SÃO
JOÃO DA MINHA TERRA
O
São João da minha terra,
É
porreta, é arretado.
Começa
no pé da serra,
E
se espalha no povoado.
Tem
festa pra todo lado,
Tem
traque, foguete e rojão.
Cachaça
tem pra danado,
Tem
xote, xaxado e baião.
Tem
quadrilha, com casamento,
Tem
padre, e até delegado.
Tem
carroça puxada por jumento,
Pra
carregar o casal enforcado.
Tem
inhame, batata e macaxeira,
Bolo
tem, de toda qualidade.
Tem
milho assado na fogueira,
Pra
ninguém ficar na saudade.
Tem
cuscuz, tem canjica e pamonha,
Tapioca,
beiju, arroz doce e munguzá.
E
tudo isso é pra comer, sem vergonha,
E
encher a pança até se empanturrar.
Forró
tem em todo canto,
Pra
quem pra lá, for brincar.
Mulher
tem demais, no entanto,
É
proibido, no salão se esfregar.
As
mulheres de lá são fogosas,
Mas,
tem umas que vivem pra rezar.
As
que não casam ficam em pavorosas,
Enquanto
as outras, só querem ficar.
Tem
gente de toda qualidade,
Pacata,
mas também arruaceira.
Quem
lá chegar com maldade,
Vai
pra ponta da peixeira.
Portanto,
meus queridos amigos,
Não
sendo um burro que emperra.
Vou
relembrar os festejos antigos,
Do
São João da minha terra.
R.S.
Furtado
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