ARGILA
Nascemos um para o outro, dessa argila
De que são feitas as criaturas raras;
Tens legendas pagãs nas carnes claras
E eu tenho a alma dos faunos na pupila...
Às belezas heróicas te comparas
E em mim a luz olímpica cintila,
Gritam em nós todas as nobres taras
Daquela Grécia esplêndida e tranquila...
É tanta a glória que nos encaminha
Em nosso amor de seleção, profundo,
Que (ouço ao longe o oráculo de Elêusis)
Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo
E do teu ventre nasceriam deuses...
Raul de Leôni
Raul de Leoni Ramos nasceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, no dia 30 de outubro de 1895 e faleceu em Itaipava, também no Rio de Janeiro, no dia 21 de novembro de 1926. Fez os estudos primários e secundários no Rio de Janeiro, partindo em seguida para a Europa, onde passou a adolescência. De volta ao Brasil, ingressou na Faculdade Livre de Direito, no Rio de Janeiro, formando-se em 1916.
Em 1917, graças ao apoio do então ministro do Exterior, Nilo Peçanha, ingressa na carreira diplomática, sendo designado, no ano seguinte, para servir em Havana, Cuba. Interrompe a viagem, contudo, e é designado para servir em Montevidéu onde fica apenas três meses. Transferido para o Vaticano, acaba por abandonar a carreira, passando a trabalhar como inspetor numa companhia de seguros.
Ganha notoriedade nos meios literários ao publicar, em 1919, Ode a um poeta morto. Pouco tempo depois, novamente graças à influência de Nilo Peçanha, Leoni é eleito deputado à Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Não chega, contudo, a tomar posse, pois, a fim de realizar tratamento para cura da tuberculose, retira-se à cidade de Itaipava.
Em 1922, publica Luz mediterrânea. Por sua posição estético-filosófica e pelo cuidado com a forma de seus poemas, Leoni é considerado, por alguns críticos, um poeta parnasiano. Trata-se, contudo, de uma visão simplista. Segundo Alfredo Bosi, "não sendo um poeta sentimental, nem por isso se transformou em um 'poeta de ideias', pois levava em si o artista que funde o conceito na imagem e o pensamento na palavra em que todo se compraz".
Leitor de Paul Valéry, Raul de Leoni foi, de fato, um poeta de formas antigas; mas também era, ainda segundo Bosi, "inteligência ousadamente moderna".
Faleceu aos 31 anos, de tuberculose.
Fonte: http://educacao.uol.com.br
20 comentários:
Lindo poema! Linda imagem da Grécia!
Saudades de ti!!!
Vim te visitar e deixar uma beijoca bem gostosa!
Sônia Silvino's Blogs
Vários temas & um só coração!
"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver." Dalai Lama
é um prazer estar aqui .,,,. esto a tirar muito proveito deste blog.
Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo
E do teu ventre nasceriam deuses...
Que trem mais lindo!!!!!!!
Bjs.
Deuses e deusas sendo paridos, sendo partidos em tantos outros e outras,povoando o altar de nossos desejos pagãos.
Abraço!
Ai a Grécia! Quem não sonha conhecer! Gostei do poema,adoro a mitologia.
Um amor que conceberia deuses de um ventre e um desejo que se realizasse . Lindo! Monte de bjs e abraços
Belissimo esse "argila de que são feitas as criaturas raras"...um forte abraço de bom dia e fica na paz de Deus.
Meu querida amigo
Saio sempre maravilhada com a informação e os belos poemas...sensibilidade pura.
beijinhos com carinho
Sonhadora
Meu querida amigo
Saio sempre maravilhada com a informação e os belos poemas...sensibilidade pura.
beijinhos com carinho
Sonhadora
Tudo lindo aqui!Poema e imagem! Sempre bem tratadinho esse blog...abração,chica
gracias por compartir tan tremendo pensamiento!!!!!
un abrazo
lindo poema..linda imagem.. um sonho para mim sempre presente..mas digamos impossivel.. obrigada por sua vista em meu blog.. desculpe-me pelo sumiço..rsrsrs..beijão cheinho de carinhos..
Taí um autor que eu não conhecia! E talvez nem viesse a conhecer se não fosse pelo trabalho bacana do teu blog! Sigo te lendo...
Um abraço!
Poema que dispensa qualquer comentário de tão profundo, belo e pleno.
Taí onde se encontram as nossas inspirações, através deles, hoje espíritos espalhando essências pelo mundo.
Nobres poetas que já se foram, tantos, quantos mas exalam seus perfumes, nos corações volitantes da poesia...
A inspiração meu querido amigo Furtado, não faz morada, ela passeia por terras e mares, faz da Lua luz alva e clara, o lume nas áureas do romantismo...
Maravilhoso poema.
Parabéns pela escolha.
Bjs
Livinha
Furtado,
Muito bonito esse verso, li com muita atenção, a forma como ele expressa o amor é interessante e complexa, fazendo alusão à Grécia Antiga e aos seus Deuses...gostei!!
Pena ter falecido tão jovem, dessa doença que vitimava tantos tão cedo...
Grande beijo meu amigo!
Reggina Moon
CONVITE:Visite e participe com suas postagens nessa nossa nova Rede, para quem ama poesias:
"Uma Fresta Poética"
www.umafrestapoetica.ning.com
Olá Rosemildo.
Tanto amor assim, só poderia gerar deuses mesmos.
Abração
sempre com belas partilhas.
Felina retorna de mais uma batalha, ferida é verdade, mas não vencida.
Beijos do mar pra vc!
Olá Rosemildo,
Belo poema, gostei muito, simplesmente essência.
Abraços
Estou te seguindo
AGRADEÇO E RETRIBUO A SUA VISITA NO BLOG.
UM BELO POEMA.
MAIORIA DAS PESSAS ANTIGAMENTE, MORRIAM MUITO JOVEM..
UM GRANDE ABRAÇO AMIGO
SANDRA
http://sandraandradeendy.blogspot.com/
Que poema maravilhoso!!!
Beijo de carinho, querido!!!
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