CARTA AO MAR
Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lyrico, choroso,
E terno visionario, meu amigo!
Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vae ter comtigo,
- Nada é mais grande, nobre e doloroso,
Do que tu, - vasto e humido jazigo!
Nada é mais triste, tragico e profundo!
Ninguem te vence ou te venceu no mundo!...
Mas tambem, quem te poude consollar?!
Tu és Força, Arte, Amor, por excellencia! -
E, comtudo, ouve-o aqui, em confidencia;
- A Musica é mais triste inda que o Mar!
António Gomes Leal
António Duarte Gomes Leal nasceu em Lisboa em 1848. Filho ilegítimo de um funcionário público, vive com a mãe e a irmã, a sua principal fonte de inspiração. No ano da morte de sua irmã, em 1875, publica Claridades do Sul, a sua primeira obra poética. Quando a mãe morre, converte-se ao catolicismo, o que tem influência na sua obra. Poeta e jornalista, é escrevente de um notário e publica inúmeros textos panfletários de denúncia político-social. A sua poesia oscila entre os três grandes paradigmas literários do final do século XIX: romantismo, parnasianismo e simbolismo. De 1899 a 1910, compõe e publica quase diariamente. Termina os seus dias na miséria, primeiramente vivendo da caridade alheia, na rua, e depois sustentando-se com uma pensão anual do Estado português que lhe foi conseguida por um grupo de amigos, dos quais se destaca Teixeira de Pascoaes. Morre em 1921.
Gomes Leal é considerado um precursor do Modernismo Português, tendo sido referido por Fernando Pessoa como um dos seus mestres.
Fonte: http://lerebooks.wordpress.com/
14 comentários:
Adoro suas descobertas!!
Engraçado vermos como era escrita a nossa língua, antigamente, né?
Bj, amigo!
Helô
E quanta confidência o oceano não carrega não meu amigo. Pensa.
Quão a profundeza oculta não carrega, entre dores e aflições, o mar tornou-se fecundo, dos tenores da ilusão...
Perfeito e maravilhoso poema
Bjs
Livinha
Linda carta ao mar tão bem escrita! abraços,lindo dia!chica
Olá amigo
O mar sempre inspirando. Suas cores, seu cheiro e seus movimentos, sempre encantaram aos poetas. Amei.
Grande abraço
Rosemildo: o mar é a poesia da vida que ondeia rtmando os amores e as saudades; paixões do vento sob a bênção do luar.
Abraços com carinho, jorge bichuetti
Como toda carta de amor,,,carrega uma tristeza,,,uma saudade,,,abraços meu amigo e um dia de paz pra ti.
Lindos versos!O mar é de uma beleza espetacular, fascinio absurdo, sou apaixonada pelo mar...
Beijosss
MUY, MUY NOSTÁLGICO ESCRITO.
UN ABRAZO
O mar é o que a gente só pode admirar...linda carta Rosemildo.
Boa tarde e felicidades,
Carla
Querido Amigo..
Um lindo poema como sempre você é muito especial beijos e beijos,Evanir.
www.aviagem1.blogspot.com
COM UM BEIJO
INSPIRAÇÃO
A vida inspira-nos...
Ao Amor...
Ao querer...
Ao estar...
E nesta inspiração...
Ficamos...
Mais ricos...
Mais leves
Mais esperançados...
Por isso inspiro-me...
E sinto que...
Valeu a pena...
Pois assim...
Sinto-me feliz...
E com inspiração...
O mundo rola...
O mundo brilha...
O mundo deixa-me
Um presente de inspiração...
Uma cesta
Cheia de Paz...
De amizade...
E de amigos...
Por isso eu...
Continuo inspirar-me!
LILI LARANJO
O mar e a lua! Não serão estes os grandes inspiradores dos poetas? Mas creio ser o mar o maior mistério: lindo, arrogante em sua força imensa. Respeito e temo.
bjs, amigo
Tais Luso
O amor trás momentos dificeis...beijo Lisette.
Olá, boa noite!
Achei criteriosas,
as suas escolhas!
Um forte abraço
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