SETE DE SETEMBRO
Esplende o sol... O Ypiranga desliza
E nele se reflete o azul sereno,
Lindo... A desdobrar-se ameno,
De luz e beleza se matiza.
Independência ou Morte! Concretiza.
O brado augusto, vivo como um treno,
O gesto nobre, o decantado aceno,
Do Monarca que ali se sublima...
E o grito vibra além... Há manifestas
Expressões as mais justas,
Um delírio de usos e festas.
E a grande terra, erguida na História,
Aureolada de estrelas refulgentes,
Sente envolvê-la a sagração da glória.
Francisca Clotilde
Francisca Clotilde nasceu em Tauá, Ceará aos 19 de outubro de 1862. Filha de João Correia Lima e Ana Maria Castelo Branco. Do sertão dos Inhamuns a família se mudou para a Serra do Baturité e de lá, a menina passou a estudar em Fortaleza, capital da Província, no Colégio Imaculada Conceição, de onde saiu apta para o magistério.
Ávida por liberdade, engajou-se no Movimento Abolicionista; já então se notabilizava pela vocação poética. Em 1884, por concurso público foi nomeada com o título de professora para a Escola Normal de Fortaleza. Concomitantemente ao trabalho de educadora, colaborou na imprensa em verso e em prosa: Cearense, Gazeta do Norte, Pedro II, O Libertador, A Quinzena, A República, Almanaque do Ceará, no Ceará; também na imprensa de outros estados brasileiros, como por exemplo, Almanaque das Senhoras Alagoanas; O Lyrio, de Recife; A Família, de São Paulo e Rio de Janeiro etc.
Ao ser demitida da Escola Normal (sua pena incomodava os poderosos), fundou externato próprio que funcionou em Fortaleza, depois em Baturité, de onde continuou colaborando na Imprensa.
Além de poetisa, foi também contista, cronista, jornalista, dramaturga e romancista. Em 1902 veio a público o romance A Divorciada. Pelo tema, há de se imaginar o abalo na sociedade e o preço que a romancista pagou pela "ousadia".
Em 1908 transferiu-se com a família, o externato e a revista A Estrella para a cidade de Aracati, onde passou 27 anos de sua vida dedicados à educação da Zona Jaguaribana.
Seus filhos Antonieta, Aristóteles e Angelita seguiram o exemplo da mãe – todos percorreram o árduo caminho de educar.
Faleceu em Aracati aos 08 de dezembro de 1935.
Ao ser fundada a Academia Feminina de Letras, em Fortaleza, sua ex-aluna da Escola Normal de Fortaleza, Alba Valdez, a tomou para madrinha.
Na Ala Feminina da Casa de Juvenal, Francisca Clotilde é patrona da cadeira que teve como primeira ocupante uma ex-aluna de Aracatis, Stella Maria Barbosa de Araújo. É nome de logradouro na cidade de Fortaleza. É nome de grupo teatral na cidade de Aracati. Nessa mesma cidade foi criada, por familiares e amigos da cultura, a Associação Cultural Solar das Clotildes (22/10/2005). É patrona da cadeira No. 11 na Academia Tauaense de Letras (05/03/2005). É nome do Centro de Referência da Mulher em Fortaleza (08/05/2006). Por último, a Câmara Municipal de Tauá aprovou projeto de lei que dá nome de logradouro à ilustre conterrânea.
Sua obra tem sido tema de monografia em várias universidades do Brasil.
Fonte: http://www.sonetos.com.br
8 comentários:
É pra ler com a mão no peito?
Brincadeirinha!!!!!!!!!!!!!!!!
Bjs meu querido.
Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia.
William Shakespeare
Bom dia e carinho meu!....M@ria!
Outras independências ainda precisamos.Enquanto existir, fome, miséria, robalheira, má distribuição de renda, banqueiros exploradores., nossa independência é parcial.
Abração
Na independencia começa mesmo nossa historia..ainda precisamos de outras independencias...mas vamos lutando...abraços de bom dia pra ti amigo.
Bom feriado....
Abraço
"Independência ou Morte! Concretiza.
O brado augusto, vivo como um treno,
O gesto nobre, o decantado aceno,
Do Monarca que ali se sublima..."
Lindo poema. Eternecedor.
Um toque no âmago da gente.
Meu semblante se fez sereno, houve um ímpeto de emoção, de sentir tudo tão diferente no mundo, em cada coração.
Despreendimento, seria esta a independência? Podemos nos atrever, dar as costa e sair buscando a tentativa da liberdade... Mas como meu querido amigo, se não somos deveras independentes, ao contrario, dependemos muito dos arranjos montados pela sociedade para ao menos sobreviver...
A gente somente se desliga, quando parte dessa pra outra. A gente tenta compreender, mas sente na pele tudo o que acontece em nossa volta, porque os sentidos comicham, mesmo que ainda por alguns instantes na dura realidade que não tem como se dar ao faz de conta que nada vemos, nada sentimos e sairmos por aí despreocupados...
Falei um monte de besteira né mesmo?
faz parte, besteirol é medicamento venenoso, que mata a gente por dentro, mas ao mesmo tempo alivia, porque a gente vomita, botando pra fora o que nos encomoda tanto.
Falei demais né meu amigo.
Chega então. Daria um livro se fosse possível falar tudo.
Que gritemos então: Independência após morte!!!
Lindo resto de semana pra ti.
Bjs
Livinha
Dia de comemorar a pátria e seu blog.
Parabéns!
Bjs*
Lindo post Rosemildo, adorei!
Beijosss
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