O
CÃO
A
Edson Nery da Fonseca
É
um cão negro. É talvez o próprio Cão
assombrado
e fazendo assombração.
Estraçalha
o silêncio com seus uivos.
A
espada ígnea do olhar na escuridão
separa
a noite, abre um canal no escuro.
Cão
da Constelação do Grande Cão,
tombado
no quintal, espreita o pulo:
duendes,
fantasmas de ladrão no muro.
O
latido ancestral liberta a fome
de
tempo, e o cão, presa do faro, come
o
medo e a treva. Agita-se, devora
sua
ração de cor. Pois, louco e uivante,
lambe
os pontos cardeais, morde o levante
e
bebe o sangue matinal da aurora.
Mauro
Mota
Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (Nazaré da Mata, 16 de agosto de
1911 – Recife , 22 de novembro de 1984) foi um jornalista,
professor, poeta, cronista, ensaísta e memorialista.
Diplomou-se na Faculdade de Direito do Recife, em 1937. Tornou-se
professor de História do Ginásio do Recife e em várias escolas
particulares; catedrático de Geografia do Brasil, por concurso
público, do Instituto de Educação de Pernambuco. Desde os anos
universitários colaborava na imprensa. Foi secretário,
redator-chefe e diretor do Diário de Pernambuco; Colaborador
literário do... Leia mais aqui:
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4 comentários:
Bom dia Furtado, amanheci com alegria lendo seu comentário aos meus versos. Aqui estou neste seu belo espaço lendo aogumas postagens suas, de inicio um belo Soneto, obra máxima dos "bardos" desta arte literária. Agradecida, e bom fim de semana ao amigo!
Efigenia
UAU, credo, deu medo desse cão, tão assustadoramente descrito(e mostrado) nessa bela poesia! abração,chica
Com imaginação...
versos escreve o poeta
escreveu o poema do cão
nenhuma dúvida resta.
Está muito bem escrito.
fala de um cão negro
não ladra escondido
corpulento não tem medo.
A brilhar, o sol nasce!
depois da madrugada
se é que ele aparece
espanta o fantasma!
O cão e não sol,
Há no campo uma flor
o amarelo girassol
há também o caracol
apressado animal labutador!
Bom petisco se comer!
com cerveja acompanhado
depois de ranho não ter
na panela é cozinhado.
Tenha um bom fim de semana amigo Furtado, um abraço,
Eduardo.
UN TEXTO OSCURO, PERO ARTÍSTICO.
UN ABRAZO
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