sábado, 31 de julho de 2010

Viola quebrada.


VIOLA QUEBRADA

Da viola pra muié
É pequena a deferença.
Ancê óia, escuta e pensa.
Eu juro, esta fala é franca:
A viola tem cabelo
Nas dez corda qui ela tem.
Tale quale uma muié,
Ela tem braço também
E tem cintura e tem anca.
A viola faz chorá
E chora a hora qui qué.
Tale quale uma muié,
Derrete toda na mão
Da pessôa qui qué bem.
Só inziste duas cousa
Qui ela tem e muié não:
É qui a viola de pinho
Tem alma e tem coração…

Camillo de Jesus Lima



Camillo de Jesus Lima nasceu no dia 08 de setembro de 1912, em Caetité, na Bahia e faleceu no dia 28 de fevereiro de 1975 em Itapetinga, também na Bahia, foi um poeta brasileiro.

Filho de Francisco Fagundes de Lima e D. Esther Fagundes da Silva trazia no sangue a estirpe de várias famílias tradicionais da cidade: Fagundes, Lima, Cotrim e Prisco. Mas seu sobrenome não seria Lima, e sim Fagundes, como consta do registro de nascimento.

Em 1915 seria Caetité elevado a sede de bispado. A cidade contava com uma educação que só tinha paralelo na capital Salvador: o Colégio Americano, protestante, e o Jesuíta São Luis Gonzaga, rivalizavam na formação de uma elite intelectual. O nome da cidade era proferido com orgulho, o Jornal A Penna circulava, mantendo acesa a vida cultural, enquanto fervilhava a vida política. Resumidamente, foi neste fervilhante cadinho cultural que nasceu o poeta.

Como ocorria a todos os estudantes daqueles tempos, Camillo simpatiza com as idéias comunistas. Qual seu tio-avô Plínio de Lima, que abraçara a causa da igualdade entre os homens com o abolicionismo, Camillo defende uma sociedade mais justa, e irá pagar alto preço por isto.

Tornando-se tabelião ("oficial de registro de imóveis e hipotecas"), mora em Vitória da Conquista, Macarani e Itapetinga. Talentoso, desdobra-se em jornalista, escritor, professor, deixando extensa obra literária, do romance ao conto, mas é na poesia que se consagra, já em 1942, com o livro Poemas, recebedor do Prêmio Raul de Leoni da Academia Carioca de Letras (edição de "O Combate", que publicou quatro de seus livros).

Também publicou: As Trevas da Noite Estão Passando ("O Combate", em colaboração com Laudionor Brasil, poemas, 1941); Viola Quebrada ("O Combate", poesia, 1945); Novos Poemas ("O Combate", id., ib.); Cantigas da Tarde Nevoenta ("Edição de Artes Gráficas - Salvador", poesia); Memórias do Professor Mamede Campos (romance); A Mão Nevada e Fria da Saudade ("Edições MAR", poesia), A Bruxa do Fogão Encerado (contos); Vícios (contos); Bonecos (Perfis); O Livro de Miriam (Poesia, 1973, impresso na gráfica de "O Jornal de Conquista" para "edições MAR"); Cancioneiro do Vira-mundo (Poesia), e outros tantos escritos, publicados em todo o país, muitos ainda inéditos.

Mesmo longe dos centros culturais do país, Camillo fervilha com a pena na mão. Sua poesia plena de lirismo cativa, e tem em Vitória da Conquista, num tempo onde surgem Glauber Rocha, Elomar e outros, um meio artístico incomum, que, por produzir pensamentos, provocou reação junto àqueles para quem o pensar e a palavra eram armas perigosas, a ser combatidas…

Fonte: Wikipédia.

14 comentários:

EDUARDO POISL disse...

Mesmo que as pessoas mudem, e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas emoções. (Vinícios de Moraes)

Desejo um lindo final de semana com muito carinho.
Abraços

Unknown disse...

Ô meu amigo, que lindo poema,
bem proprio do sertão,
aqueles poemas que brotava tão
sóbrio de dentro do coração.
Percebo singeleza, romantismo,
um comparativo entre a mulher
e canção.
A viola tem cintura, tem molejo
tem refrão,
a mulher tem tudo isto, e com ela um coração...

Meu amigo.
Estou de cama.
Deixei uma postagem entre trancos
e desânimos em gritos afônicos.
Me perdoe a ausência, se não me for
desta vez rsrs, Livinha volta.

Um fim de semana melhor
que o meu pra ti

bjs

Livinha

Antònio Manuel disse...

Caro Amigo!

Furtado

Bela escolha como sempre

*****

E chora a hora qui qué.
Tale quale uma muié,
Derrete toda na mão
Da pessôa qui qué bem.
Só inziste duas cousa
Qui ela tem e muié não:
É qui a viola de pinho
Tem alma e tem coração…

*****

Tenha um Lindo Dia Luz e muita Pàz:

Maravilhoso Fim de Semana

Forte Abraço


Antònìo Manuel

♪ Sil disse...

Incrivel como eu aprendo e conheço obras tão preciosas aqui.

Bom dia Furtado, grande abraço!!!

Carla Fernanda disse...

Olá, bom dia! Não conhecia o autor e muito boa a poesia, leve.
Bom dia!!
Carla Fernanda

Chris... ჱ-;-- disse...

Que lindo..
Poema bem típico... Anei!

Um final de semana de muita paz e uma semana de alegrias..

Bjos no coração!

Andri Alba disse...

Sí que es lindo este poema y conocer sobre José lima, algo muy interesante.

Buen fin de semana. Gracias por tu dulzura y por tus buenos deseos siempre.

Con cariño,

Andri

Andri Alba disse...

Sí que es lindo este poema y conocer sobre José lima, algo muy interesante.

Buen fin de semana. Gracias por tu dulzura y por tus buenos deseos siempre.

Con cariño,

Andri

Unknown disse...

Éta muie marvada...tipica muié que peca, viola quebrada que machuca quem toca nela...
lindo poema, lindo post.

Helô Müller disse...

Ahhh dorei o poema!!
Bem agreste... rs
Adoro este sotaque mineirim!!
Beijos de pão de queijo!!
Helô

Anônimo disse...

muy jocosa canción.
un abrazo

Unknown disse...

Palavras não descrevem
O valor de uma amizade
Quando este amigo
É um amigo de verdade


Agradeço sua amizade e carinho.
Feliz Domingo! Beijos M@ria

Andanhos disse...

Que interessante!
Gostei muito de seu blog, Rosemildo.
Abraços.

Anônimo disse...

Caros amigos:
Conheça o blog 'poetacamillo.blogspot.com".
luiz carlos.