A JÚPITER SUPREMO DEUS DO OLIMPO
Númen que tens do mundo o regimento,
Se amas o bem, se odeias a maldade,
Como deixas com prêmio a iniqüidade,
E assoçobrado ao são entendimento?
Como hei de crer qu’um imortal tormento,
Castigue a uma mortal leviandade?
Que seja ciência, amor ou piedade
Expor-me ao mal sem meu consentimento?
Guerras cruéis, fanáticos tiranos,
Raios, tremores, e as moléstias tristes,
Enchem o curso de pesados anos;
Se és Deus, s’isto prevês, e assim persistes,
Ou não fazes apreço dos humanos,
Ou qual dizem não és, ou não existes.
Alexandre de Gusmão.
Nascido em Santos, em 1695, Alexandre de Gusmão foi secretário particular de D. João V, membro da Academia Real da História Portuguesa e do Conselho Ultramarino. Por morte do Monarca, retirou-se à vida privada, afastando-se dos negócios públicos; perdeu em incêndio os dois filhos e faleceu pouco depois, em 31 de dezembro de 1753.
Em carta que dirigiu a Barbosa Machado, a propósito da Biblioteca Lusitana deste, Alexandre de Gusmão mostrava não confiar muito em que lhe aproveitasse a publicação de suas obras. A despeito desse rasgo de modéstia, credita-se mérito literário às suas cartas.
Fonte: “Poesia Barrôca” Antologia – Edições Melhoramentos – 1967.
7 comentários:
O Poema realmente nos remete a 1695, incrível isso, nós somos realmente o que vivemos e testemunhamos.
beijooO e obrigada pelo carinho.
Meu Deus!! Vc desencavou Alexandre de Gusmâo, que legalll !! rs
E pelo jeito, não há Júpiter que dê jeito desse mundo... e pelo jeito, desde àquela época, não é mesmo?! rs
Um belo findi pra ti, amigo!
Beijocas!
Helô
Corrigindo: nesse mundo...
Coitado do mundo não é mesmo!
O ser humano é que não muda de jeito nenhum.
Bjs querido.
Somos as verdadeiras forças
atrativas do sentimento,
fazemos jus em nós ao chegados
tormentos, quando temos cravados
em nossas entranhas, toda a força
soberana dada a nós bem a contento
o poder da reparação...
Lindo poema Futado, so depende
de nós mudar tudo isto...
Bjss
Livinha
Caro: Furtado!
Amigo!
Màis uma vez no seu melhor!
Alexandre de Gusmão grande homem de Letras:
Lhe deixo este, texto de sua autoria!
*****
A Seus Dois Filhos Persuadindo-lhes o Conhecimento Próprio.
Isto não é vaidade; é desengano
A elevação do vosso pensamento:
Dei-vos o ser, e dou-vos documento
Para fugirdes da soberba ao dano.
Esta grandeza, com que ao mundo engano,
Foi da fortuna errado movimento.
Subi; mas tive humilde nascimento:
Assim foi Viriato, assim Trajano.
Quando souberdes ler do mundo a história,
Nos dous heróis, que tomo por empresa,
Contemplareis a vossa e a minha glória.
Humildes quanto ao ser da natureza;
Ilustres nas ações; e esta memória
É só quem pode dar-vos a grandeza.
Alexandre de Gusmão
Amigo!
Lhe desejo otimo fim de semana cheiu de luz e pàz
Forte Abraço
Antònìo Manuel
meu amigo
Realmente um belo poema, gostei muito.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Sonhadora
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