quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nunca te amei tanto.


NUNCA TE AMEI TANTO

Nunca te amei tanto, ma soeur,
Como quando de ti parti naquele pôr-de-sol.
O bosque engoliu-me, o bosque azul, ma soeur,
Sobre que já pousavam as estrelas pálidas a oeste.

Não me ri nem um pouco, nada, ma soeur,
Eu que a brincar ia ao encontro dum destino escuro —
Enquanto os rostos já atrás de mim
Devagar empalideciam no anoitecer do bosque azul.
Tudo era belo naquele anoitecer único, ma soeur,
Nunca mais depois e nunca antes assim —
Verdade é: só me ficaram as grandes aves
Que ao anoitecer têm fome no céu escuro.

Bertold Brecht, in 'Do Pobre B.B.'


Eugen Berthold Friedrich Brecht (Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955.

Nascido no Estado Livre da Baviera, extremo sul da Alemanha, Brecht estudou medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. Filho de Berthold Brecht, que era diretor de uma fábrica de papel, católico, exigente e autoritário, e de Sophie Brezing (em solteira), protestante, que fez seu filho ser batizado nesta igreja.

Suas primeiras peças foram encenadas na vizinha Munique. Baal (1918/1926) e Tambores na Noite (Trommeln in der Nacht) (1918-1920). Em sua participação no teatro Brecht conhece o diretor de teatro e cinema Erich Engel com quem veio a trabalhar até o fim da sua vida.

Depois da primeira grande guerra mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert Ilhering, chamou-lhe a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Trabalha inicialmente com Erwin Piscator, famoso por suas cenas Piscator, como eram chamadas, cheias de projeções de filmes, cartazes, etc. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, protagonizada por Fritz Kortner e dirigida por Engel, tornou-se o seu primeiro sucesso.

O Nazismo afirmava-se como a força renovadora que iria reerguer o país, pretendendo reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Mas, ao mesmo tempo, chegavam à Alemanha influências da recém formada União Soviética.

Com a eleição de Hitler, em 1933, Brecht exila-se primeiro na Áustria, depois Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos. Recebeu o Prêmio Lênin da Paz em 1954.

Seus textos e montagens o fizeram conhecido mundialmente. Brecht é um dos escritores fundamentais deste século: revolucionou a teoria e a prática da dramaturgia e da encenação, mudou completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o como arma de conscientização e politização.

Teve três filhos com Helene Weigel: Stefan Brecht, Barbara Brecht-Schall e Hanne Hiob.

Fonte: Wikipédia.

17 comentários:

Anônimo disse...

Lindo e triste poema..

E muito bom conhcer a história de quem escreve...por sinal demais interessante....

um dia lindo!

bjo!

Zil

Anônimo disse...

tremendas metáforas, me encanto el tema.
un abrazo

Rosane Marega disse...

Bom dia Rosemild, legal você dividir essa história conosco,sempre é muito saber e saber mais.
Beijossssss

Carla Fernanda disse...

Bom dia! Interessante saber de um mcara que sempre ouvi falar pelos atores que o reverenciam. Obrigada!
Carla Fernanda

Sandra Gonçalves disse...

O amor sempre cantado pelos poetas...
Beo poema amigo.
Bjos achocolatados

Everson Russo disse...

Belissimo poema,,,sempre o amor a nos encantar de todas as formas,,,abraços de bom dia pra ti amigo.

Valéria lima disse...

Que poemaço heim? Curtinho e pleno. Amigo, com essa ficou perfeito.

BeijooO*

Wanderley Elian Lima disse...

Brecht é fantástico, seus textos e poemas, sempre nos encantam.
Grande abraço

Lídia Borges disse...

Belíssimo, o poema! Com um certo desencanto no entardecer.

Obrigada pelo texto biográfico!

L.B.

Anônimo disse...

Ah!!!
Como eu gosto de ler Bertold Brecht!
Bjs.

EU VENCI O CÂNCER! disse...

ei tudo bem passa la no meu cantinho tem selinho

Lau Milesi disse...

Olá Furtado! Um romântico e didático post. Obrigada por nos trazer Brecht! Cultura pura!Parabéns!!!
Beijos fraternais

Paula Figueiredo disse...

Boa noite Furtado! É muito legal como você descreve os autores, colocando-lhes a biografia! Originalíssimo! E os textos que escolhe surpreendem! Muito bom!
Obrigada pela presença em minha casa! Abraço! E vamos confiar na vida! :)

vieira calado disse...

Minha 1ª visita.

Achei o seu blog interessante e variado.

Bom resto de fim de semana.

Saudações poéticas.

Sérgio, Beija-flor-poeta disse...

Sehr gut, sehr gut.

Muito bom, muito bom.

Abracos e felicidades mil.

Passei pra te visitar e deixar meu carimbo de amizade.

Sérgio, beija-flor-poeta

Sérgio, Beija-flor-poeta disse...

velejos

marés altas,
meu amor,
tomam conta de balanciar
a jangada e me esvoar
entre as dunas
de tua silhueta
em Copacabanbas vivas,
aquelas tipo asa-delta do tempo.
Perder-se nesse emaranhar
de pensamentos latentes
em guerras incansável
com o sol
morenando os lábios
à flor da péle.

" águas silenciosas
sao profundas "
e é por isso que te deitas
no silencio do meu peito
e fazes um carnaval
de felicidades.
Sonhar pra que,
se viver é bem mais que melhor ?

Somos velejos,
meu amor,
um do outro
e nada mais.

Sérgio, beija-flor-poeta

Sérgio, Beija-flor-poeta disse...

Brecht war einfach klasse.

Brecht foi super fantástico !