LEMBRANÇA
Todos os que estão neste cinema agora,
Neste cinema alegre,
Um dia hão de morrer também:
Nos cabides as roupas dos mortos
penderão tristemente.
Os olhos de todos os que assistem
as fitas agora,
Se fecharão um dia trágica e dolorosamente.
E todos os homens medíocres
se elevarão no mistério doloroso da morte.
Todos um dia partirão —
mesmo os que têm mais apego às coisas do mundo:
Os abastados e risonhos
Os estáveis na vida
Os namorados felizes
As crianças que procuram compreender —
Todos hão de derramar a última lágrima.
No entanto parece que os freqüentadores deste cinema
Estão perfeitamente deslembrados de que terão de morrer
— Porque em toda a sala escura há um grande ritmo de esquecimento e equilíbrio.
Augusto Frederico Schmidt
Augusto Frederico Schmidt nasceu no Rio de Janeiro no dia 18 de abril de 1906 e faleceu também no Rio de Janeiro no dia 08 de fevereiro de 1965. Além de poeta, foi editor e político. Considerado importante lírico brasileiro, sua poesia é grandiloquente e discursiva; e frequentemente utiliza o versículo bíblico. Romântico e nostálgico, seus temas preferidos são o mar, a noite, a morte, a solidão, o mistério do destino do homem.
Entre 1924 e 1926, Augusto Frederico Schmidt residiu em São Paulo, ligando-se ao grupo modernista. É quando publica seu primeiro livro, Canto do Brasileiro Augusto Frederico Schmidt.
A seguir, funda uma editora e torna-se um dos grandes divulgadores do Modernismo; e, depois, da literatura do Nordeste. Em 1934, casou-se com Ieda Ovalle Lemos, sobrinha do compositor Jaime Ovalle.
Publicou Canto do liberto Augusto Frederico Schmidt (1929), Navio perdido (1929), Pássaro cego (1930) e Canto da noite (1934), dentre outros.
Escreveu ainda as crônicas de O galo branco (1948) e As florestas (1959)
Enciclopédia Mirador Internacional
10 comentários:
Quem haveria de pensar
na morte,
diante de um momento de
prazer?
São esses poucos momentos
que fazem a gente viver...
Sem que menos esperemos
chega a dita em furacão,
retira de nós outras vidas,
acorda-nos de um sonho bom...
Lindo texto do autor,
porém discordo da ultima
estrofe,
viver em momentos de esquilíbrio,
não creio ser pensando na propria
morte...
Uno abraço apertado
meu amigo.
Bjs
Livinha
Ps: Busca algo de Augusto dos Anjos,
não sei se postaste algo dele
não me recordo, apesar de não duvidar...
Buenas noches!
Retribuindo sua visitinha, volte sempre!Agora que aprendi o caminho,
estarei sempre aqui!Beijos
Interessante o ponto de vista do Poeta!
Gosto de seus pitacos!! rs
Bj meu!
Helô
P.s. Blog de roupinha nova... Dorei!!
Olá......Hoje,
Vou te fazer um verso,
Uma canção...
Vou te arranjar um banquinho cativo
Neste meu coração.
Te desejo paz e alegrias...M@ria
Todos vamos morrer, mas pelo menos nas salas escuras, podemos por instantes, nos esquecermos disso.
Abração
Todos nós guardamos lembranças do cinema da vida em nossa retina....abraços fraternos de otimo final de semana pra ti.
Somos mortais, normais, todos nós!
Se sabemos qual é a nossa única certeza, porque temos que ficar lembrando dela.
BeijooO
a vida é uma grande despedida... mas podemos pensar nisso mais tarde? rs
bj
Que o carinho resida em seu caminho,
Que os amigos leais se multipliquem,
E que a paz se faça presente...
sempre".
BOM FDS........Beijos meus!! M@ria
Furtado,
Um tanto trágica a visão deste poeta, é como aquela pergunta, um copo na metade de água, está quase cheio ou quase vazio??
Depende muito de quem o vê...eu vejo o cinema lotado de pessoas felizes, que irão morrer, sim, mas que estão vivendo um dos seus momentos bons, porque o que importa, enquanto vivos, é a vida...o que vem após?Não nos é permitido saber e nem ficar aguardando o "dia"...temos de viver o melhor possível, dentro do nosso tempo!
Um grande beijo e tenha um ótimo final de semana!!
Reggina Moon
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