SÍMBOLO
D'ARTE
Se o
meu verso não fora o agonizar de um lírio,
E o
suave funeral de um crisântemo roxo,
Diluindo-se,
murchando, à vaga luz de um círio,
Entre
o planger de um sino e o gargalhar de um mocho;
Se,
essas flores do mal, em pleno desabrocho,
Eu
não sentira em mim, num êxtase e em delírio,
Meu
orgulho de rei julgara vesgo e frouxo,
Pois
a glória de um sol não vale esse martírio.
Se,
na terra que piso, algum prêmio ambiciono,
É o
deserto , a cabala, o claustro, a esfinge, o outono,
O
Calmo encanto da noite e a augusta paz da morte...
E o
meu símbolo d'arte, o ideal que me fascina,
É a
tristeza a florir a graça feminina,
Como
um farol pressago a iluminar o norte!
Félix
Pacheco
Segundo ocupante da Cadeira 16, eleito em 11 de maio de 1912, na
sucessão de Araripe Júnior e recebido pelo Acadêmico Souza
Bandeira em 14 de agosto de 1913. Recebeu o Acadêmico Constâncio
Alves.
Félix Pacheco (José F. Alves P.), jornalista, político, poeta e
tradutor, nasceu em Teresina, PI, em 2 de agosto de 1879, e faleceu
no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de dezembro de 1935.
Era filho do magistrado Gabriel Luiz Ferreira e de Maria Benedita
Candida da Conceição Pacheco. Fez os estudos primários... Leia
mais aqui:
Visite também:
2 comentários:
Lindo poema e não tenho certeza se já conhecia o autor! Gostei! abração,chica
Boa tarde Furtado :)
Não conhecia Félix Pacheco, e
achei a poesia sofisticada e bonita.
Bjs!
Postar um comentário