O MISTICISMO
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Para uma parcela considerável de pessoas, irmãos nossos nesta evolutiva caminhada terrena, misticismo é a disposição de crer firmemente no sobrenatural. É aceitar e se envolver com todo tipo de “mistério”. Para muitos outros, é simplesmente algo misterioso e espiritualmente alegórico.
O misticismo transvertido e aceito como algo sobrenatural e profundamente misterioso, pode levar algumas pessoas ao temor, dando prosseguimento ao medo opressivo e doentio. Surge ai, em alguns, com todas as conotações de angústias, os atormentadores sofrimentos psíquicos.
Pelos parâmetros da Filosofia clássica, dentro de suas conceituações mais simples, “misticismo” é toda crença religiosa ou filosófica que admite comunicações ocultas entre os homens e a divindade. Ou, consoante a Filosofia: “o termo misticismo adquiriu o sentido da crença na possibilidade de união, fusão íntima e direta do espírito humano ao princípio fundamental do ser. Ligando-se íntima e profundamente ao conhecimento supernatural da divindade”. Chama-se ainda de misticismo, toda atitude religiosa que busca a união com o ser divino. Também é a doutrina que afirma que a realidade última é revelada por meios cognoscitivos. É o conhecimento puro, adquirido por via direta, sem intermediários, - distintos do perceptivo, do idealismo e muito superior a estes”. “O misticismo popular considera sobrenaturais certos fatos absolutamente naturais, os quais parecem violar as leis da natureza, pois são produzidos por poderes que ultrapassam a compreensão de algumas pessoas. Às vezes, evidenciando alguns fenômenos cósmicos poucos conhecidos por nós. Especialmente aqueles com ciclos de ocorrências intermediáveis entre centenas ou mais anos de reaparecimentos momentâneos”.
Alguns filósofos, explicitação do termo, estabelecem que “misticismo” é o conjunto de práticas religiosas que levam o crente a contemplação dos atributos divinos. O professor José Pedro Machado, irmão de além-mar, em seu Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, define: “o misticismo é sobretudo bom”.
O místico – o real praticante do misticismo, no idioma grego; mystikós ou mystés, significa religioso, contemplativo e o iniciado na religião. Ou mais apropriadamente, aquele que busca a integração pessoal com o deus de sua fé – cuja existência é latente no âmago da consciência interior de todo o ser humano, seja ele desenvolvido ou não.
Aceitemos o verdadeiro misticismo como uma profunda introspecção aos recônditos mais legítimos da alma. Estabelecendo a perfeita união com a essência íntima. Deus, que existe em toda a amplidão do universo. Em tudo, em tempos e espaços, por todo o comensurável sempre, Deus está em Alma e Espírito, na consubstanciação das realidades visíveis e invisíveis.
No verdadeiro sentido, misticismo é o ideal caminho para a criatura humana conhecer-se mais intimamente. E, através de uma profunda análise pessoal, entender melhor os seus semelhantes.
Vejamos, também, o que é misticismo para a “AMORC-Antiga e Mística Ordem Rosacruz” – “Misticismo não é mistério. O mistério está comumente relacionado com a magia, o logro, a ilusão. Os mistérios do Egito, bem como as escolas eleusianas e órficas da Grécia, referiam-se a uma gnose ou sabedoria secreta, que não deveria ser profanada por sua divulgação às massas. Para os antigos, dirigir as reações espirituais do individuo constituía um conhecimento sagrado.
“- O misticismo consiste em alcançar o cósmico através de si mesmo. Não estamos tentando pesquisar o universo além de nós, mas, vir a conhecê-lo através dos sentidos e do conhecimento do seu trabalho em nosso interior”.
“- O misticismo se ocupa da busca da verdade, ou de valores eternos. É um meio pelo qual o individuo adquire uma consciência ou compreensão intima, pessoal, da causa primeira de todas as coisas”.
Otacílio Negreiros Pimenta.
In Memorian