AQUELES OLHOS
Ela olhou e passou,
graciosa e bela.
Passou... e foi-se para
sempre, embora
brilhe em meu coração,
desde tal hora,
ditosa, a doce luz dos
olhos dela...
Estrela que no azul
cintila e mora,
viu-a o Poeta e
emocionou-se ao vê-la;
e amou a Estrela
doidamente, e a Estrela
fugiu, fulgindo, pelos
céus afora...
Desde então, muitos
anos já passaram;
talvez haja fechado –
a garra adunca
da morte, - os olhos
que me deslumbraram...
Neste vale de lágrimas
e abrolhos,
viva cem anos, não
verei mais nunca
olhos tão lindos como
aqueles olhos!
Correia de Araújo
Raimundo
Correia de Araújo nasceu na
cidade de Pedreiras, aos 29 de maio de 1885 e faleceu em São Luís,
aos 24 de agosto de 1951.
Foram seus pais o coronel Raimundo Nonato de Araújo e D. Antônia
Correia de Araújo. Formou-se em Direito pela Faculdade do Maranhão
e foi Lente de São Luís de Sociologia e História Universal no
Liceu Maranhense. Diretor da Biblioteca Pública
do Estado, cargo em que se aposentou. Jornalista e sobretudo
grande poeta, um versejador admirável que enriqueceu a poética
brasileira de vozes imorredoiras, de música eterna.
Na Academia Maranhense de Letras fundou a Cadeira n.16, escolhendo
para patrono Raimundo Correia
Fonte:
Academia Maranhense de Letras.
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