domingo, 16 de fevereiro de 2014

O Migrante.

O MIGRANTE

Emigrante e imigrante de mim mesmo,
sem passaporte sigo nos mares e ares.
Não me atrapalha o mundo e seus lindes,
e cruzo qualquer pátria clandestino.
 
Limites impressos em códigos e mapas
não são fronteiras, não, para um poeta.
Inferno é o mundo máximo. O resto,
pegadas vãs – pó e pó, barro no barro.
 
Vou e volto dentro do eu-planeta,
ao sopro do poema – vento no velame
do barco da carne. O corpo voa!
 
Não me detém o mundo: suas alfândegas,
feitas de mofo, o vento as leva
- enquanto chego e parto a qualquer hora. 


Fernando Mendes Vianna 
 

Nasceu  no  Rio  de  Janeiro em 1933. Poeta e tradutor de poesia. Estreou em 1958 com  Marinheiro  no  Tempo  Construção no  Caos (Rio de Janeiro, ed. Simões). Seguiram-se A Chave e a Pedra (Rio de Janeiro: São José, 1960), Proclamação do Barro (Rio  de  Janeiro: José Álvaro, 1964). O Silfo-Hipogrifo (Rio de Janeiro: José Olympio/MEC)obteve o Prêmio Literário do INL de 1972 na categoria de inéditos; Embarcado em Seco(Rio de Janeiro:Civilização Brasileira/MEC,1978); Marinheiro no  Tempo: antologia ( Brasília: Thesaurus, 1986 ) – Prêmio  Literário Nacional do INL na categoria obra publicada); Ah, Último Paraíso (Zaragoza, 1998); Antologia Pessoal (Brasília:Thesaurus, 2001); A Rosa Anfractuosa(Brasília: Thesaurus, 2004). Traduziu Quevedo e os clássicos espanhóis... Leia mais aqui: 

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7 comentários:

Unknown disse...

Olá meu amigo, tudo biene?

Gostei do poema,
de autoria que não conhecia,
aliás faz parte do que nada sei.
Como bem diz, somos livres
para ir e vir, em tempo,
a priora, quando as cobranças
se larga ao vento, alfandega das
dores e dos lamentos que se joga fora...
Não sei, as vezes penso
que para o homem a deixa
é mais simples,
para a mulher não, ela se prende
ou se permite prender nas menores
causas quando o sentimento fala
mais alto e ela não se desprende.
Mas quisera-me fosse possível
sem olhar para trás, eu me lançaria
nessa liberdade em pronto pensamento.

Gostei muito do poema
por tal está escrito um pouco de mim...

Deixando um abraço apertado

Livinha

Anônimo disse...

CONVERJO PLENAMENTE CON ESTE TEXTO.
UN ABRAZO

Unknown disse...

Livinha visitou Rosinha
muita linda morena que o tempo
a ela contemplou...

Beijinhos mais...

chica disse...

Muito linda essa poesia e sempre bom ver mais e mais poetas aqui! abraços,linda semana,chica

Lu Nogfer disse...

Lindo poema!
Mais uma belissima partilha e como sempre de muito bom gosto. Parabens, Furtado!

Beijos e uma semaninha abençoada pra você e toda família!

Sandra Gonçalves disse...

Um texto maravilhoso e verdadeiro. Bjos achocolatados e obrigada pelo carinho em meu blog.

Zilani Célia disse...

OI ROSEMILDO!
LINDA POESIA DE UM AUTOR QUE EU NÃO CONHECIA.
MUITO BOA ESCOLHA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/