quarta-feira, 14 de abril de 2010

A bordo.

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A BORDO

Tu vais! No alto mar, por sob um céu de anil,
Lúcido e transparente, infindo e imaculado.
Volve aqui para nós o semblante magoado,
Lança um último olhar às costas do Brasil.

Quando a brisa marinha, indolente e sutil,
A face te oscular num beijo prolongado,
Lembra-te então de mim, do pobre desterrado,
Desta ingênua paixão, tão simples e infantil!

Quando vires voar os albatrozes brancos,
Com as asas rasgando os píncaros e os flancos
Das montanhas azuis do oceano sem fim,

Deixa então a tua alma atravessar o espaço...
Que ela venha poisar no meu febril regaço
E chore o teu amor lembrando-se de mim.

Filinto de Almeida.

http://www.biblio.com.br/conteudo/biografias/filintodealmeida.gif

Francisco Filinto de Almeida nasceu a 04 de dezembro de 1857 na cidade de Porto, Portugal, veio aos dez anos para o Brasil e adquiriu a nacionalidade brasileira. Foi deputado estadual, em São Paulo, de 1892 a 1894, e chegou a dirigir O Estado de São Paulo. Em 1895 fixou-se no Rio de Janeiro, onde exerceu atividade jornalística e teatral. Escreveu na Semana de Valentim Magalhães sob o pseudônimo de Filindal, e colaborou em vários outros jornais, de São Paulo e do Rio. No jornalismo usou também os pseudônimos Chico Férula, A., A. Bomtempo, A. Julinto (com Júlia Lopes de Almeida), Munícipe Urbano, João da Luz, Justo Leal. P. Talma e Zé Bananal. É o fundador da Cadeira nº. 3 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono Artur de Oliveira, de quem fora amigo e foi sucedido por Roberto Simonsen. Produziu comédias, crônicas e um romance em colaboração com sua esposa Júlia Lopes de Almeida, A Casa Verde. Sua última obra é o livro Cantos e cantigas, publicado em 1915, que abrange as produções de 1887 a 1914. Na feição primitiva, era um lírico exclusivo. No segundo livro de poesias, revela progressos na forma e na inspiração. Firma-se como poeta parnasiano, expressando seus sentimentos e refletindo sobre o mundo exterior. Faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de janeiro de 1945.

Fontes: “Poesias Parnasianas – Antologia” – Edições Melhoramentos – 1967 e Academia Brasileira de Letras.

16 comentários:

Jeferson Cardoso disse...

Olá Rosemildo! Hoje é quarta-feira, uma correria. Não repare em minha visita relâmpago, mas venho lhe convidar para ler o novo capítulo de “O Diário de Bronson (O Chamado)” e deixar o seu comentário.

Retornarei com melhores modos e mais tempo. Tenha uma ótima semana. Abraço do

Elaine Crespo disse...

Oi! Furtado

Bom dia!!!

Adorei a poesia e você sempre me traz um poeta novo para mim!

Adorei o post!
Bom Gosto Impera em teu blog!

Uma linda quarta!!

Beijos

Elaine

Felina Mulher disse...

Vc sempre trazendo excelentes poesias.
Estive ausente por motivos da minha péssima saúde e qdo postei ontem meu ultimo pedido, muitos se assustaram...kkk...eu encaro a morte como uma coisa natural, a minha pelo menos, pois isso é coisa certa, só não sabemos o dia e a hora, né mesmo?

Bom mas enquanto viva, vamos que vamos....Beijokas.

Valéria lima disse...

Ultimamente eu tenho estado numa rotina horrorosa!
tão horrível que eu prefiro nem comentar sobre…apenas voar como esse autor Filinto de Almeida e sua poesia.
Obrigada por mais esse despretensioso prazer!

BeijooO'

Felina Mulher disse...

Vc sempre trazendo excelentes poesias.
Estive ausente por motivos da minha péssima saúde e qdo postei ontem meu ultimo pedido, muitos se assustaram...kkk...eu encaro a morte como uma coisa natural, a minha pelo menos, pois isso é coisa certa, só não sabemos o dia e a hora, né mesmo?

Bom mas enquanto viva, vamos que vamos....Beijokas.

Tania Anjos disse...

Lindo, lindo poema!

Bjs!

Unknown disse...

Os mais belos poemas, autores que a gente, pelo menos eu, desconheço alguns, quando retratavam tão lucidamente os seus laços intensos de amor. Tudo era tão mágico, tão puro e tão doce, coisa que não vemos mais hoje, quando tudo transformou-se em maus passados traços, apenas queixumes, sem romance...
É tudo muito lindo Furtado, oxalá que tudo voltasse a ser como era antes.
Mas embora acreditando no ser superior que é Deus, nas leis da transformação rumo ao progresso, penso e aqui eu me disperso, que o amor parece cada vez mais distante...

Belo poema meu amigo...
Adoro!

Sabe onde está as tuas diferenças como belo comentarista? É que você insulta a gente, com tuas graças mais ricas..

Lindo dia
Bjs
Livinha
=)

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo
Como sempre belas escolhas de poemas...Lindo.

beijinhos
Sonhadora

Léo Santos disse...

Vai escrevendo! Que eu daqui de Porto Alegre vou lendo e aprendendo contigo! Duvido que haja leitor que possa considerar tão interessante esses posts sobre autores como eu! Quando te veio à mente tal idéia, esteja certo de que a minha musa esteve contigo e te sugeriu ao inconciente, para meu deleite e engrandecimento!

Um abraço!

chica disse...

Linda poesia,mais uma vez.Tuas escolhas são feitas com carinho e minuciosamente!abração,chica

Anônimo disse...

Furtado,

Um belíssimo soneto que me fez arrepiar.
Agradecida pela divulgação de mais um poeta que eu desconhecia, e que faz tanto o meu género.

Boa semana,
Beijo com amizade.

Maria

Wanderley Elian Lima disse...

Olá Rosemildo
Sempre nos apresentando clássicos da poesia. Gosto muito disso.
Grande abraço

Si Arian disse...

Olá amigo,
Adorei pousar novamente aqui e conhecer mais um poeta e poemas maravilhos.
Abraço,

Anônimo disse...

hermosisimo soneto. me encanto mucho.aquí publican poesía de calidad.
un abrazo

Luci disse...

Que belo Furtado.

A maioria dos poemas que vc posta eu não conheço,o que é muito bom..

abraços.

Anônimo disse...

Que lindeza de poesia meu amigo!
Não conhecia o Filinto de Almeida.
Bjs.