AMANHÃ
Amanhã! – é o sol que desponta,
É a aurora de róseo fulgor,
É a pomba que passa e estampa
Leve sombra de um lago na flor.
Amanhã! – é a folha orvalhada,
É a rôla a carpir-se da dor,
É da brisa o suspiro, – é das aves
Ledo canto, – é da fonte o frescor.
Amanhã! – são acasos da sorte;
O queixume, o prazer, o amor,
O triunfo que a vida nos doura,
Ou a morte de baço palor.
Amanhã! – é o vento que ruge,
A procela d’horrendo fragor,
É a vida no peito mirrada,
Mal saltando um alento de dor.
Amanhã! – é fôlha pendida,
É a fonte sem meigo frescor,
São as aves se canto, são bosques
Já sem folhas, e o sol sem calor.
Amanhã! – são acasos da sorte!
É a vida no seu amargor,
Amanhã! – o triunfo, ou a morte;
Amanhã! – O prazer, ou a dor!
Amanhã! – o que val’, se hoje existe!
Folga e ri de prazer e de amor;
Hoje o dia nos caba e nos toca,
De amanhã Deus sòmente é Senhor!
Gonçalves Dias.
António Gonçalves Dias nasceu no dia 10 de agosto de 1823, em Caxias, no Maranhão e faleceu no naufrágio do navio “Ville de Boulogne”, no dia 03 de novembro de 1864, nas costas do Maranhão. Estudou Direito em Coimbra, Portugal, entre 1840 e 1844; lá ocorreu sua estréia literária, em 1841, com poema dedicado à coroação do Imperador D. Pedro II no Brasil. Em 1843, escreveria o famoso poema Canção do Exílio. De volta ao Brasil, foi nomeado Professor de Latim e secretário do Liceu de Niterói, e iniciou atividades no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Nos anos seguintes, aliou a intensa produção literária com o trabalho como colaborador de vários periódicos, professor do Colégio Pedro II e pesquisador do IHGB, que o levou a fazer várias viagens pelo interior do Brasil e para a Europa. Em 1846, a publicação de Primeiros Cantos o consagraria como poeta; pouco depois publicaria Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848) e Últimos Cantos (1851). Suas Poesias Completas seriam publicadas em 1944. Considerado o principal poeta da primeira geração do Romantismo brasileiro, Gonçalves Dias ajudou a formar, com José de Alencar, uma literatura de feição nacional, principalmente com seus poemas de temática indigenista e patriótica.
Fontes: “Poetas Românticos Brasileiros” – Editorial Amadio – Volume 2 e http://www.astormentas.com/
12 comentários:
Furtado,
Gonçalves Dias mesmo com o seu estilo um tanto depressivo, me encanta completamente!!
Pois assim ele tinha de ser, para escrever com o coração!!
Bela postagem!!
Beijos,
Reggina Moon
Grande Gonçalves Dias,
retrato bem interessante
dos nossos hoje, do que será o amanhã...
Tudo e qualquer coisa, ainda que boba, amanhã saberemos...
Fico com o Roberto Carlos meu querido...
Amanhã de manhã, vou pedir um café....
Bom, deixa pra lá, se não eu acabo me empolgando com as minhas baboseiras...
Repara não viu Furtado, isto é coisa da minha Graça....
Esse poema é bem daqueles que a gente deve andar a tira-colo...
Mto bom!
Bjs
Livinha
un mañana maravillosamente poético. me encanto este post.
un abrazo
Bella poesia Furtado.
Un caro abbraccio.
Muito lindo poema!abração e linda semana!chica
Que lindo poema de Gonçalves Dias. Amanhã é sempre esperança.
BeijooO'
Sempre escolhendo lindos poemas de grandes poetas...obrigada pela alegria que sinto quando venho aki desfrutar de uma boa leitura.
Beijos da tua amiga chorona______Felina.
Linda a sua postagem!!
Tem gente que chega, faz casa, abre janelas, ameniza dores, e depois, nos prende a alma de um jeito que a gente não vive sem ela.
Sirlei L. Passolongo
Feliz Semana.........Forte Abraço!
Amanhã! – o que val’, se hoje existe!
Folga e ri de prazer e de amor;
Hoje o dia nos caba e nos toca,
De amanhã Deus sòmente é Senhor!
Divino...maravilhoso Gonçalves Dias.
Parabéns pelo bom gosto.ABRAÇO!!
Gosto demais do tom da poesia de Gonçalves Dias, Furtado.
Boa semana! Abraço!
Meu querido amigo
Adoro a poesia de Gonçalves Dias.
Bela postagem.
Beijinhos
Sonhadora
Viver o hoje pq o amanhã a Deus pertence.
Desde pequena escuto esta frase.
Bjs meu querido.
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