A
VIRGEM
A
onda desmaia, na beira da praia,
As rendas da saia da virgem beijou;
O anjo vagueia, pisando n'areia,
Nem mesmo receia do mar que a molhou.
As rendas da saia da virgem beijou;
O anjo vagueia, pisando n'areia,
Nem mesmo receia do mar que a molhou.
Brincava, brincava, as conchas guardava
No seio que arfava no brinco infantil;
A nívea botina, de forma tão fina,
Gentil, pequenina, pisava sutil.
Na areia macia, que o vento movia,
A virgem escrevia, escrevia cismando;
Do astro do dia a luz imergia,
Na onda bravia do mar espumando.
Um vulto elegante, da praia distante,
Navega constante, cantando ao luar;
-Meu barco tem vela e a noite é tão bela
Donzela! Donzela! Voemos ao mar.
Afonso
Cláudio
Afonso
Cláudio de Freitas Rosa nasceu em Mangaraí, município de Santa
Leopoldina, no Estado do Espírito Santo, no dia 02/08/1859. Os
primeiros estudos foram feitos entre o Rio de Janeiro e o Espírito
Santo, respectivamente no Colégio das Neves e Ateneu Provincial. O
curso superior o dividiu entre a Faculdade de Direito do Recife-PE, e
de São Paulo, mas se formou na capital pernambucana em 1883. O
contato com Sílvio Romero, Tobias Barreto e Clóvis Bevilácqua
definiram o seu destino de escritor e pesquisador. Segundo Guilherme
dos Santos Neves, ninguém, antes dele, focalizou o folclore capixaba
com aquele "quê" científico e sério aprendido através
das lições de seu colega e amigo Sílvio Romero e de seu mestre
Tobias Barreto, Interessado também pela política, uma de suas
bandeiras foi o movimento republicano, que compartilhou com jovens
jornalistas e escritores através de campanhas pela imprensa.
Vitorioso o movimento, República proclamada, Afonso Cláudio foi
escolhido o primeiro governador do Estado, cuja posse se deu no dia
20/11/1889. Foi membro fundador da Academia Espírito-santense de
Letras, onde ocupou a cadeira n. 01 , cujo patrono é Marcelino Pinto
Ribeiro Duarte ( padre). Jurisconsulto, professor de Direito,
Historiador, Conferencista, Poeta, foi uma das mais ilustres
personalidades de sua época. Deixou vários livros e estudos sobre
Direito, História, Literatura, Filosofia, Folclore. Magistrado,
presidiu o Tribunal de Justiça. Pertencia ao Instituto Histórico e
Geográfico do Espírito Santo. A Prefeitura Municipal de Vitória,
em sua homenagem, deu seu nome a uma rua do bairro Praia do Canto.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 16/06/1934.
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6 comentários:
Olá, Rosemildo
Muito bom o poema, obrigado por ter comentado no meu blog.
Um abraço, paz e bem
Que lindo o poema! E sabes, ao iniciar a ler, tinha a certeza que era teu. Tu escreves tão bem quanto ele. Lindo! abração,chica
Gosto desses poemas clássicos com rimas e métricas perfeitas.
Abraço
A poesia enfeita a vida... sempre!!!
Amei ler essa.
✿·.¸.•
♪✿°•.¸ Bom fim de semana!
Beijinhos do Brasil.♪✿°
UN POEMA QUE ES ALGO MÁS QUE UN TRIBUTO.
UN ABRAZO
Olá Rosemildo, bela escolha de tema.Versos maravilhosos, palavras bem comportadas que falam de sensualidade, emoção e amor.....
Parabéns! Grande abraço!
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