SEGUNDO MOVIMENTO
Mas vem o amor, o amor que faz tão doce
o travo em que circula à flor do instante,
e entre resíduos vai como se fosse
suficiente, plácido e constante...
Mas se o amor é muito mais cortante
e em lâmina tão leve disfarçou-se
que por melhor alar seu golpe pôs
cintilações de ganho em cada instante.
E a alma se insurge, cobra o amor que abrande
seu ginete malsão tonto de posse,
esse peso de corpo que a alma torce
e não doma, esse breve, esse bastante
soluço da vontade no imperfeito –
mas a alma cede, a alma sucumbe ao peito...
Bruno Tolentino
Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino (Rio de Janeiro, 12 de novembro de
1940 – São Paulo, 27 de junho de 2007) foi um poeta brasileiro.
Nascido numa tradicional e rica família carioca, conviveu desde
criança com intelectuais e escritores, entre eles Cecília Meireles,
Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo
Neto. Foi ensinado a falar francês e inlês antes mesmo de se
alfabetizar no português. Seu avô foi conselheiro do Império e
fundador da Caixa Econômica Federal. Saiu do Brasil em 1964,
mudando-se para a Europa, onde viveu por mais de 30 anos, tendo
trabalhado com o poeta inglês W. H. Auden, e convivido... Leia mais
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3 comentários:
Mais uma escolha das tuas, sempre boas! abraços, lindo domingo! chica
Oi amigo,
Esse poeta escreveu tão bem suas emoções e morreu novo!
Linda a poesia
Beijos
Lua Singular
UN POEMA MUY SIGNIFICATIVO. GRACIAS.
UN ABRAZO
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