segunda-feira, 16 de maio de 2016

Tipos da rua.

TIPOS DA RUA

Ambos descendem de ínfimo monturo,
Ela, amarela, feia e embrutecida.
Ele é um canalha preguiçoso, a vida,
Passa a beber cachaça com mel de furo.

Todas as noites, em um beco escuro,
Ele vai esperar a bem querida.
Que desleixada e de moral despida,
Mantém com ele o seu idílio impuro.

Então, dão expansão sem nenhum decoro,
Ela manhosa, ele velhamente,
O tão rasteiro e misero namoro.

Com tais colóquios de um amor imundo,
Preparam-se afinal nojentamente,
Para um aborto vil deitar ao mundo.

R.S. Furtado


8 comentários:

chica disse...

Lindo soneto e triste pois retrata a realidade que infelizmente existe nas ruas! abração, linda semana,chica

Ana Bailune disse...

Belíssimo, cru, real, verdadeiro.

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo poema amigo Rosemildo, gostei.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

SOL da Esteva disse...

A rua deixou de ser
Um lugar que se caminha.
Tornou-se escola daninha
De quem nela aparecer.


Abraço
SOL

Vera Lúcia disse...


Olá Furtado,

Soneto forte e muito bem construído, retratando uma face negra das ruas. Uma realidade desoladora.

Obrigada pela usual amabilidade.

Ótima semana.

Abraço.

mム尺goん disse...

talvez,
um choque de doçuras

nada mais.


abç

AdolfO ReltiH disse...

UN TEXTO RUDO, PERO MUY REAL.
ABRAZOS

Jaime Portela disse...

Um soneto que nos mostra o outro lado da rua.
Excelente, gostei imenso.
Boa semana, caro amigo Furtado.
Abraço.