"EXÍLIO"
"Hoje, sonhei que estava lá
Lá pr'além dos Andes
Lá, longe dos meus,
Naquela fria, alheia, terra estrangeira.
Não estava lá por livre escolha minha.
Estava proscrito, exilado
Botado fora. Desterrado por vontade alheia.
Mas nunca saí de mim, daqui.
Todo tempo, eu sabia, me doía saber
Que assaltaram minha Pátria,
M'a roubaram. Cidadão sou de Pátria proibida.
Errando mundo afora, em pátrias alheias.
Nesta dor da terra ausente, consolava
Levá-la no peito, gemendo, noite e dia,
Gastando meu escasso tempo de viver
Nesta agonia arfante de saudade."
Darcy Ribeiro
Darci Ribeiro nasceu em Montes Claros, MG, no dia 26 de outubro de 1922. A obra de Darci Ribeiro está impregnada de brasilidade. Os escritos desse sociólogo, educador, antropólogo, indianista e político são um mergulho nas entranhas do espírito brasileiro; trata-se de uma radiografia da formação de nosso povo. Tanto em sua ficção quanto em seus ensaios estão presentes os fatores constitutivos da nação: a violência da colonização, a peculiaridade de uma miscigenação tantas vezes louvada, a tropicalidade inerente à cultura etc. Seus livros representam, de fato, uma história do Brasil, mas uma história vista — e muitas vezes narrada — sob o ângulo de quem a sofreu: índios e negros, sobretudo. Fugindo de todo academicismo, Darci Ribeiro procurou fazer mais do que, baseando-se em modelos teóricos estrangeiros, refletir acerca da constituição do povo; sua ambição era a de construir um amplo panorama antropológico, que fosse um painel explicativo do Brasil para os brasileiros. Polêmico, crítico, dono de um carisma arrebatador, utilizou-se da antropologia menos como teoria e mais como um instrumento de transformação social. Morreu em Brasília no dia 17 de fevereiro de 1997.
OBRAS:
Culturas e Línguas Indígenas do Brasil (1957)
O Processo Civilizatório (1968)
Os Índios e a Civilização (1970)
Teoria do Brasil (1972)
Uira Sai à Procura de Deus (1974)
Maíra (1976)
O Dilema da América Latina (1978)
Ensaios Insólitos (1979)
O Mulo (1981)
Utopia Selvagem (1982)
Migo (1988)
O Povo Brasileiro, a Formação e o Sentido do Brasil (1995)
Confissões (1997), entre outros
Fontes: http://pt.shvoong.com/
17 comentários:
Eu te ofereço flores
Como prova de amizade
Flores de todas as cores
Com cheiro de felicidade
Denise Pires
BOM FDS....Beijos meus! M@ria
Caro Furtado:
Exlente texto!
Aprecio o Darcy Ribeiro:
Grato pela partilha:
Lhe deixo um presente da sua autoria.
*****
Aquela
Minha amada é de carne, de pele e pêlo.
Ora é negra, ora é loura, ora é vermelha.
Minha amada é três.
É trinta e três.
Minha amada é lisa, é crespa, é salgada, é doce.
Ela é flor, é fruto, é folha, é tronco.
Também é pão, é sal e manga-rosa.
Minha amada é cidade de ruas e pontes.
É jardim de arrancar flores pelo talo.
Ela é boazuda e é bela como uma fera.
Minha amada é lúbrica, é casta, é catinguenta.
Minha amada tem bocas e bocas de sorver,
de sugar, de espremer, de comer.
Minha amada é funda, latifúndia.
Minha amada é ela, aquela que não vem.
Ainda não veio, nunca veio, ainda não.
Mas virá, ora se virá.
A diaba me virá.
Darcy Ribeiro
*****
Lhe desejo um Feliz Sabado
Forte Abraço
Antònìo Manuel
Nossa! Que poema lindo! Amigo abraços de bom fim de semana, e carinhos meus a ti... Bjsss
Olá Furtado
Deve ser a maior angústia viver longe da terra da gente, quando não é por vontade própria. Haja coração...
Grande abraço
Belissimo texto amigo,,,abraços de bom final de semana.
Exílio,
um triste sofrer, a saudade a corroer o coração dos aflitos.
belíssimo poema meu amigo,
como sempre muito bem escolhidas...
Um lindo domingo pra ti
Bjs
Livinha
Exílio,
um triste sofrer, a saudade a corroer o coração dos aflitos.
belíssimo poema meu amigo,
como sempre muito bem escolhidas...
Um lindo domingo pra ti
Bjs
Livinha
siempre es muy importante e interesante lo que nos compartes.
un abrazo
*
um belo post,
aprendi muito,
mais rico estou !
,
conchinhas,
,
*
Não conhecia, mas adorei ler!
Obrigada por partilhar e continuar a enriquecer-nos!
Beijinho
Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.
[ Clarice Lispector ]
Boa Noite.......Beijos & Flores! M@ria
Excelente post como sempre.
Tenha um Domingo maravilhoso
Beijinhos
Maria
Furtado, meu amigo querido,
Que alegria encontrar um pedacinho de Darcy, aqui.
Bjão e lindo domingo
Furtado,
Um verso muito forte e triste, que expressa o sentimento de quem é exilado, isso deve ser mesmo uma grande dor...
Parabéns pela postagem!
Beijos e ótimo Domingo!
Reggina Moon
Versos tristes, estar exilado deve ser cruel demais ser simplesmente expulso da sua terra...
Beijos
Bom fim de semana amigo! Darcy foi um educador de primeira grandeza.
Carla Fernanda
Busco lindas estrelas lá no céu,
No céu de manto escuro, sem luar,
E o firmamento, em calmo e suave véu,
Mostra miríades delas a brilhar
J.Udine
Feliz Domingo...Beijos meus! M@ria
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