sábado, 11 de setembro de 2010

Poema a Baco


POEMA A BACO

A Baco pede Midas que se torne
Ouro quando tocar (louca ambição!))
tornar em ouro quando olha e toca,
O trabalhado palácio e verde selva

Onde queira que seu corpo envolva
ouro o ofende e dorme em dura rocha:
ouro come, ouro bebe, que a boca
quer também que em ouro se resolva

A morte, finalmente, sua auricida,
triunfa da ambição, e em ouro envolto.
se foi secando, até o seu derradeiro fim.

Assim eu, triste, acabarei a vida
Pois tanto amor pedi, que em amor troco
o sonho, o gosto, de abundância morro.

Lope de Vega


Félix Lope de Vega Carpio, (25 de novembro de 1562 – 27 de agosto de 1635), foi um dramaturgo, autor de peças teatrais e poeta espanhol.

Após escrever sua primeira obra de sucesso, o romance La Arcadia (1598), voltou a Madri decidido a entregar-se à literatura, e foi ainda secretário do Duque de Sessa (1605). Já autor consagrado, estabeleceu-se definitivamente em Madri, mas com a morte da então esposa Juana e de um de seus filhos, sofreu uma forte crise espiritual que o levou a se tornar religioso (1610), ordenou-se (1614) e e foi nomeado oficial da Inquisição. Também famoso por seus vários casamentos, inúmeras aventuras amorosas extra-conjugais e escandalosos romances, que pareciam ampliar sua inspiração, entre eles Marta de Navares, a Amarílis de seus versos, que conheceu (1616) e com quem manteve um amor sacrílego que escandalizou Madri.

A morte dela (1632), seguida de uma série de desgraças pessoais, mergulhou o poeta em profunda depressão, que se prolongaria até sua morte. De sua vastíssima produção literária, conhecem-se hoje como de sua autoria 426 comédias e 42 autos, além de milhares de poesias líricas, cartas, romances, poemas épicos e burlescos, livros religiosos e históricos, entre eles os extensos poemas como La Dragontea (1598) e La Gatomaquia (1634), os poemas curtos Rimas (1604), Rimas sacras (1614), Romancero espiritual (1619) e a célebre écloga Amarilis (1633), uma impressionante homenagem à amada morta. Ainda são destaques por sua originalidade, os épicos Jerusalén conquistada (1609), o Pastores de Belém (1612) e o romance dramático La Dorotea (1632).

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/

9 comentários:

Carla Fernanda disse...

Bom dia!! Também não conhecia Lope de Vega. Muito interessante! Obrigada!!
Carla Fernanda

Everson Russo disse...

Belissimo post meu amigo,,,abraços fraternos de otimo final de semana pra ti.

Ira Buscacio disse...

Furtado, meu querido,

Bela escolha...Lope de Vega.

A ambição nos seca a alma.

Bj

Wanderley Elian Lima disse...

Um poema lírico, onde a vaidade e o amor matam.
Grande abraço

Unknown disse...

Não conhecia esse poeta. Bonito verso, premissa muito criativa...
A relação entre excesso e perda cai muito bem no mito de Midas...
Belo post.

Sandra disse...

CURIOSA está em comemoração. Vou te esperar para comer uma fatia de bolo.
Desculpe não ter vindo antes avisar. Mas ando mesmo sem tempo.
Carinhosamente,
Sandra

Amigos são aqueles botões de rosas que se abrindo lentamente e exalando o seu perfume pelos caminhos que trilhamos.

Lu Nogfer disse...

É um poeta de palavras fortes!

Parabens pela escolha e pelas informaçoes!

Beijos pra voce!

Otimo FDS!

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo
Não conhecia nada deste poeta, mas adorei.

beijinhos
Sonhadora

✿ Regiane ✿ disse...

Muito bom conhecer mais sobre esse poeta.
Belos versos.
Tenha um ótimo domingo.
Com carinho, Lady.