tu...
LILI LARANJO
un tremendo gustazo venir hasta éste tu sitio y leer poesía madura.
un abrazo
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Bonito o poema! Obrigada, por compartilhar conosco...
Beijos de luz e o meu carinho!
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Mais um fantástico texto. Adorei amigo! Muito obrigada por nos dares a conhecer coisas tão boas... E obrigada pelo carinho em cada palavra que deixas no meu humilde blog. Beijo enorme
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