REGRESSO
Mamãe Velha, venha ouvir comigo
o bater da chuva lá no seu portão.
É um bater de amigo
que vibra dentro do meu coração.
A chuva amiga, Mamãe Velha, a chuva,
que há tanto tempo não batia assim...
Ouvi dizer que a Cidade-Velha,
— a ilha toda —
Em poucos dias já virou jardim...
Dizem que o campo se cobriu de verde,
da cor mais bela, porque é a cor da esp´rança.
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
— É a tempestade que virou bonança...
Venha comigo, Mamãe Velha, venha,
recobre a força e chegue-se ao portão.
A chuva amiga já falou mantenha
e bate dentro do meu coração!
Amilcar Cabral
Amílcar Cabral (Bafatá, Guiné-Bissau, 12 de Setembro de 1924 — Conacri, 20 de janeiro de 1973) foi um político da Guiné-Bissau e de Cabo Verde
Filho de Juvenal Lopes Cabral e de Dona Iva Pinhel Évora, aos oito anos de idade, sua família mudou-se para Cabo Verde, estabelecendo-se em Mindelo (ilha de São Vicente), que passou a ser a cidade de sua infância, onde completou o curso liceal em 1943. No ano seguinte, mudou-se para a cidade de Praia, na ilha de Santiago, e começou a trabalhar na Imprensa Nacional, mas só por um ano, pois tendo conseguido uma bolsa de estudos, no ano de 1945 ingressou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Após graduar-se em 1950, trabalhou por dois anos na Estação Agronómica de Santarém.
Contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné, regressou a Bissau em 1952. Iniciou seu trabalho na granja experimental de Pessube percorrendo grande parte do país, de porta em porta, durante o Recenseamento Agrícola de 1953 adquirindo um conhecimento profundo da realidade social vigente. Suas atividades políticas, iniciadas já em Portugal, reservam-lhe a antipatia do Governador da colônia, Melo e Alvim, que o obriga a emigrar para Angola. Nesse país, une-se ao MPLA.
Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com Aristides Pereira, seu irmão Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, funda o partido clandestino Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Quatro anos mais tarde, o PAIGC sai da clandestinidade ao estabelecer uma delegação na cidade de Conacri, capital da República de Guiné-Cronacri. Em 23 de janeiro de 1963 tem início a luta armada contra a metrópole colonialista, com o ataque ao quartel de Tite, no sul da Guiné-Bissau, a partir de bases na Guiné-Conacri.
Em 1970, Amílcar Cabral, fazendo-se acompanhar de Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, é recebido pelo Papa Paulo VI em audiência privada. Em 21 de novembro do mesmo ano, o Governador português da Guiné-Bissau determina o início da Operação Mar Verde, com a finalidade de capturar ou mesmo eliminar os líderes do PAIGC, então aquartelados em Conacri. A operação não teve sucesso.
Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, por dois membros de seu próprio partido. Amílcar Cabral profetizara seu fim, ao afirmar: "Se alguém me há de fazer mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios." Aristides Pereira, substituiu-o na chefia do PAIGC. Após da morte de Cabral a luta armada se intensifica e a independência de Guiné-Bissau é proclamada unilateralmente em 24 de Setembro de 1973. Seu meio-irmão, Luís de Almeida Cabral, é nomeado o primeiro presidente do país.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/
14 comentários:
Este blog é só cultura, amigo, beijos!
Uma bela poesia!O regresso é sempre bom!
E que pena que morrera da triste forma:uma verdadeira traiçao mas que realmnte ele profetizara!
Beijos,amigo
Que lindo,é muito bom passar aqui antes de dormir...
Beijossssssss
E quando cai a chuva, o sertão floresce e a esperança renasce.
Abração
Belissimo sempre meu amigo,,abraços de belo dia pra ti.
Amigo Rosemildo
Que bela postagem!
O poema, maravilhoso!
O texto informativo, muito precioso.
Você está de parabéns pelo trabalho que realiza neste mais do que interessante espaço.
Um forte abraço!
PS- Eu tinha certeza de estar inscrita entre seus seguidores: já tinha até o link na minha página.
Mas, realmente, não estava.
Agora estou! rs...
Lindo e emocionante poema!!! Obrigada amigo! Que Deus o abençoe sempre e sempre... Carinhos... Bjsss
FURTADO,
LINDO VERSO!SALVEI PARA MIM...
A BIOGRAFIA TAMBÉM É MUITO INTERESSANTE...PERFEITO!
GRANDE BEIJO MEU AMIGO!
REGGINA MOON
Quando você não aparece
o dia não acontece
pássaros ficam mudos
barcos se perdem,
e as ondas vão para alto mar
a procura do vento...
£UNA
Amor & Paz no seu dia!Beijos meus! M@ria
Furtado,
O saber não ocupa espaço e esse trabalho que vc faz é maravilhoso.
Bjs
Suas escolhas sempre alegram meu dia.
BeijooO*
Que elas nunca envelhecessem.
Até acredito que nunca envelhecem, mantendo elas sempre vivas dentro da gente, a gente tbém não envelhece...
Lindíssimo poema.
Bjs
livinha
muy bello texto. como siempre. gracias por compartirlo.
una brazo
Gostei!
Bjs.
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