O QUE MORRE
Casa e caminhos morrem desamados,
esquecidos, na solidão do Além.
Os segredos falecem de guardados,
e amores morrem quando morre alguém.
O porto morre. A onda se esvazia.
E o sonho esvai-se quando acorrentado.
A treva nasce do morrer do dia.
Morre o rico, o feliz e o desgraçado.
Nada é imortal, pois o que nasce vibra
somente um instante para a queda enorme,
eis que essa lei fatal tudo equilibra.
Morrem lembranças, fruto do passado,
e o presente e o futuro quando dorme
o homem sem fé, sem luz, abandonado.
Francisco Miguel de Moura
Francisco Miguel de Moura é poeta, ensaísta, cronista, romancista, crítico literário e bancário. Nasceu em Francisco Santos (PI), em 16 de junho de 1933. Bacharel em Literatura Plena e Língua Portuguesa e pós-graduado em Crítica de Arte pela Universidade Federal da Bahia. Ocupa a cadeira número 8 da APL.
Obras: Areias, 1966; Pedras em Sobressalto, 1974; Universo das Águas, 1979; Bar Carnaúba, 1983; Quinteto em Mi(m), 1986; Sonetos da Paixão, 1988; Poemas Ou/tonais, 1991 (poesias); Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho, 1972; A Poesia Social de Castro Alves, 1979 (ensaios); Os Estigmas, 1984; Laços do Poder, 1991; Ternura, 1993 (romances); Eu e Meu Amigo Charles Brown, 1986, ...E a vida se fez crônica, 1996 (crônicas); Piauí: Terra, História e Literatura (antologia), 1980; Literatura do Piauí, 2002; Sonetos Escolhidos, 2003; e Rebelião das Almas, 2003.
Fonte: http://www.ube.org.br/
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11 comentários:
Morrem tantas coisas, pedaços de nós até.Lindo! abraços,chica
Poema lindo e reflexivo que nos traz uma profunda mensagem!
Lindo e abençoado dia pra ti amigo!
Carinhos de flor pra você, viu?
Beijos
Morre tudo se não cuidarmos e não cultivarmos a esperança...abraços de bom dia pra ti meu amigo.
A morte de algo em nós talvez seja mais triste que a morte em si!Linda essa poesia!Bjs,
A morte de algo em nós talvez seja mais triste que a morte em si!Linda essa poesia!Bjs,
UFFFF, QUÉ TEXTO TAN ABRUMADOR, LLENO DE VERDADES.
UN ABRAZO
Olá Rosemildo
Ainda bem que a morte é para todos, independente de classe social, religião, sexo ou outra coisa qualquer. Ele iguala todos.
Abração
que poema maravilhoso!
"A treva nasce do morrer do dia"
beijos amigo querido....
Zil
Oiiiiii!! Amigo to saudadinha, poxa vida o tempo é muito ingrato, mas olha continuo com vc em meu coração grande amigo, meu amor fraternal fará sempre parte!
lindo o poema, como todas as suas escolhas.
e me identifiquei bastante, em mim, por exemlo, várias coisas estão a morrer para dar oportunidade de nascimento às outras.
grande abraço.
A pior morte é a morte em vida de tantos sem fé, rumo, esperança, bondade..... e outras virtudes essenciais para a espiritualidade humana Rosemildo.
Beolo poema!
Beijos,
:D
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