N’UM ÁLBUM
Do sofrimento o arcanjo lamentoso
Sobre a face do mundo estende o braço:
Um diadema ofertava, e pavoroso:
“Para o que mais sofreu!” gritou no espaço.
Eis logo imensa turba se atropela,
Todos querem ganhar a prenda infausta;
Mas nenhum dos que chegam a obtê-la
Mostrava a taça da amargura exausta.
“Afaste-vos” lhes brada o gênio esquivo,
“Nenhum tocou do sofrimento a meta:
“Tu, só tu mereceste o prêmio altivo;
“Ergue a fronte, coroa-te, poeta!”
Soares de Passos
Nome: António Augusto Soares de Passos
Nascimento: 27-11-1826, Porto
Morte: 8-2-1860, Porto
Poeta portuense, expoente máximo do Ultrarromantismo em Portugal, Soares de Passos nasce no seio da média burguesia comerciante da Invicta. O seu pai, perseguido durante as guerras civis pelas suas ideias liberais, vivia largas temporadas escondido e afastado da família, o que teria marcado o temperamento algo soturno do jovem António Augusto. Tendo aprendido francês e inglês durante a juventude, e depois de trabalhar algum tempo no armazém do pai, ingressa na Universidade de Coimbra, em 1849, para cursar Direito. Aí convive com outros estudantes do Porto, como Alexandre Braga, Silva Ferraz e Aires de Gouveia, com quem fundaria, em 1851, a revista Novo Trovador. Em 1854, já formado, regressa ao Porto e, depois de uma passagem pelo Tribunal da Relação e da tentativa frustrada de obter um lugar de bibliotecário, decide dedicar-se exclusivamente à literatura, colaborando nos jornais de poesia O Bardo (1852-1854) e A Grinalda (1855-1869) e preparando a edição em volume das suas Poesias (1856). Para a sua celebridade contribuiu não apenas a sua imagem de misantropo e a frequência dos salões portuenses, como também o bom acolhimento dos críticos (é conhecida a carta de Alexandre Herculano em que o autor de Eurico, o Presbítero considera Soares de Passos "o primeiro poeta lírico português deste século"). Morre precocemente aos trinta e quatro anos, vítima da tuberculose, deixando um livro único onde confluem todas as tendências do imaginário poético seu contemporâneo.
Fonte: Infopédia.
11 comentários:
UFFFFFF, QUÉ GRITO DE VIDA!!!!
UN ABRAZO
Grazie delle visite.
Un abbraccio
Muito lindo,sempre aqui! abração,lindo dia!chica
Nossa! Um poema explendoroso que sintila em nossa alma! Amei!!!
Amigo, carinhos meus pra ti, viu?
Beijos
Pesado, forte, bonito. Gostei.
Grande abraço
Interessante e muito forte,,,mas belissimo,,,grande abraço de bom dia pra ti meu amigo...
Maravilhos Rosemildo!!
Realmente o poeta sabe o que é sofrer de dores que ninguém vê. O anjo deve estar certo em coroá-lo. Amei!
Parabéns pela escolha.
Beijos,
Carla
Meu querido amigo
Como sempre um belo poema e uma aula de literatura, adoro passar aqui, aprendo sempre mais um pouco.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Belo póema...Obrigada querido por partilhar. Beijos achocolatados
Vim matar saudades...
O rio corre sempre
Luta sempre
não baixa os braços
Um beijo
RIO
Olho a paisagem...
Vejo o rio...
O monte...
E vales...
Como és belo...
Como és grande...
É bom ver-te...
Rio límpido...
De águas puras...
De águas cristalinas...
A cair pelos montes...
E pelos vales...
Cair lentamente...
E ver como se corre...
Como se beija...
E como se dorme...
E tu Rio...
Lentamente...
Desces os montes...
Os vales...
E beijas...
E acaricias...
E corres...
Sem nunca parar!...
LILI LARANJO
Cada época tem suas marcas na história, beijo Lisette.
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