SONATA PARA IR À LUA
Desnudo já me dou de mim doendo
na doação das folhas da floresta
que vão caindo sem saber-se sendo
pedaços de nós na noite deserta
A lua imponderável vai ardendo
cúmplice em nossa luz de fogo e festa
Meus braços são dois galhos te dizendo
que o forte às vezes treme em sua aresta
Esta outra face frágil de aparência
que só aos puros é dado conhecer
no abraço da paixão e sua ardência
Mesmo cego de mim eu pude ver
e sentir no teu beijo a clara essência
que faz do nosso amor raro prazer
Aníbal Beça
Aníbal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto era amazonense de Manaus, onde nasceu a 13 de setembro de 1946 e faleceu no dia 25 de agosto de 2009. Era poeta, compositor e jornalista. Desde muito cedo colaborou em suplementos literários e em publicações similares nacionais e internacionais.
Dividiu seus primeiros estudos entre colégios de Manaus (Aparecida, Dom Bosco e Brasileiro) e em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul (Colégio São Jacó). Durante sua permanência no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Porto Alegre, travou conhecimento com o poeta Mario Quintana, quem lhe deu os primeiros ensinamentos e o estímulo para caminhar pelas veredas da poesia.
Especialista em tecnologia educacional na área de Comunicação Social (UFRJ), Teve passagens, como repórter, redator, colunista, copy-desk e editor, em todas as redações dos jornais de Manaus, do ínicio da década de 60 até final da década de 80; foi diretor de produção da Televisão Educativa do Amazonas – TVE e consultor da Secretaria de Cultura e Turismo do Amazonas. Foi idealizador e Editor-geral do suplemento literário "O Muhra", de circulação bi-mestral, editado pela referida secretaria.
Envolvido com teatro, artes plásticas, foi na música popular que a sua contribuição se faz mais efetiva como compositor, letrista e produtor de espetáculos e de discos. Desde 1968, quando venceu o I Festival da Canção do Amazonas, Aníbal foi colecionando prêmios com mais de 18 primeiros lugares em festivais em sua terra, no Brasil e no exterior. Representou o Brasil no VIII Festival de Joropo de Villa Vicencio, Colômbia (1969);
Foi o único artista amazonense a se classificar e se apresentar no Festival Internacional da Canção FIC, em 1970, com a música "Lundu do Terreiro de Fogo", defendida pela cantora Ângela Maria.
Tem músicas gravadas por vários artistas brasileiros como: As Gatas, Coral JOAB, Felicidade Suzy, Nilson Chaves, Eudes Fraga, Lucinha Cabral, Dominguinhos do Estácio; Bira Hawaí, Aroldo Melodia, Jander, Raízes Caboclas, Mureru, Roberto Dibo, Célio Cruz, Torrinho, Arlindo Junior, Paulo Onça, Paulo André Barata, Almino Henrique, Pedrinho Cavalero, Pedro Callado, Delço Taynara, Grupo Tynbre e outros.
Foi diretor do Sindicato dos Escritores, Presidente da ACLIA Associação de Compositores, Letristas e Intérpretes do Amazonas, Presidente do Coletivo Gens da Selva (ONG), Vice-Presidente da UBE-AM União Brasileira de Escritores, seção Amazonas.
Seu primeiro livro Convite Frugal, data de 1966 (este ano, comemora 33 anos de atividade literária e 35 de produção musical).
A propósito de sua poesia, o poeta Carlos Drummond de Andrade, teceu, em 31 de julho de 1987 - pouco antes de morrer - o comentário: "Li Filhos da Várzea, os poemas-pôster e os haicais afetuosamente a mim dedicados. Obrigado por tudo, meu caro poeta. É de coração aberto que lhe desejo a maior receptividade pública e compreensão para a bela poesia que está elaborando e que, espero, marcará seu nome como um dos que engrandeceram o cultivo artístico do verso." Em 1994, com o livro Suíte para os Habitantes da Noite, sagrou-se vencedor, dentre 7.038 livros de todo o país, do 6º Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira - categoria poesia. O livro, lançado sob o selo da editora Paz e Terra, saiu em 1995.
Outros livros: Filhos da Várzea, ed. Madrugada, 1984, abrigando o livro Hora Nua; Marupiara - Antologia de Novos Poetas do Amazonas, (organizador) Ed. Governo do Estado do Amazonas, 1985; Quem foi ao vento, perdeu o assento (Teatro) Ed. SEMEC, 1986; Itinerário poético da Noite Desmedida à Mínima Fratura, Ed. Madrugada, 1987; Banda de Asa - poesia reunida - Ed. Sette Letras, 1998; contendo o livro inédito Ter/na colheita.
Em junho de 99, Representou o Brasil no VIII Festival Internacional de Poesia de Medellín, e em agosto/99 no Encontro Internacional de Escritores da Associação Americana para o desenvolvimento cultural, em Bogotá.
Fonte: http://www.revista.agulha.nom.br
10 comentários:
Lindo, lindo mesmo.
BeijooO*
Adoro receber tua visita, na minha casa vc pode entrar pela porta da frente ou pela porta de tras ou ainda podes pular as janelas...kkkk...não importa, o que importa é que tu entres, pois serás sempre bem-vindo.
Obrigada pelo carinho....beijos da FE!
Que lindo Rosemildo!
BeijosssSSS
Que lindo Rosemildo!
BeijosssSSS
Uma ode ao amor. Amei
Grande abraço
Lugar melhor pra ir não há,,,abraços amigo de bom final de semana.
Fui a lua tbm com tal poesia.
Amigo, seu blog é muito pesado para o meu humilde computador, a cada clique abre uma nova página e aí trava tudo.
Bjs*
Ô meu amigo, a ti confesso:
Encontrar o Luar era tudo o que mais queria rasgando esse universo...
Porém somente a Deus eu peço:
Que me deixe assim logo nua,
dessa roupa que me veste,
os meus versos,
para tão logo me encontrar
na luz da Lua...
Belíssimo poema...
Quando se fala em lua a gente até
arrepia...
Linda tarde pra ti
Bjs
muy hermosa dedicatoria.
un abrazo
é impressionante como vc escolhe lindas poesias e poemas
Gostei d+
:)
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