A BORDO
Tu vais! No alto mar, por sob um céu de anil,
Lúcido e transparente, infindo e imaculado.
Volve aqui para nós o semblante magoado,
Lança um último olhar às costas do Brasil.
Quando a brisa marinha, indolente e sutil,
A face te oscular num beijo prolongado,
Lembra-te então de mim, do pobre desterrado,
Desta ingênua paixão, tão simples e infantil!
Quando vires voar os albatrozes brancos,
Com as asas rasgando os píncaros e os flancos
Das montanhas azuis do oceano sem fim,
Deixa então a tua alma atravessar o espaço...
Que ela venha poisar no meu febril regaço
E chore o teu amor lembrando-se de mim.
Filinto de Almeida.
Francisco Filinto de Almeida nasceu a 04 de dezembro de 1857 na cidade de Porto, Portugal, veio aos dez anos para o Brasil e adquiriu a nacionalidade brasileira. Foi deputado estadual, em São Paulo, de 1892 a 1894, e chegou a dirigir O Estado de São Paulo. Em 1895 fixou-se no Rio de Janeiro, onde exerceu atividade jornalística e teatral. Escreveu na Semana de Valentim Magalhães sob o pseudônimo de Filindal, e colaborou em vários outros jornais, de São Paulo e do Rio. No jornalismo usou também os pseudônimos Chico Férula, A., A. Bomtempo, A. Julinto (com Júlia Lopes de Almeida), Munícipe Urbano, João da Luz, Justo Leal. P. Talma e Zé Bananal. É o fundador da Cadeira nº. 3 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono Artur de Oliveira, de quem fora amigo e foi sucedido por Roberto Simonsen. Produziu comédias, crônicas e um romance em colaboração com sua esposa Júlia Lopes de Almeida, A Casa Verde. Sua última obra é o livro Cantos e cantigas, publicado em 1915, que abrange as produções de 1887 a 1914. Na feição primitiva, era um lírico exclusivo. No segundo livro de poesias, revela progressos na forma e na inspiração. Firma-se como poeta parnasiano, expressando seus sentimentos e refletindo sobre o mundo exterior. Faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de janeiro de 1945.
Fontes: “Poesias Parnasianas – Antologia” – Edições Melhoramentos – 1967 e Academia Brasileira de Letras.
16 comentários:
Olá Rosemildo! Hoje é quarta-feira, uma correria. Não repare em minha visita relâmpago, mas venho lhe convidar para ler o novo capítulo de “O Diário de Bronson (O Chamado)” e deixar o seu comentário.
Retornarei com melhores modos e mais tempo. Tenha uma ótima semana. Abraço do
Oi! Furtado
Bom dia!!!
Adorei a poesia e você sempre me traz um poeta novo para mim!
Adorei o post!
Bom Gosto Impera em teu blog!
Uma linda quarta!!
Beijos
Elaine
Vc sempre trazendo excelentes poesias.
Estive ausente por motivos da minha péssima saúde e qdo postei ontem meu ultimo pedido, muitos se assustaram...kkk...eu encaro a morte como uma coisa natural, a minha pelo menos, pois isso é coisa certa, só não sabemos o dia e a hora, né mesmo?
Bom mas enquanto viva, vamos que vamos....Beijokas.
Ultimamente eu tenho estado numa rotina horrorosa!
tão horrível que eu prefiro nem comentar sobre…apenas voar como esse autor Filinto de Almeida e sua poesia.
Obrigada por mais esse despretensioso prazer!
BeijooO'
Vc sempre trazendo excelentes poesias.
Estive ausente por motivos da minha péssima saúde e qdo postei ontem meu ultimo pedido, muitos se assustaram...kkk...eu encaro a morte como uma coisa natural, a minha pelo menos, pois isso é coisa certa, só não sabemos o dia e a hora, né mesmo?
Bom mas enquanto viva, vamos que vamos....Beijokas.
Lindo, lindo poema!
Bjs!
Os mais belos poemas, autores que a gente, pelo menos eu, desconheço alguns, quando retratavam tão lucidamente os seus laços intensos de amor. Tudo era tão mágico, tão puro e tão doce, coisa que não vemos mais hoje, quando tudo transformou-se em maus passados traços, apenas queixumes, sem romance...
É tudo muito lindo Furtado, oxalá que tudo voltasse a ser como era antes.
Mas embora acreditando no ser superior que é Deus, nas leis da transformação rumo ao progresso, penso e aqui eu me disperso, que o amor parece cada vez mais distante...
Belo poema meu amigo...
Adoro!
Sabe onde está as tuas diferenças como belo comentarista? É que você insulta a gente, com tuas graças mais ricas..
Lindo dia
Bjs
Livinha
=)
Meu amigo
Como sempre belas escolhas de poemas...Lindo.
beijinhos
Sonhadora
Vai escrevendo! Que eu daqui de Porto Alegre vou lendo e aprendendo contigo! Duvido que haja leitor que possa considerar tão interessante esses posts sobre autores como eu! Quando te veio à mente tal idéia, esteja certo de que a minha musa esteve contigo e te sugeriu ao inconciente, para meu deleite e engrandecimento!
Um abraço!
Linda poesia,mais uma vez.Tuas escolhas são feitas com carinho e minuciosamente!abração,chica
Furtado,
Um belíssimo soneto que me fez arrepiar.
Agradecida pela divulgação de mais um poeta que eu desconhecia, e que faz tanto o meu género.
Boa semana,
Beijo com amizade.
Maria
Olá Rosemildo
Sempre nos apresentando clássicos da poesia. Gosto muito disso.
Grande abraço
Olá amigo,
Adorei pousar novamente aqui e conhecer mais um poeta e poemas maravilhos.
Abraço,
hermosisimo soneto. me encanto mucho.aquí publican poesía de calidad.
un abrazo
Que belo Furtado.
A maioria dos poemas que vc posta eu não conheço,o que é muito bom..
abraços.
Que lindeza de poesia meu amigo!
Não conhecia o Filinto de Almeida.
Bjs.
Postar um comentário