quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ironia do coração.

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IRONIA DO CORAÇÃO

Como estavas formosa entre o mar e a minh'alma!
Ias partir... no céu vinha rompendo a aurora.
Eu te pedia - luz, tu me pedias - calma;
Eu te dizia: - "Crê"; tu me dizias: - "Chora!"

Beijei-te as mãos, beijei-te os pequeninos pés,
Como os lábios de um padre um assoalho sagrado.
Longe, ouvia-se ainda, entre os caramanchéis,
A melodiosa voz do luar apaixonado.

"É a voz do nosso amor, nos esponsais das flores.
Não chores mais, acalma a tua ansiedade.
Assim, como hei de eu dar tréguas às minhas dores,
E recalcar no peito esta amarga saudade?"

Partiste... Sobre mim cerrou-se a escuridão.
E eu não ouso subir aos meus sonhos agora,
Porque, irônico e mau, me grita o coração,
Quando não creio: "crê!", quando não choro: "chora!"

Luís Murat.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3a/Luis_murat.jpg

Fundador da Cadeira 1. Recebeu o Acadêmico Humberto de Campos.

Luís Morton Barreto Murat, jornalista, poeta, filósofo e político, nasceu em Itaguaí, RJ, em 04 de maio de 1861, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 3 de julho de 1929.

Era filho do Dr. Tomás Norton Murat. Após concluir os estudos básicos no Imperial Colégio de Pedro II, segue para São Paulo e matricula-se no Curso de Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade de Direito, bacharelando-se em 17 de março de 1886. Sua estréia literária deu-se em São Paulo, em 1879, no “Ensaio Literário”, órgão do clube literário Curso Anexo, redigido por ele e outros colegas. Mudando-se para o Rio de Janeiro, abraçou o jornalismo, e seus artigos captavam as atenções gerais. Publicou seu primeiro livro de poesias, Quatro poemas, em 1885. Fundou o jornal Vida Moderna (10 jul. 1886 a 25 jun. 1887) com Artur Azevedo, no qual colaboravam Araripe Júnior, Xisto Bahia, Coelho Neto, Alcindo Guanabara, Guimarães Passos, Raul Pompéia e outros. Depois colaborou na Cidade do Rio, de José do Patrocínio, em A Rua, com Olavo Bilac e Raul Pompéia, e em outros jornais cariocas. Escrevia também sob o pseudônimo Franklin. Jornalista combativo, empenhou-se a fundo nas campanhas da Abolição e pelo advento da República.

Em janeiro de 1890, publicou o poema dramático “A Última Noite de Tiradentes”, em folhetim, na Gazeta de Notícias. Nesse ano, foi eleito deputado pelo Estado do Rio e atravessou várias legislaturas. Foi secretário geral do governo fluminense e escrivão vitalício da provedoria da então Capital Federal. Insurgiu-se contra Floriano Peixoto, recebendo ordem de prisão, mas as imunidades parlamentares o salvaram. Foi, então, para o jornal O Combate e atacou violentamente o presidente.

Na revolta da Marinha, em setembro de 1893, redigia o jornal que publicou o manifesto do Almirante Custódio José de Melo. Esteve com os revoltosos na esquadra, mas deixou-se prender quando sentiu desvirtuado o intuito da revolução. Foi julgado e absolvido por unanimidade no Paraná.

Autor de poesia romântica, liga-se acidentalmente à geração parnasiana, permanecendo meio difuso e pouco claro em suas manifestações como poeta. Sofreu influências dos românticos Victor Hugo e Théophile Gauthier, que se evidenciam na tendência para as imagens fulgurantes e para a exaltação verbal, e dos poetas nórdicos, ao expressar certas notas profundas, obscuridades e uma atmosfera de espiritualismo. Era um poeta culto e investigador, e fez a poesia sem parecer preocupado em filiar-se a uma escola.

Fonte: Academia Brasileira de Letras.

9 comentários:

Anônimo disse...

Muito prazer senhor Luís Murat.
Gostei muito.
Bjs

chica disse...

Gostei de ler!abração,lindo dia,chica

Valéria lima disse...

Dá vontade de transformar em filme ou peça de teatro… Ou em história real…
Enfim…

BeijooO'

Everson Russo disse...

Esse coração qeu nos faz fazer loucuras...sonhar,,,amar,,sofrer...mas vamos seguindo...abraços de bom dia e fique com Deus sempre.

Anônimo disse...

Oláaaaaaaaa

Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo.

Mário Quintana

Um lindo final de tarde prá voce com amor e poesia.

Unknown disse...

ótima matéria, muito interessante mesmo. Parabéns.
abraços,
Marlene

Anônimo disse...

un escrito desde adentro.
un abrazo

ANTOLOGIA POÉTICA disse...

Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua.
Ou de frente pra chuva, havendo chuva.
E juntos fazerem um brinde com as taças, contenham
elas vinho ou café, a isso se chama uma trégua.
Uma relação calma entre duas pessoas que, sem
se preocuparem em ser modernas ou eternas,
fizeram uma da outra seu lugar de repouso...

Caio Fernando Abreu


Te desejo uma noite de paz e amor!

Beijos M@ria

Unknown disse...

É meu amigo, quanta ironia tem em nosso coração...
Eu que o diga tudo isto, em meus testemunhos embora benditos, hoje vãos...

Lindo, romântico e nostalgico de se ler...

Maravilha de postagem

Bjs
Linda noite pra ti
Livinha