segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Solidão.

 

SOLIDÃO

O rio se entristece sob a ponte.
Substância de homem na torrente escura
flui, enternecimento ou desventura,
misturada ao crepúsculo bifronte.

Antes que débil lume além desponte,
a sombra, que se apressa, desfigura
e apaga o casario em sua alvura
e a curva esquiva e sábia do horizonte.

Os bois fecham nos olhos os arados,
o pasto, a hora que tomba das subidas.
Dorme o ocaso, pastor, entre as ovelhas.

Sobem névoas dos vales fatigados
e das árvores já enoitecidas
pendem silêncios como folhas velhas.

Abgar Renault

 
Leia um belo poema e a biografia do autor aqui:

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3 comentários:

chica disse...

Tema profundo,lindo soneto! abração praiano,linda semana,chica

Renascendo disse...

Belo soneto, Furtado. Sempre aprendo no seu "artes e emoções) . Já ouvi falar sobre o autor, mas não conhecia a fundo suas obras. Gostei muito.

Um beijo pra você, pra família, e uma boa semana!

Dan André disse...

Soneto intenso, que se identifica muito comigo.

Abração amigo,
Fique na paz.
Dan
http://gagopoetico.blogspot.com.br/