sábado, 16 de janeiro de 2010

Buscando a Cristo.

http://www.ilianrachov.com/paintings/images/Crucifixion%20,Ilian%20Rachov%20after%20Guido%20Reni%20,oil%20on%20canvas%20,40%20X%2030cm%20,private%20collection%20of%20Mrs%20Tozzi%20,Rome%20,Italy%201998.jpg

BUSCANDO A CRISTO

A vós correndo vou, braços sagrados,
nessa Cruz sacrossanta descobertos
que, para receber-me, estais abertos,
e, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
de tanto sangue e lágrimas cobertos,
pois para perdoar-me, estais despertos,
e. por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
a vós sangue vertido, para ungir-me,
a vós, cabeça baixa, por chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,
a vós, cravos preciosos, quero atar-me,
a vós, ficar unido, atado e firme.

Gregório de Matos
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/gregorio-de-matos/imagens/gregorio-de-matos-3.jpg
Gregório de Matos Guerra nasceu na Bahia, filho de Gregório de Matos, pessoa abastada, e de Maria Guerra, em 20 de dezembro de 1633. Cursou o Colégio de Artes em sua cidade, e ingressou na Universidade de Coimbra em 1652, fazendo sua leitura de bacharel em 1662. Perdendo em 1674 as funções de procurador da Câmara da Bahia, voltou para o Brasil e foi nomeado, em 1679, desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia. Satírico e desregrado que era, não poupando as autoridades eclesiásticas nem civis foi demitido e perseguido, até ser desterrado para Angola. De volta, não podendo viver na Bahia, fixou-se em Pernambuco, no Recife, onde morreu em 1696.

Pedro Calmon acentua que Gregório introduziu um valor novo na poética de cunho popular, que foi “a nota política avisada de nativismo. Acorre à defesa dos naturais do Brasil. É o advogado arrogante dos “mozambos”, dos que no Brasil nasceram, dos conterrâneos. Revolta-se, numa cólera estrondosa, extensiva à cidade corrupta, ao povo... Engendra a poesia licenciosa, da boêmia estudantil, marcando-a com o humorismo escabroso, da vadiagem alegre.”

Fonte: "Poesia Barrôca! Antologia - Edições Melhoramentos - 1967.

11 comentários:

Anônimo disse...

Um comovente soneto de Gregório de Matos que desconhecia!

Obrigada meu amigo Rosemildo, por partilhar uma parte dos homens que fizeram parte da nossa história.

Jamais ficaraão esquecidos... com seres humanos como você.

Bom fim de semana.

Beijos meus.

Anônimo disse...

Voce está caprichando em suas postagens meu amigo.Parabéns!

Agradeço a visita........BOM FDS.

Beijos........M@ria

Unknown disse...

Tive que voltar......muito lindooo

A vós, lado patente, quero unir-me,

a vós, cravos preciosos, quero atar-me,

a vós, ficar unido, atado e firme.


Ke Deus todo poderoso abençoe nossa humanidade.

Forte abraço meu amigo!

Felina Mulher disse...

Bom dia Furtado,

Parabéns, meu anjo pela Sublime inspiração da postagem.
Que Deus te abençoe sempreee!!

Beijo Fraterno!

Everson Russo disse...

O que mais precisamos fazer nessa vida é buscar toda a mensagem dexada por Jesus....abraços amigo e otimo final de semana.

Edu Rocha disse...

complicado, a fama que temos é feia mesmo em, demorei - confesso- "n" horas para absuzir seu comentário....

Wanderley Elian Lima disse...

Olá amigo.
Desculpe-me pela ausência, estava viajando de férias como publiquei no post do dia 5.
Voltei
Belo poema
Obrigado pela força.
Abração

Anônimo disse...

Penei com seu Gregório na época do colegio, depois descobri que era o professor que complicava muito as coisas.
Hoje somos bons amigos!
Bjs.

Helô Strega disse...

Belo poema!
Tenha um bom fim de semana meu amigo Furtado!
Beijos

Lou Witt disse...

Obrigada por nos trazer Gregório de Matos, querido Furtado!

Beijo de carinho!

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Olá Furtado, venho agradecer sua distinta visita e ler este belíssimo soneto do grande Gregório de Matos.
Poeta que sempre estou lendo.
Obrigada,
com admiração,
Efigênia