O DESFECHO
Prometeu sacudiu os braços manietados
E súplice pediu a eterna compaixão,
Ao ver o desfilar os séculos que vão
Pausadamente, como um dobre de finados.
Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião,
Uns cingidos de luz, outros ensangüentados...
Súbito, sacudindo as asas de tufão,
Fita-lhe a águia em cima os olhos espantados.
Pela primeira vez a víscera do herói,
Que a imensa ave do céu perpetuamente rói,
Deixou de renascer às raivas que a consomem.
Uma invisível mão as cadeias dilui;
Frio, inerte, ao abismo um corpo morto rui;
Acabara o suplício e acabara o homem.
Machado de Assis.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Em 1855 viu sair na Marmota Literária, pela primeira vez, um seu trabalho, a poesia “Ela”. Entrou em 1856 na Imprensa Nacional como aprendiz de tipógrafo, e no ano seguinte passou a exercer a função de mister de revisor de provas, em livraria e em jornal. Em 1859 já é crítico teatral e em 1860 tem a seu cargo várias secções, no Diário do Rio de Janeiro. Cavaleiro da Ordem da Rosa, por serviços às letras (1867), foi elevado a oficial em 1888. Chegou a diretor-geral em sua carreira de funcionário público, na qual se aposentou. Foi o primeiro presidente da Academia Brasileira, e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908.
Fonte: “Poesia Parnasiana” Antologia – Edições melhoramentos – 1967.
7 comentários:
Rosemildo.....que linda postagem!!!
Maravilhoso Machado de Assis, suas obras são realmente ímpares....amo!
Grande beijo e ótimo início de semana....
Reggina Moon
O nosso ilustre poeta Machado de Assis. Maravilhoso...linda postagem
Bom dia e boa semabna querido.
Grande abraço.......M@ria
Caro:
Amigo Furtado:
Machado de Assis è Unico sem comèntàrios...
Amigo sempre no sèu melhor na sua escolha!
Lhe desejo uma semana cheia de realizações.
Forte Abraço
Antònio Manuel
Que triste fim!
BeijooO
~Uma bela semana pra ti amigo...forte e fraterno abraço.
Linda mensagem Furtado,
se é que bem compreendi.
Somos herói de batalha, até quando o medo, não nos atinge, então todas as armas dentro da gente amortecem, tornam-se leve e na lividez, nos tornamos humildes servos...
Linda semana pra ti
Bjss
Gostei muito, não conhecia o poeta!
Beijinhos,
Ana Martins
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