terça-feira, 20 de abril de 2010

A doença da vida.

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A DOENÇA DA VIDA

Corri toda a cidade, noite adiante:
Ruas e praças, becos e vielas,
As avenidas amplas, largas, belas,
Sob o vivo esplendor da luz radiante.

Vi-lhe os bairros de lôbregas mazelas;
Os palácios, o nobre orgulho arfante
Dos seus salões, tudo como um passante
Curioso de quadros e de telas...

Oh! a tristeza ardente, comovida,
Dos que vivem na muda indiferença
De uma ruidosa Acrópole incendida!

Oh! a tristeza amarga de quem pensa!
O Tédio, o Spleen, o Ideal, doença da Vida,
Poe, Baudelaire, Leopardi, vossa doença.

Pereira da Silva.

http://www.biblio.com.br/conteudo/biografias/pereiradasilva.gif

Antônio Joaquim Pereira da Silva, jornalista e poeta, nasceu em Araruna, Serra da Borborema, PB, em 09 de novembro de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de janeiro de 1944.

Era filho de Manuel Joaquim Pereira da Silva e de D. Maria Erciliana da Silva. Aos 14 anos foi matriculado no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e começou a trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil. Fez os preparatórios na Escola Militar. Começou a interessar-se pelos estudos literários, estudou gramática e leu Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Fagundes Varela e Castro Alves. Em 1895, matriculou-se na Escola Militar, onde fez os preparatórios. Em 1897, foi preso em função de movimento revolucionário entre os alunos. Foi implicado e, preso incomunicável, levado para o 13o Batalhão de Cavalaria, no Paraná. Em Curitiba, conheceu escritores e poetas, entre os quais Dario Veloso, que muito o influenciou. Depois da prisão, em 1900, desligou-se do Exército. Voltando ao Rio de Janeiro, passou a trabalhar como funcionário postal e cursou a Faculdade de Direito.

Começou sua carreira como crítico literário nos jornais A Cidade do Rio (de José do Patrocínio, onde usou o pseudônimo J. d'Além), Gazeta de Notícias, Época e Jornal do Commercio. Participou do grupo simbolista que publicou a revista Rosa-Cruz, que tinha à frente Félix Pacheco, Saturnino de Meireles, Paulo Araújo e Castro Menezes. Tornou-se um destacado poeta do movimento, de 1903 a 1905.

Casou-se, no Rio, com a filha de Rocha Pombo. Foi nomeado, logo depois de bacharelar-se, juiz de direito no Paraná. Em Curitiba, escreveu "Solitudes", seu segundo livro, que mereceu aceitação pública. Lá poderia ter tido um belo futuro, mas decidiu pedir demissão do emprego e voltar para o Rio, em 1918, em companhia da mulher, que não se adaptara ao clima de Curitiba. Conseguiu emprego de escrevente na Central do Brasil e voltou a colaborar na Rosa-Cruz. À noite, trabalhava na Gazeta de Notícias como revisor. Em 1922, a convite do editor Leite Ribeiro, organizou e passou a dirigir a revista Mundo Literário, com Agripino Grieco e Théo Filho.

Abandonado pela mulher, e com um filho aos seus cuidados, eis o quadro da sua vida que irá se refletir na sua poesia. Fernando Góes a define como “a obra de um elegíaco, de um pessimista, um desencantado, cujos temas são a solidão, a dor, a morte, a tristeza”. Já Andrade Murici destaca aspectos da sua obra em que “a poesia está profundamente embebida do espírito do simbolismo: a linguagem alusiva e secreta, o envolvimento em atmosfera de transcendência. (...) A fluidez da expressão simbolista não o conduziu, entretanto, nem à diluição, nem ao informe. Pelo contrário, evitou a descaída para a vulgaridade”.

Fonte: Academia Brasileira de Letras.

15 comentários:

Anônimo disse...

un tema que nos muestra la opulencia como una enfermedad para la sociedad.
muy interesante tema.
un abrazo

Valéria lima disse...

A doença da vida realmaente, a maior delas a indifererência, somos sozinhos na multidão.

BeijooO

Everson Russo disse...

Uma das maiores doenças dessa vida é a solidão...abraços amigo um belo dia na paz de Deus.

Unknown disse...

Oi meu amigo,
Hoje um tanto quanto sem cabeça, alheia a compreensão...
Tô passando por serio problema com uma das filhas e me sinto desnorteada.
Engraçado que o poema lá postado em meu recanto, redigir ontem a noite, antes de acontecimentos chocantes aqui do lado de cá e tem um tanto quanto a ver com as nuances do autor postado por você...

Se eu tomar um chá de sumiço, por favor não me abandones, são meus problemas...

Mto bom poema.
Bjs
Livinha

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo
A indiferença é a maior doença do nosso mundo, infelizmente.

Deixo um beijinho.

Sonhadora

Déia disse...

A cidade é gelada, leva cada um a ser introspectivo e solitário...

bj

Felina Mulher disse...

A indiferença e a solidão....parece a doença do século.


Amigo vim te fazer um carinho e deixar-te o meu beijinho.

Emilene Lopes disse...

Solidão é uma doença que sempre há cura, quem manda é o coração...Agradecida pela visita!
Bjs
Mila

Anônimo disse...

Boa noite meu querido.
Jamais eu te recusaria no meu espaço.
Achei estranho vc me dizer q ñ respondi a sua visita.Pq respondo a todos a medida do possível.Provavelmente vc deve ter comentado como o nome do outro blog ñ foi?Pq as vezes tenho dificuldades de entrar nele e até de comentar,é diferente desse.
Me perdoa meu querido eu nem havia me tocado de q era vc.A Livinha me falou de ti,foi aí q fui atrás de vc já q ela me disse q eu o seguia.
Vc sempre é bem vindo pode ter certeza,estou muito feliz.
Obrigado pela sua visita amado.
Beijokas.

Helô Müller disse...

Da tristeza tb se faz poesia...
Um belo de um feriado, amigo!! E bem alegrinho, "de preferença"... rs
Bj
Helô

ANTOLOGIA POÉTICA disse...

Bela postagem amigo...Parabéns sempre.

Beijos na alma e BOM FDS!

Anônimo disse...

Oh!!!!!!!!
Não entendi vc lá em casa hoje não.
Mandei um e-mail para saber o que esta acontecendo meu amigo querido.
Bjs.

Anônimo disse...

Muito bom o seu blog, amigo Furtado!
É um prazer passear por aqui, viu?
Abraço do
Théo Drummond

Unknown disse...

O chá de sumiço a gente toma por instantes, mas não se coloca a deriva completamente, pra não alimentar os fantasmas...
24hrs minha filha internada, razão de tentativa de suicídio. Olha Furtado, as dores dos filhos é ruim e bom ao mesmo tempo, quando na deles, afugento as minhas, mas tudo o que tento é passar para elas o mágico de serem atrevidas, vencendos obstáculos, para curar suas feridas. As pessoas nos julgam fortes, fico triste com isto, mas ao mesmo tempo procuro ver estas introduções vindas de fora, como uma injetável de cobrança sobre nós de assim o sermos.
A separação de pessoas que a gente ama é um fator triste, porem de processo natural, mas difícil de aceitar. Temos que aceitar, mas cada um procede de um jeito. Minha filha, nestes 5 anos tem me sido um desafio constante, acelera-me de um lado e me compõe do outro. Acelera porque tenho que trabalhar o psico dela e compõe o psico meu e vencendo fragilidades minha.
Ela escapou dessa, 102 cumprimidos tomados de ansiolíticos e medicamentos pra dormir. Sorte? não. Deus intercedeu por mim, por ela merecimento talvez ou quem sabe oportunidade. Perder um pai, siguinifica para um filho o desprover de proteção, afinal a posição que o homem ocupa de força, o herói que se busca na fragilidade que temos.
Deus é bom e se ele não caminhamos.
Perdoe meus desabafos, mas já te percebi como pessoa solidária e amiga, sempre prestimoso a ouvir e algo a dizer.
Obrigado sempre pelo teu carinho.

Mta paz pra ti
Bjs
Livinha

Unknown disse...

Os erros apresentados são de ordem tecladistas e não Livistas rsrss
Significa e não "siguinifica" aff até dói. outros mais se ouver, releve.
bjim