APELOS
(a Paulo Dantas e Gilberto de Hazaña de Godoy)
Pelos varais premidos da favela,
retalhos multicores da penúria
tremulam apontando para a incúria
da farta sociedade paralela.
Poderes insensíveis à lamúria
amargam os efeitos da sequela:
fechando porta e sem abrir janela
são vítimas também da imensa fúria.
Esse contraste traz desequilíbrio
na luta desigual entre o ludíbrio
e a dura realidade da carência.
E nos varais as roupas tremulando
são mãos desidratadas apelando
na busca de conter a violência.
Carlos Severiano Cavalcanti
Carlos Severiano Cavalcanti (Fazenda Monte, Campina Grande, 31 de julho de 1936) é um poeta brasileiro.
Alfabetizado já na adolescência, viveu restrito à zona rural até os quinze anos, migrou para Pernambuco aos dezesseis, aprimorando seu aprendizado e ingressando no comércio de tecidos. Voltando à Paraíba, transferiu-se para Guarabira, onde tornou-se empresário do ramo têxtil.
Por sua atividade comercial e social naquela cidade, recebeu o título de Cidadão guarabirense, em 1967. Voltou a Pernambuco, onde reside atualmente. Retomando o estudo, formou-se Bacharel em Comunicação social, sendo, posteriormente, professor universitário de Comunicação Social na faculdade onde se graduara.
Livros Publicados:
Caminhos da vida. Recife: Bagaço, 1997.
Reflexos de Terra e Sol. Recife: CEPE, 2001.
Sertanidade. Recife: Facform, 2004.
Histórias sertanejas. Recife: Edições Edificantes, 2008.
A gênese do tempo. Recife: Facform, 2008.
Tresafio. Recife: Paulo Camelo, 2009.
Prêmios literários:
Prêmio De Lyra e César de poesia, 2001, oferecido pela Academia Pernambucana de Letras, para o livro "Caminhos da vida".
Menção honrosa no Prêmio Edmir Domingues de poesia, 2006, oferecido pela Academia Pernambucana de Letras, para o livro "Sertanidade".
Menção honrosa no Prêmio Edmir Domingues de poesia, 2007, oferecido pela Academia Pernambucana de Letras, para o livro inédito "A gênese do tempo".
Fonte: Wikipédia.
8 comentários:
Furtado...
Belo soneto que retrata a nossa realidade...bem contemporâneo...gostei!!Parabéns!
Um beijo!
Reggina Moon
*Tem 02 selinhos lindos no Verso & Prosa, venha retirar quando puder...
Na minha memória, tão congestionada e no meu coração tão cheio de marcas e poços você ocupa um dos lugares mais bonitos".
(Caio Fernando Abreu)
Feliz Semana.....Beijos meus!M@ria
Na minha memória, tão congestionada e no meu coração tão cheio de marcas e poços você ocupa um dos lugares mais bonitos".
(Caio Fernando Abreu)
Feliz Semana.....Beijos meus!M@ria
Para vmm, esse contraste é a fonte da violência. Uns poucos com tanto, e tantos sem nada. Num mundo onde ter é muito mais que ser, essas distorções serão pra sempre.
Abração
Apelo pelos menos favorecidos,,,que a vida lhes de uma melhor oportunidade...abraços amigo e um bel dia pra ti.
Amigo Furtado, poema forte e real esse, e a imagem parece o bairro do Morumbi em São Paulo, onde os prédios maravilhosos dividem espaço com a favela.
BeijooO*
Essa discrepancia social permeia o mundo...
Triste realidade.
Mas um poema forte e que nos faz refletir.
Bjos achocolatados
Rosemildo
Só agora vim agradecer a visita ao meu blog pois não consigo entrar aqui o meu avast não me deixa... e fecha o computador. Agora resolvi pegar no portátil e foi fácil..
saudade de conversar um pouco beijinhos
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